O Portal CT publicou nesta quinta-feira, 20, uma editorial no qual traz alguns argumentos sobre a entrevista concedida ontem, pelo secretário estadual da Fazenda, Paulo Antenor de Oliveira, ao Bom Dia Tocantins.
Por Edson Rodrigues
A entrevista de Paulo Oliveira gerou tumulto, e inúmeros comentários nas redes sociais. Foi avaliado pelos internautas como leigo, despreparado, e falou mais do que deveria. Sim! Houveram comentários dessa estirpe, o que mostra de forma clara, que a sociedade já espera que um entrevistado que representa o poder público minta, enfeite, omita, mas de forma alguma seja transparente.
Assim como o jornalista Cleber Toledo, há quem concorde com a atitude de Paulo Oliveira. Para Cleber foi a primeira vez que alguém do Palácio Araguaia, durante quase dois anos do governo Marcelo Miranda falou sobre um assunto polêmico de forma clara, objetiva e verdadeira. “O tesouro estadual chegou ao limite e não tem mais para onde ir. Não há mais jeitinho que resolva e não pode mais, ser tratado como uma ferramenta de marketing para cabalar voto. A máquina pública esta quebrada”, disse o secretário, Paulo Oliveira durante a entrevista.
O jornalista frisou também sobre a necessidade de conscientização das pessoas, que este não é o momento para ficar procurando culpados, é desperdiçar esforços e gerar mais picuinhas. Falou sobre os dados que mostram claramente a atual situação econômica que o Tocantins passa e reforçou a entrevista do secretário. “O que o governo arrecada hoje não é o suficiente para cobrir suas despesas. se o Estado fosse uma empresa teria fechado as portas há muito tempo. É preciso modernizar a máquina pública, estruturá-la para conter as despesas, mas também para estimular as receitas”.
Grevistas brigam por aumento de 9,8307%
Os servidores da saúde, educação e quadro geral estão em greve desde o dia 9 de agosto. Os grevistas cobram o pagamento dos retroativos da data-base de 2015, e a implantação do índice de 9,8% referente a data-base de 2016.
Sindicatos reforçam e acompanham a paralisação sem preocupar-se com o atual cenário, sem contar ainda que os servidores que compõem os sindicatos ficam à disposição das instituições que representam. Ou seja, recebem, não trabalham, e ainda radicaliza quando o momento é de unir forças para que todos se ergam
Educação
A greve dos professores da rede estadual ultrapassou 70 dias. . No Tocantins atualmente a rede pública estadual conta com mais de 20 mil profissionais da educação e 176 mil alunos. Para a Secretaria da Educação, (Seduc), a greve não atinge 40% das escolas, o Sindicato dos Trabalhadores (Sintet) garante que a adesão é de quase 70%. Enquanto as instituições passam dados irrelevantes, os alunos estão sem aulas e temem os prejuízos da greve.
Quem está no 3º ano e pretende fazer o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que será realizado dia 05 de novembro se preocupa ainda mais. Longe da sala de aula, os alunos têm buscado alternativas para aprender o conteúdo que deveria ser ministrado pelo professor.
Nem todas as escolas da rede pública estadual estão em greve, o que não abona o prejuízo de inúmeras pessoas que ficarão comprometidas por causa da paralisação. Sem acordos, Seduc garante que as aulas serão repostas, afinal toda ação tem uma conseqüência, e que os 200 dias de aulas exigidos por lei serão cumpridos.
Declarada legal, os professores continuam recebendo seus salários sem nenhuma alteração, e certamente reporão as aulas no período das férias.
E os alunos. E os pais e tutores? Vão cancelar viagens, mudar o foco, o rumo do que havia sido planejado? E quem vai pagar pela conseqüência do não aprendizado, de um não ingresso na universidade, de uma nota baixa no Exame? E lá continua a sociedade sofrendo as conseqüências e pagando pela conta de uma minoria, que não consegue pensar no bem comum.
Saúde
Apenas 20% dos servidores da saúde seguem em greve. Isso porque no dia 22 de setembro a Justiça determinou que os funcionários mantivessem o mínimo de 80% do efetivo trabalhando nos hospitais estaduais do Tocantins.
O presidente do sindicato da categoria, Manoel Pereira de Miranda, recorreu da decisão no Tribunal de Justiça para que a lei de greve seja cumprida. "Pedimos o cumprimento da lei que determina que durante greve 30% dos serviços sejam mantidos".
Enquanto isso, os veículos de comunicação continuam lá cobrindo matérias sobre a falta de profissionais para serviços básicos como um curativo, um banho, um cuidado com quem se encontra frágil e necessita de ajuda. Continuamos, a maioria pagando a conta pelas ações de uma minoria.
Quem paga a conta?
Sem defender o governo do Estado, que claramente pecou em diversas situações, será que neste momento onde o país encontra-se num caos financeiro, com 16 bilhões de desempregados, seria o momento correto para os servidores paralisarem por aumentos? Quantos alunos saíram de suas escolas particulares e foram para as públicas como alternativas de minimizar os efeitos da crise? Quantos contratos em planos de saúde foram cancelados? O servidor público paralisou no momento em que a sociedade mais demonstrou necessitar dos seus serviços.