RADIOGRAFIA E ANÁLISE DOS BASTIDORES DA POLÍTICA TOCANTINENSE, COM VISTAS A SUCESSÃO ESTADUAL

Posted On Sábado, 23 Janeiro 2021 06:57
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“Porque é que estranhas tanto que um deputado deixe o partido e vá ser deputado para outro lado? O jogador de futebol também muda de clube”

 

VERGÍLIO FERREIRA

 

Por Edson Rodrigues

 

Após o dia primeiro de fevereiro, após as eleições das mesas-diretoras da Câmara Federal e do Senado, as peças começarão a ser colocadas em suas posições iniciais no tabuleiro político nacional e tocantinense, já mirando os movimentos para a eleição estadual em 2022

Esta primeira fase será dedicada às comissões partidárias, lideranças políticas, religiosas, empresariais e classistas para que cada partido tenha noção do poderio bélico com que partirá para o combate em busca dos votos em 2022, mas isso, pelo que se viu nas urnas em 2021, será o menos importante nessa batalha que se inicia.

Sem coligações proporcionais, assim como nas eleições municipais de 2020, o mais importante para os políticos será ter um partido devidamente consolidado, com Diretório Estadual registrado no Tribunal Regional Eleitoral pois, agora, não basta apenas ter a presidência da Comissão Provisória ser deputados estadual, federal ou prefeito. O importante é ter resultados nas urnas.

A “rasteira” tomada pelo deputado estadual Júnior Geo, que viu a presidência estadual do Pros escorrer entre seus dedos e cair “no colo” do ex-senador Ataídes Oliveira após os resultados pífios obtidos nas eleições municipais (sem desmerecer a eleição da prefeita de Gurupi, Josi Nunes), ligou o alerta em todos os demais partidos medianos: ninguém está garantido em lugar nenhum, infelizmente, uma prática comum, uma realidade na política tocantinense que carece de grandes líderes.

TROCA-TROCA

Uma grande preocupação que incomoda os detentores de mandatos na Assembleia Legislativa e na Câmara Federal que serão candidatos nas eleições de 2022 é o troca-troca de partidos que já está em andamento entre os prefeitos do interior. Muitos desses prefeitos sentem-se desconfortáveis em suas legendas pela falta de apoio durante a eleição. Já outros, receberam esse apoio mas foram seduzidos por propostas de voos maiores por outras.

Os parlamentares não contavam com tantos “desfalques” em suas bases de apoio e, agora, buscam a formação de novos grupos políticos para manter uma base eleitoral sólida.
Mas, apenas após a eleição das mesas diretoras da Câmara Federal e do Senado, os parlamentares poderão ter noção do tipo de política terão que fazer para se fortalecer dentro das suas legendas e junto às suas bases.

A partir desse momento é que os parlamentares deverão definir se eles próprios devem permanecer ou mudar de legenda para disputar as eleições de 2022.

ELEITOR, AUTORIDADE MÁXIMA

Os eleitores estão insatisfeitos com os políticos que têm à disposição para os cargos eletivos. E haja insatisfação! As lições saídas das urnas do último dia 15 de novembro de 2020 deram uma pequena noção dessa insatisfação. A renovação foi recorde nos oito principais colégios eleitorais do Tocantins e muitos candidatos que cantavam de galo como “eleitos” antes do pleito, ainda estão comprando lenço para “chorar as pitangas” – isso os que conseguiram ficar com algum dinheiro após o pleito – e ficou claro que os eleitores estão muito mais bem informados que em todos os pleitos anteriores, pois a maioria votou em um candidato a prefeito de uma legenda e um candidato a vereador de outra, mostrando que estão mais preocupados com projetos e propostas que com ideologias, o que coloca os pré-candidatos a deputado estadual ou federal em uma sinuca de bico, pois não vai adiantar juntar forças na eleição, pois a escolha dos eleitores será individual, por candidato, não por grupo político.

 

Acabou o “voto em bloco”, aquele que o eleitor escolhe do candidato a presidente ao candidato a deputado estadual, passando pelo candidato a governador, de uma mesma chapa, optando por votar nos nomes que julgarem mais capacitados.

Isso inclui os que estão em pleno mandato no Congresso Nacional e na Assembleia Legislativa, que estão se preocupando mais com o “reinado” que com as “províncias”, onde está a boa gente tocantinense. Esses candidatos que fazem apenas visitas relâmpago às suas bases, devem tomar muito cuidado, pois podem ter ido uma ou algumas vezes ao poder, mas podem não voltar pois, grande parte desses parlamentares, por mais que tenham liberado emendas e recursos federais, ninguém de suas bases eleitorais sabe disso.

Por isso, sua excelência, o eleitor, será o juiz desse jogo e decidirá que fica e quem sai da partida.