Conforme matéria veiculada nesta terça-feira, 04, pelo Correio Braziliense, o PT corre contra o tempo em relação ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para ter um discurso político caso ele seja preso ou se torne inelegível por conta dos diversos processos que responde na Justiça.
Da Redação
O partido quer confirmar a candidatura dele ao Planalto no Congresso da legenda que acontece em junho deste ano. O argumento é de que interditar um ex-presidente já seria um absurdo. Impedir que um pré-candidato concorra em uma eleição seria, isso sim, uma atitude anti-democrática.
Conforme divulgou o Correio na semana passada, o PT acha que, após as sucessivas audiências e depoimentos prestados pelo ex-presidente – nos diversos processos que responde perante a justiça -- as chances de ele ser preso diminuíram. Mas isso não quer dizer que ele tenha escapado da Justiça. A suspeita é de que ele será condenado em primeira e segunda instância, tornando-se inelegível pela Lei da Ficha Limpa.
Lula tenta se refazer do baque das primeiras caminhadas que fez no ano passado, logo após o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, quando mal conseguiu reunir 500 pessoas em um ato em Pernambuco. Durante ato, há duas semanas, em Monteiro (PB), cidade que recebeu um trecho da transposição do São Francisco, o PT estima que estiveram presentes mais de 50 mil pessoas.
O procurador regional eleitoral Marcos Queiroga abriu investigação para apurar supostas irregularidades neste ato. A festa teve a participação dos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, ambos do PT, e do governador Ricardo Coutinho (PSB). Segundo a Procuradoria Regional da Paraíba, se comprovadas as irregularidades, os políticos que participaram do evento estão sujeitos a multas e até mesmo cassação de eventual candidatura nas próximas eleições. As despesas de Lula no evento foram pagas pelo PT.
“Lula será candidato em uma tentativa de se blindar das acusações. Mas acho que ele não resiste até lá porque algo deve acontecer a ele”, acredita o diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), Antonio Augusto de Queiroz.
Para Toninho do Diap, contudo, a intenção do ex-presidente é arriscada. “Ele pode colocar em xeque a imagem que a população tem dele como presidente após o término do segundo mandato ao se apresentar para governo o país na situação difícil que ainda estaremos em 2019”, ponderou Toninho. O problema é que o PT não tem alternativas. Apesar da defesa de alguns correligionários, o comando partidário não pretende apoiar a candidatura presidencial de Ciro Gomes (PDT).