O candidato a presidente da Câmara Arthur Lira (PP-AL) procurou nesta segunda-feira (11) se dissociar de rótulo de representante do presidente Jair Bolsonaro.
Com Congresso Em Foco
"Não há presidente da Câmara que seja líder do governo, ele não comanda aquele plenário nenhuma semana, mas também não é possível que a gente tenha um presidente fazendo oposição ao Brasil com projetos pensando em 2022", disse o líder do PP em entrevista coletiva.
Lira também afirmou que DEM e MDB, respectivamente os partidos do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, e do candidato à sua sucessão Baleia Rossi, são partidos da base do governo e que assumem uma postura de enfrentamento a Bolsonaro na Câmara visando a eleição presidencial de 2022.
"Conheço também Eduardo Braga [do MDB], eu fui presidente da CMO e ele foi relator geral do orçamento, sei também da capacidade dele, do poder de mobilização dele".
O deputado alagoano criticou o discurso de independência pregado por Baleia Rossi. "O mesmo DEM pensa de um jeito na Câmara e o mesmo DEM pensa de um jeito no Senado, o problema são as narrativas, não há essa conotação de independência ou de puxadinho, isso é ridículo, isso não cabe".
Maia demite desfaz indicações de aliados Lira
O presidente da Câmara, Rodrigo Maia, fez nesta segunda-feira uma série de demissões e contrações nos quadros de livre nomeação da Câmara. Sobre isso, Lira reagiu com estranheza e criticou o deputado do DEM do Rio de Janeiro.
"É normal? É alguma reforma administrativa? Foram os servidores que pediram demissão? Na realidade nós estamos recebendo relatos de deputados que tiveram pessoas ligadas e setores que tiveram pessoas ligadas demitidos sem nenhum tipo de notificação. Temos notícias que houveram remanejamento de cargos, ou seja, você transformar cargos maiores em menores."
Reunião da mesa diretora
O candidato do PP tenta articular para que seja convocada neste mês de janeiro, quando acontece o recesso legislativo, uma reunião da mesa diretora da Câmara. A ideia é tratar de diversos assuntos regimentais que podem beneficiar ou prejudicar um dos candidatos a presidente da Casa.
As questões que Lira e aliados querem esclarecer são a suspensão de deputados do PSL ligados ao governo. Algo que foi decidido por Maia e que Lira quer uma deliberação de todos os membros da mesa. A suspensão dos deputados diminui a margem de votos de Lira porque a ala governista do PSL é apoiadora de sua candidatura.
Outras questões são sobre a forma da votação, se vai ser remota ou presencial e o dia da sessão que vai escolher o próximo presidente da Câmara. Maia marcou para o dia 2 de fevereiro, uma terça-feira, mas Lira quer no dia 1º de fevereiro, visto que no dia 2 Maia ganharia um dia a mais como presidente para articular a favor de Baleia.