SUCESSÃO MUNICIPAL 2024 - REFORMA NOS SECRETARIADOS E NOVAS COMPOSIÇÕES A VISTA NOS MUNICÍPIOS

Posted On Sexta, 07 Outubro 2022 07:02
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Como afirmamos em nossa análise mais recente, as movimentações políticas visando a sucessão municipal 2024 já começaram. E são as próprias administrações municipais atuais que estão se readequando para garantir suas reeleições ou emplacar um sucessor, com um bom número de vereadores nas Câmaras Municipais.

 

Por Edson Rodrigues

 

O recado deixado pela “voz das urnas” foi claro e direto “no peito” dos prefeitos dos principais colégios eleitorais, como Porto Nacional, Gurupi, Paraíso e Araguaína: ou fazem novas composições com as novas forças políticas, constroem um governo de coalizão, delegando poderes aos novos aliados e recompondo seu secretariado, ou a derrota ficará cada vez mais visível no horizonte.

 

RONIVON MACIEL

 

O prefeito de Porto Nacional, Ronivon Maciel, precisa mostrar a que veio. Não basta ser bonzinho, não estar envolvido em corrupção. A partir de primeiro de janeiro de 2023, Ronivon precisa colocar uma “máscara de oxigênio” em sua administração, caso deseje, realmente, ser candidato à reeleição.

 

Infelizmente, a maioria do seu secretariado é fraca, sem condições de permanecer nos seus cargos.  Não por atos não republicanos, mas por incapacidade política e de gestão.

 

O prefeito precisa entender que a “trégua política” que lhe foi dada, termina no próximo dia 31 de dezembro e ele terá que iniciar os entendimentos com os demais grupos políticos de forma quase que imediata, para que não seja “engolido” pelos seus adversários.

 

WAGNER RODRIGUES

 

Já o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, mostrou-se um gigante na campanha pela sucessão estadual, mantendo-se fiel ao seu “padrinho político”, Ronaldo Dimas, trabalhando como um soldado na busca pela vitória, que acabou não vindo nem para Dimas nem para seu filho, deputado federal não reeleito Tiago Dimas.

 

A população de Araguaína, onde Dimas teve uma votação pífia, entendeu o engajamento de Wagner na campanha de Dimas como uma atitude nobre, de lealdade política, mas os poucos votos conseguidos pela dupla servem como um “cartão amarelo” ao seu prefeito.

 

Caso queira disputar a reeleição, Wagner é outro que precisa oxigenar sua administração com uma reforma de 100% do seu secretariado, colocando nas pastas pessoas não só capazes de conduzi-las, mas que sejam fiéis a ele, Wagner Rodrigues e, não mais, a Ronaldo Dimas, abrindo espaço em seu governo para as novas forças políticas de oposição ao Palácio Araguaia.

 

Wagner precisa entender que sua missão para com Ronaldo Dimas está cumprida.  Politicamente, os dois estão “quites”, e o prefeito precisa estar “livre”, em primeiro de janeiro de 2023 para poder montar seu grupo pessoal para construir sua reeleição.

 

GURUPI

 

Em Gurupi vemos a situação mais complicada de todas.  Caso Josi Nunes queira ser reeleita na maior cidade da Região Sul do Tocantins, a Capital da Amizade, as adequações que terá que fazer em seu governo são muitas e de grande impacto, juntando ao seu redor secretários que possam trazer resultados positivos não só ao seu governo, mas de âmbito popular, e fazer valer o montante de recursos que tem em caixa, com obras e ações sociais.

 

A gestão de Josi Nunes não tem do que reclamar em relação a recursos federais destinados ao município, vindos do governo de Jair Bolsonaro, via bancada federal tocantinense, com destaque para o senador Eduardo Gomes.

 

Mas, segundo os principais analistas políticos, a administração de Josi Nunes ainda não tem “rosto” nem “voz” nem para os cidadãos gurupiense nem para os tocantinenses, em geral, lembrando que estamos falando do terceiro maior colégio eleitoral do Estado.

 

Nada justifica Gurupi estar tão incipiente, politicamente falando, sem a tradicional influência que a cidade, historicamente, tem sobre toda a Região Sul.  Logo, caso Josi Nunes queira a reeleição, terá que dar uma “sacudida” profunda em sua administração para que, nos próximos dois anos, volte a se tornar referência no Tocantins e tenha um “rosto” e uma “voz” marcantes, já que irá enfrentar uma das mais acirradas disputas de 2024, contra o candidato do ex-prefeito, Laurez Moreira, eleito vice-governador, que deixou sua gestão em Gurupi com 85% de aprovação popular, e quem tem tudo para assumir o governo do Estado dentro de três anos, já que Wanderlei Barbosa deve se desincompatibilizar do cargo para concorrer ao Senado.

 

Desta forma, Laurez passa a ser o candidato do Palácio Araguaia à reeleição como governador. O que faz dele, desde já, o maior – e melhor – cabo eleitoral na disputa municipal de 2024.

 

Ou seja, Josi Nunes terá muito o que articular e trabalhar para garantir sua reeleição.

 

PARAÍSO DO TOCANTINS

 

Finalmente, em Paraíso do Tocantins teremos uma situação semelhante à de Gurupi.  Mesmo com o prefeito Celso Morais tendo uma situação mais confortável que a dos demais prefeitos dos principais colégios eleitorais, sem tantos problemas locais, com muito dinheiro em caixa, obras em andamento e outro tanto de recursos federais a caminho, com o apoio da nossa bancada federal, novamente com destaque para o líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso nacional, senador Eduardo Gomes, há uma situação peculiar que precisa ser compreendida.

 

O deputado federal Osires Damaso só não conseguiu se reeleger porque foi traído pelo senador Irajá Abreu, que lhe garantiu apoio para concorrer ao governo e o abandonou, na última hora antes da convenção partidária, fazendo com que Damaso tivesse que repensar sua postulação política sem o tempo necessário.

Preparado para ser candidato ao governo, Damaso teve que “mudar a chave” para uma candidatura à reeleição para deputado federal, com a maioria das lideranças políticas do seu grupo já apalavrada com outros candidatos à Câmara Federal.

 

E isso custou a reeleição de Damaso, que, agora, se transformou num candidato natural à prefeitura de Paraíso e será quase imbatível caso tenha o apoio do governador Wanderlei Barbosa.

 

Por isso, Celso Morais também precisa oxigenar e “turbinar” sua administração, agregando outras forças políticas de Paraíso, caso queira ter uma candidatura à reeleição competitiva, ou queira eleger seu sucessor.

 

E essa situação se repete em diversos outros municípios tocantinenses, onde as atuais administrações terão que trabalhar em dobro, caso tenham pretensões de reeleição ou eleição de seus sucessores.

 

A “voz das urnas” já deu o recado.  Falta todos entenderem...