A Polícia Civil deteve mais de 2,6 mil pessoas durante megaoperação realizada na quinta-feira para combater crimes contra o patrimônio e desarticular facções criminosas. Batizada de Operação Unus, expressão em latim que significa “unidade”, a ação durou cerca de 10 horas e foi deflagrada em todo o Estado de São Paulo.
“Foram 30 dias de planejamento para que pudéssemos realizar essa operação”, disse nesta sexta-feira o delegado-geral da Polícia Civil, Luiz Mauricio Souza Blazeck. O trabalho de investigação resultou no cumprimento de 701 mandados de prisão criminal, 703 de prisão administrativa, além de 869 de busca e apreensão.
No total, 2.616 suspeitos foram presos, dos quais 758 foram em flagrante. Mais 326 adolescentes foram apreendidos, 140 deles por mandado judicial. De acordo com Blazeck, a alta concentração de policiais civis em locais com maior ocorrência de alguns crimes contribuiu para os 610 flagrantes registrados pelas equipes.
“Houve uma reunião de esforços de 6.975 policiais civis de todos os departamentos da capital, da Grande São Paulo e no interior”, disse. Mais de 2,5 mil viaturas foram empregadas na operação. Os trabalhos foram coordenados pelo delegado-geral adjunto, Valmir Eduardo Granucci.
Desde dezembro, foram realizadas outras quatro operações semelhantes no Estado. Na maior até agora, ocorrida em maio, foram 3.234 adultos presos e adolescentes apreendidos. No mês seguinte, quando a ação teve o objetivo de combater homicídios, operação semelhante deteve 2.158 suspeitos.
Crime organizado
As cúpulas de facções criminosas paulistas também estiveram no foco do trabalho de inteligência desenvolvido para a Operação Unus. Na quinta, na região metropolitana de São Paulo, quatro pessoas foram indiciadas, suspeitas de serem responsáveis pela contabilidade de uma facção criminosa em Cotia – distante 34 quilômetros da Capital.
Segundo a polícia, entre as quadrilhas desarticuladas, estão algumas especializadas em roubos a banco e extorsões mediante sequestro, além de autores de homicídio.
Drogas apreendidas
Em 10 horas de operação, 192,19 quilos de drogas foram apreendidos pela Polícia Civil. A maior quantidade foi de maconha (95,36 quilos) e de crack (53,06 quilos).
A operação, que acontece regularmente com um intervalo de 60 a 90 dias, também localizou e recolheu 41,84 quilos de cocaína, 13 gramas de ecstasy, além de outros entorpecentes diversos (1,92 quilos).
Apreensão de alimentos
Durante a megaoperação, investigadores do Departamento de Polícia de Proteção à Cidadania (DPPC) apreenderam cerca de 6,5 toneladas de alimentos irregulares produzidos em Minas Gerais e revendidos em um armazém, no Brás, zona leste de São Paulo.
“Os produtos eram feitos em fazendas sem registro e comercializados com selos de empresas diversas”, disse o delegado Marco Antônio Pires, da Divisão de Investigações sobre Infrações contra a Saúde Pública do DPPC.
O dono do comércio, de 44 anos, foi preso em flagrante no estabelecimento, que armazenava 4 toneladas de queijo, 500 quilos de mel, além de 2 toneladas de carne bovina e suína. “Toda a carne que foi encontrada estava picada e, pela procedência desconhecida, não podemos saber se os animais estavam em bom estado ou doentes”, afirmou o delegado.
Informações: Policia Civil SP, Parana news