A disputa judicial que apeou da presidência do PROS Eurípedes Junior, suspeito de ocultação de bens e uso indevido de dinheiro partidário, parece briga de capo cujo script não muda. Mal assumiu o controle do partido dia 8 de março, por ordem judicial, Marcos Vinícius Holanda já usou a tesouraria do partido para avalizar pagamento de mais de R$ 10 milhões a escritório de consultoria com quem teve contrato privado no imbróglio judicial com Eurípedes.
Com Estadão
Quem denuncia isso internamente na legenda é Thiago Pereira Moura Fé, que se apresenta no partido como o tesoureiro de fato. Fé redigiu um texto pelo whatsapp para Holanda e para o tesoureiro que o PROS nomeou à sua revelia, segundo conta, o senhor Edmilson Santana da Boa Morte. Fé acusa a direção do PROS de tentar nomear Boa Morte ilegalmente junto ao Tribunal Superior Eleitoral para manter o pagamento.
O caso foi parar na Justiça, e a Caixa Econômica Federal bloqueou as contas do partido nas quais são depositados o dinheiro do fundo eleitoral e fundo partidário, até que a briga interna seja resolvida.
No texto para Holanda, Moura Fé detalha o descontentamento com a curiosa operação financeira, a qual não avaliza, e alerta para a suspeita de ilegalidade com o dinheiro público:
“Comunico que também tomei conhecimento de uma execução de título extrajudicial em trâmite na 1ª Vara de Execução de Títulos Extrajudiciais e Conflitos Arbitrais de Brasília/DF (processo n.º 0711434-04.2022.8.07.0001), no valor de R$10.232.208,00 (dez milhões duzentos e trinta e dois mil duzentos e oito reais), em desfavor do Diretório Nacional do PROS, referente a um contrato de prestação de serviço firmado com a sua pessoa física, tendo como objeto a ilegal prestação de serviços jurídicos por pessoa jurídica de direito privado (Aliance Business Consultoria Empresarial), visando adotar providências para que Vossa Senhoria assumisse a presidência do Partido, o qual é datado de (01/12/2021), isto é, há 3 meses do julgamento realizado pela 8ª Turma Cível.”
No processo judicial da execução do título extrajudicial ao qual a Coluna teve acesso, na Vara junto ao TJDFT, a empresa de consultoria contratada por Holanda, durante a disputa judicial com Eurípedes, explica que há um contrato de “prestação de serviços administrativos e jurídicos eleitorais para realizar consultoria especifica ao EXECUTADO”. Nos autos, apresenta o acordo assinado como prova, com um pagamento de mais de R$ 4 milhões com vencimento para dia 31 de março – do total de R$ 10.232.208,00 devidos.
O PROS correu no TSE para se blindar e manter a operação suspeita, e desde ontem há uma ata protocolada na qual constam dois tesoureiros : Moura Fé e Boa Morte. O que ainda gera conflito interno.