Não é suposição, muito menos palpite: sem “calçar as sandálias da humildade”, no atual cenário político, com uma única vaga de senador, oito de deputado federal e 14 de deputado estadual em disputa, os atuais tocantinenses detentores de mandatos no Legislativo encontrarão enormes dificuldades para conseguir suas reeleições – com raríssimas exceções – com a manutenção das mesmas regras eleitorais do pleito municipal do ano passado, sem as coligações proporcionais
Por Edson Rodrigues
A situação para os deputados que pretendem a reeleição é um verdadeiro “cada um por si e Deus por todos”. Os chefetes e “donos” de partidos que não se preocuparam em oxigenar suas legendas, fazê-las crescer atraindo novas lideranças, ficaram reféns de si mesmos, principalmente aqueles que já detêm cargos nos parlamentos, pois a previsão é de que, pelo menos, 60% deles dificilmente conseguirão permanecer nos cargos via voto popular, a menos que adotem novas formas de proceder.
A primeira modificação, será “calçar as sandálias da humildade” e se revestir de muita sabedoria, caso queiram ser reeleitos. A previsão dos especialistas e analistas de plantão é de que haverá uma renovação profunda no quadro de representantes, pois, para um partido conseguir eleger um deputado federal ou estadual, será uma tarefa hercúlea para cada posto conquistado.
Os partidos que têm em seus quadros parlamentares no gozo do cargo, dificilmente encontrará quem queira ser candidato em suas chapas, pela desigualdade de forças entre os que buscam a reeleição e os que buscam um primeiro mandato.
NO SENADO NÃO PASSA
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, (Foto) já afirmou que a volta das coligações proporcionais não passará, pois representa, segundo ele, a volta dos partidos de aluguel e dos candidatos eleitos sem a vontade popular, catapultados ao cargo por conta da votação dos “puxadores de votos”. Ou seja, será o fim dos “partidecos” e o fortalecimento dos partidos tradicionais, trazendo mais condições de governabilidade dos estados e do próprio País.
Com partidos fortes, as possibilidades de se sentar à mesa para discutir aas prioridades nacionais e estaduais passa a ser muito mais clara, sem a interferência dos interesses pessoais ou barganhas que só enfraquecem a Democracia.
GRANDES LÍDERES
Com essa decisão já encorpada no Senado, ganham os estados e ganha o Brasil, em seus parlamentos, pois proporciona que a humildade entre os políticos seja uma característica predominante, o que representa a volta de uma linhagem semelhante aos grandes líderes que esta nação já teve, que não agiram com o orgulho e voltaram á vida pública por cargos menores para, simplesmente, continuar servindo ao povo, como o saudoso Nelson Carneiro, deputado federal por três mandatos, senador por outros quatro (32 anos) e morreu candidato a vereador pela cidade do Rio de Janeiro.
Eduardo Suplicy, senador por São Paulo por três mandatos e, atualmente, vereador em segundo mandato na capital paulista, sendo o mais votado na última eleição.
Heloisa Helena, senadora por Alagoas, cujo último cargo eletivo foi o de vereadora em Maceió, exercido por dois mandatos até 2017.
Ibsen Pinheiro, deputado federal por quatro mandatos, presidente da Câmara Federal, condenado, inocentado e que retornou á vida pública como vereador de Porto Alegre, RS e morreu deputado federal pelo seu estado.
Iris Rezende Machado, governador de Goiás por dois mandatos, ministro da Justiça e da Agricultura e que encerrou sua vida pública com três mandatos como prefeito de Goiânia.
Iran S1araiva, deputado estadual, deputado federal, senador por Goiás, Ministro do tribunal de Contas da União e, depois de aposentado, voltou à vida pública com dois mandatos consecutivos de vereador.
Maguito Vilela, vereador de Jataí, deputado estadual, vice-governador de Goiás e senador. Ao fim do mandato, elegeu-se prefeito de Aparecida de Goiânia e falecido como prefeito eleito de Goiânia.
Moisés Avelino, prefeito de Paraíso do Tocantins, governador do Estado, deputado federal, retornou à vida pública como prefeito de Paraíso por dois mandatos.
E, finalmente, Siqueira Campos, vereador em Colinas, deputado federal por cinco mandatos, governador por quatro mandatos e, atualmente suplente de senador.
Ou seja, não basta ser eleito. Precisa ter aptidão e vocação para servir ao povo, seja em que cargo for.