Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses alerta que animais podem facilitar transmissão de uma série de doenças
Com Assessoria
Os pombos domésticos (Columba livia domestica) podem ser facilitadores para a transmissão de uma série de doenças. A população deve tomar algumas atitudes para conter colônias desses animais, considerando que o pássaro faz parte da da fauna silvestre brasileira e, portanto, amparado pela Lei Federal 9.605 de 1999, a Lei de Crimes Ambientais. A Unidade de Vigilância e Controle de Zoonoses (UVCZ), órgão vinculado à Secretaria Municipal da Saúde (Semus), orienta sobre esses cuidados.
O biólogo Anderson Brito Soares, coordenador de Entomofauna da UVCZ, afirma que o ser humano convive bem com o pombo, porque o animal é dócil e frágil. “Criamos o hábito de atraí-los com comida. Diante disso, os pombos hoje constituem uma praga urbana, reproduzindo-se e aumentando suas colônias, aproveitando-se da facilidade de abrigo em nossas residências e sustentados pelo alimento que nós mesmos fornecemos de forma indireta ou não”, informa.
Ele explica que a população deve evitar o contato próximo com estes animais para evitar doenças. Para tanto, podem ser utilizados produtos repelentes, instrumentos fixos ou modificações estruturais (telas, espículas, fios de nylon, etc) que impeçam o pouso e/ou a instalação permanente nas residências e outras edificações.
Doenças
Entre as doenças que os pombos podem causar, o biólogo Anderson Brito, cita a criptococose, a histoplasmose e a clamidiose. Elas são transmitidas através da inalação de poeira resultante de fezes secas de pombos, contaminadas por fungos (histoplasmose e criptococose) ou bactéria (clamidiose). Elas comprometem o aparelho respiratório e podem também afetar o sistema nervoso central (no caso da criptococose).
Já a salmonelose pode ser transmitida pela ingestão de alimentos contaminados por fezes de pombos contendo o agente infeccioso Salmonela spp (bactéria), que compromete o aparelho digestivo. Ácaros de pombos provenientes de aves e ninhos podem causar dermatites em contato com a pele.
Como medidas de controle, o biólogo da UVCZ sugere que elas sejam adotadas conforme a necessidade de cada imóvel:
Desfavorecimento do pouso e instalações dos pombos: em relação às casas, edifícios e afins, deverão ser modificadas por uso de telas, espículas, fios de nylon tensionados, madeiramento, pregos ou quaisquer outros materiais que possam ser utilizados com essa finalidade, indisponibilizando os locais de pouso e/ou bloqueando possíveis entradas.
Retirada dos ninhos velhos e em construção
Limpeza dos dejetos: após a remoção dos ninhos, realizar a limpeza dos dejetos dos pombos no local de instalação, porém para tal procedimento, recomenda-se: utilizar água sanitária ou outros produtos derivados do cloro, sendo importante nunca varrer ou realizar limpeza por via seca, evitando assim inspirar os organismos que ficariam suspensos no ar; no momento da limpeza, usar equipamentos de segurança como máscaras, luvas, botas de borracha.
Eliminação de fontes alimentares: não alimentar os pombos. A presença de restos alimentares ou o fato próprio de alimentá-los com grãos e/ou pão reforçará em cerca de 50% a presença de pombos no local (não sendo alimentados, serão obrigados a instalarem-se em locais onde haja comida abundante).