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Posted On Terça, 26 Janeiro 2021 07:29
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VEJA DIZ QUE INÍCIO DE VACINAÇÃO ELEVA PRESSÃO SOBRE BOLSONARO, ENQUANTO ISTOÉ CHAMA DÓRIA DE “HOMEM DA VACINA”. ÉPOCA FALA EM “ERA PÓS VACINA”

 

VEJA

Conquista da ciência sobre o negacionismo, imunização influencia a opinião pública e arranha imagem do presidente

 

A vitória da vacina

 

Levou um tempo bem maior do que o necessário, mas o Brasil   finalmente deu início à vacinação contra a Covid-19. O primeiro passo ocorreu no domingo (17), no Hospital das Clínicas, em São Paulo. Tão logo a Anvisa autorizou o uso emergencial de dois imunizantes, o governo paulista realizou uma cerimônia para que a enfermeira Mônica Calazans se tornasse a primeira pessoa a receber a CoronaVac, o fármaco que surgiu como uma aposta do governo de João Doria (PSDB) e foi desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac.

Nos dias seguintes, cenas semelhantes foram vistas em vários outros estados. Esse momento histórico representa não só um marco para a ciência brasileira, como também a primeira medida capaz de efetivamente salvar vidas na pandemia.

 

Por mais que o presidente Jair Bolsonaro e o Ministério da Saúde sigam recomendando de forma irresponsável tratamentos precoces e sem comprovação de eficácia para o combate à doença, como a célebre e polêmica cloroquina, somente um amplo e irrestrito programa de imunização poderá interromper a escalada de mortes e, por tabela, reativar a combalida economia brasileira. Até a quinta (21), apenas 105 mil pessoas haviam sido contempladas, mas esses números devem subir rapidamente nas próximas semanas.

Os desafios para imunizar todos os brasileiros são enormes, mas o início do programa, ainda que feito a passos trôpegos na parte sob responsabilidade do governo federal, renova as esperanças no país enlutado por mais de 212 mil mortes.

 

As revelações do livro de Cunha sobre bastidores do impeachment de Dilma

 

Na antevéspera do feriado de Nossa Senhora Aparecida, em 2015, uma reunião secreta na sala do apartamento do deputado federal Rodrigo Maia (DEM-RJ), no 9º andar de um prédio de luxo de frente para a praia de São Conrado, na Zona Sul do Rio de Janeiro, definiu os rumos da história recente do país. Na manhã daquele sábado ensolarado, quatro políticos — além do anfitrião Maia, o então poderosíssimo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), Carlos Sampaio, à época líder do PSDB na Casa, e o também tucano Bruno Araújo, o atual presidente nacional da legenda — acertaram como encaminhariam os procedimentos que resultaram, dez meses depois, no impeachment da presidente Dilma Rousseff. Os detalhes da trama desenhada pelo quarteto, em meio a goles de café e água, estão no livro-bomba Tchau Querida, o Diário do Impeachment, de 740 páginas, escrito por Cunha, hoje um político em desgraça, cassado, condenado a catorze anos e seis meses de cadeia e cumprindo prisão domiciliar. VEJA teve acesso a trechos do livro do ex-deputado, que acaba de fechar contrato de publicação com a editora Matrix, com lançamento previsto para abril.

 

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Istoé

 

Chegou a vacina brasileira pela persistência de um homem

João Doria enfrentou a sabotagem do governo Bolsonaro para viabilizar a vacina que mudou a história da pandemia no Brasil. As cenas emocionantes do dia 17 foram possíveis após um esforço que começou em 2019, quando o governador de São Paulo abriu uma representação comercial em Xangai. Depois de meses de luta, o Instituto Butantan já distribui o imunizante. A ciência triunfou e os farsantes serão julgados pela história.

 

Há quase um ano, o Brasil esperava um sinal de esperança diante da pandemia que já vitimou mais de 210 mil brasileiros. Ele veio no domingo, 17, às 15h29. Este foi o dia D e a hora H do início da imunização no País, com a vacinação de Mônica Calazans, uma enfermeira negra e pobre da periferia de São Paulo.

 

O momento histórico, que traz otimismo para 210 milhões de brasileiros, só foi possível graças à persistência e à resiliência do governador João Doria, que em dez meses viabilizou a Coronavac, enfrentando a sabotagem e a campanha de difamação movida pelo Palácio do Planalto. As cenas de vacinação pelo País foram emocionantes. Mais do que foi uma inflexão na história da doença, elas mostram uma mudança de humor com os rumos do País. O negacionismo do presidente e seus comandados não apenas multiplicou o desastre humanitário. Tirou a esperança de todos com base em desinformação e cinismo. A vacina, ao contrário, mostra que a vida voltará ao normal e que a aposta na ciência, nos profissionais de saúde e na boa política já aponta tempos melhores.

 

O bufão

Derrotado, Jair Bolsonaro confisca a vacina Coronavac e mente ao dizer que jamais a criticou em defesa da cloroquina. É deprimente o espetáculo protagonizado por um presidente bobo da corte.

 

Nostalgia dos anos de chumbo

O procurador-geral da República, Augusto Aras, em nota oficial, amedronta e ameaça o País com a ditadura do “estado de defesa”.

 

Leia mais em Istoé.

 

 

Época

A vida pós-vacina

No domingo (17), a enfermeira Mônica Calazans, de 54 anos, funcionária do Hospital Emílio Ribas, saiu feliz de casa, na Zona Leste de São Paulo. Já estava ciente de que, aprovado o uso emergencial da CoronaVac, ela seria a primeira pessoa a ser vacinada em território nacional. Calazans não só integra o grupo prioritário por trabalhar na Saúde, como também é diabética e tem sobrepeso, fatores que podem resultar em infecções mais graves por Covid-19. “É isso que todos os brasileiros querem e é para isso que os cientistas estão trabalhando. Aos poucos vamos poder voltar a nos abraçar, a nos beijar, a fazer as mesmas coisas que fazíamos antes”, celebrou.

 

A experiência de outros brasileiros vacinados pelo mundo desde dezembro mostra que as coisas não precisavam ter sido complicadas assim. A cantora Midian Almeida, de 45 anos, mora em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes. Foi vacinada em dezembro com o imunizante do laboratório chinês Sinopharm. O processo foi simples: “Eles primeiro vacinaram os grupos prioritários e em dezembro abriram a vacinação para todas as pessoas, independentemente da idade. A divulgação foi intensa, fiz o agendamento pelo aplicativo e corri para me vacinar”, disse.

 

A aplicação da segunda dose ocorreu no início da semana. Apesar disso, a cantora mantém os mesmos cuidados de distanciamento social até que o país tenha a maior parte de sua população vacinada. “A vacina nos deu alívio e esperança de que isso tudo vai acabar um dia. Mas acho que ainda vai demorar um tempo para nos libertarmos e termos uma vida normal”, relatou. Em Abu Dhabi e Dubai, estrangeiros viajando a turismo também já podem se vacinar, desde que cumpram as regras de isolamento pós-imunização dentro do país.

 

Já no Brasil, por um misto de inépcia diplomática e logística, não conseguiu ainda fazer chegarem os esperados 2 milhões de doses da AstraZeneca, feitas na Índia, e tampouco tem perspectivas de receber os insumos farmacêuticos chineses para produzir in loco os imunizantes. Só na tarde da quinta-feira (21), a diplomacia indiana confirmou à agência Reuters que o país havia liberado a exportação de vacinas para o Brasil.

 

Erros em série colocam em xeque a permanência de Pazuello no governo

 

Assessores de Bolsonaro avaliam, contudo, sua saída agora pode atrapalhar a aliança com centrão. A confirmação na noite da quarta-feira (20) de que o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, decolaria no dia seguinte rumo a São Paulo e depois seguiria para Manaus, no Amazonas, sem data específica para voltar para Brasília, foi entendida como a senha de que, a despeito dos erros e de todo o caos dos últimos dias na condução da pandemia da Covid-19, o general estava mantido, ainda que temporariamente, no cargo. Pesou a favor de Pazuello a avaliação de que demiti-lo agora seria admitir o fracasso de todo o governo na condução da pandemia.

 

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