SUCESSÃO ESTADUAL – SENADOR: NADA DEFINIDO. NINGUÉM É DE NINGUÉM

Posted On Segunda, 05 Setembro 2022 06:56
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Mais que nunca, as últimas três semanas restantes de campanha eleitoral vão definir quem ficará com a única vaga para o Senado, disponível para o Tocantins

 

Por Edson Rodrigues

 

As análises sobre as pesquisas de intenção de votos já divulgadas por diversos institutos, utilizando metodologias diferentes, em todas as regiões do Estado, deixam claro que não há nada definido, mesmo estando as duas únicas mulheres concorrentes ao cargo, Kátia Abreu e Dorinha Seabra aparecendo à frente dos demais candidatos, com uma diferença significativa.

 

Isso porque as mesmas pesquisas mostram que há entre 47% e 52,7% de eleitores indecisos, 17% que admitem que podem mudar seu voto, sem contar com os percentuais de votos nulos ou em branco.  Ou seja, esses votos que ainda estão “flutuando” é que vão definir quem será o próximo senador pelo Tocantins.

 

PRÓXIMAS PESQUISAS

 

Dentro da razoabilidade e dos critérios matemáticos, a afirmação de que nada está definido e que “ninguém é de ninguém” ganha ainda mais sentido quando se leva em conta que as pesquisas de intenção de voto realizadas até hoje, não trazem os reflexos do Horário Gratuito de Rádio e TV, em que os candidatos estão podendo mostrar seus projetos, programas de governo e planos de ação, nem dos comícios, carreatas e reuniões políticas que foram intensificadas nos últimos dias, momento em que os candidatos proporcionais, verdadeiros puxadores de voto, revelam quem estão apoiando para o Senado e para o governo, e isso conta muito na hora de tantos indecisos finalmente definirem seus votos.

 

Ou seja, é fato que ainda há muito a ser pesquisado, apurado e avaliado e que os n[úmeros das pesquisas podem até apontar tendências, mas são apenas um retrato do momento em que foram realizadas.

 

QUATRO CANDIDATURAS, APENAS UMA VAGA

Seguindo este raciocínio, os quatro principais candidatos ao Senado viverão uma disputa acirrada, voto a voto. A consolidação da candidatura de Dorinha Seabra vai depender muito do poder de comando do governador Wanderlei Barbosa sobre seu grupo político, que precisa divulgar o nome de Dorinha como a candidata de todos ao Senado, coisa que ainda não aconteceu, deixando Dorinha à própria sorte, dependendo apenas do seu poderio político e dos seus aliados fiéis, numa aliança que pode se mostrar mais efetiva, se cada um fizer o seu papel.

Dorinha lidera as pesquisas e tem todas as condições de se manter assim até o dia dois de outubro, mas precisa da fidelidade do grupo político que escolheu e ao qual ela própria vai fazer muito bem.  Para isso, Wanderlei Barbosa precisa mostrar comando.

Já Kátia Abreu segue sua saga de mulher guerreira, indômita e implacavelmente trabalhadora e corajosa.  Depois de ter sido alijada do grupo político palaciano e descartada pelo PT e por Osires Damaso, vem conseguindo manter seu nome em evidência, aparecendo sempre bem nas pesquisas, chegando à reta final da campanha movida apenas pelas próprias pernas.  Caso consiga encaixar uma aliança de última hora, vira o jogo e se transforma em favorita, ante as indecisões e incoerências das demais candidaturas.

O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, demonstrou, no decorrer do período pré-campanha, ser um jogador ardiloso e perigoso, afirmando apoios e posicionamentos que o colocavam como “principal aliado” de alguns pré-candidatos para, na hora H, passar por cima de tudo e de todos e se lançar candidato ao Senado. Mesmo com as desavenças que criou, se conseguir uma boa votação em Gurupi, juntando com seus dois principais colégios eleitorais, que são Palmas e Araguaína, Amastha pode suplantar a diferença que há entre ele e as duas primeiras colocadas nas pesquisas, e partir forte na reta final.

 

Para isso, precisa que seu primeiro-suplente, o empresário gurupiense Oswaldo Stival, um dos principais empregadores e empreendedores de Gurupi, faça valer sua condição de pessoa carismática e respeitada em toda a região Sul do Tocantins, angariando votos para permitir que Amastha avance “pelas beiradas” e chegue forte no dia dois de outubro.

Enquanto isso, o ex-governador Mauro Carlesse segue sua busca pelo Senado Federal sem nenhuma condenação e sem ser réu em nenhum processo, deixando crer que foi vítima de um pré-julgamento público e político e que sua renúncia foi um ato para evitar um clima de instabilidade no Tocantins, em um momento em que o Estado caminhava bem em termos econômicos, mas, principalmente, para se manter elegível e estar onde está agora, candidato ao Senado.

 

O único erro de Carlesse, até agora, foi não ter enfrentado as acusações que recaíram sobre ele de peito aberto, por meio dos veículos de comunicação e de sua assessoria de imprensa, deixando o ônus da prova aos acusadores.

 

Carlesse está, sim, no páreo para o Senado, sem nenhum empecilho entre ele e sua posse, caso vença. Por isso, sua estratégia de marketing político deve ser reforçada agora, nesta reta final, podendo modificar o panorama eleitoral mostrado pelas pesquisas.

 

Carlesse não terá inserções no Horário Obrigatório de Rádio e TV, mas deve colocar seu plano de ação e suas ideias por meio de entrevistas, quando poderá mostrar que deixou o governo com dinheiro em caixa e com todas as condições favoráveis para que o atual governador, Wanderlei Barbosa, pudesse comandar com tranquilidade a máquina administrativa.

 

Carlesse, aliás, é o candidato mais atacado por fake News nas redes sociais, por candidatos ou grupos políticos sem conteúdo nem capacidade de mostrar trabalho, e se valem da difamação como arma cruel para atingir seus adversários.

 

CONCLUSÃO

 

Para o Observatório Político de O Paralelo 13, após se debruças sobre os números, tendências e entrelinhas das pesquisas apresentadas até agora, o diagnóstico do momento é cristalino: todos os candidatos ao Senado têm chances de eleição.  Os votos estão aí, “flutuando” em meio aos indecisos.  Um bom trabalho de marketing e uma publicidade massiva nos veículos de comunicação tradicionais do Tocantins, podem transformar o último em primeiro e o primeiro em último.

 

Esse é o veredicto. Desse jeitinho.

 

Até a nossa próxima análise!