O quadro político sucessório do Tocantins dificilmente deixará de ser polarizado entre duas candidaturas, mas, o surgimento de uma terceira força não pode nem ser descartado, muito menos menosprezado
Por Edson Rodrigues
Levando-se em conta os atuais seguidores leais ao governo e aqueles que são oposição, a antecipação do processo sucessório deixou muitos líderes partidários em situação de descontrole desse processo.
Mauro Carlesse tem uma base sólida de sustentação na Assembleia Legislativa e nunca deixou nenhum marujo à deriva.
O Paralelo 13 faz, aqui, uma análise da convivência política do sentimento de “irmandade” entre Mauro Carlesse e seu grupo formado no Legislativo Estadual, onde, como é sabido, chegou à presidência e, no lugar certo, na hora certa, foi eleito três vezes governador, sempre contando com a maioria de seus pares, de diversos partidos, inclusive os da oposição, contando com os cinco representantes do MDB no parlamento.
Carlesse sabe, hoje, que tem uma grande responsabilidade como líder de um grupo político, composto por deputados estaduais que nunca lhe negou nenhum apoio, principalmente nos momentos em que mais precisou.
TOINHO ANDRADE, UM CASO À PARTE
O deputado Toinho Andrade, presidente da Assembleia Legislativa, conduziu com maestria, sabedoria e lealdade a aprovação de todos os projetos do Executivo enviados à Case de Leis, viabilizando o desenvolver dos governos de Carlesse, autorizando o Estado a contrair os empréstimos junto ao Banco do Brasil, à Caixa Econômica federal e ao BRB.
Todos os projetos foram votados e aprovados pe3lo parlamento estadual, que precisou cortar na própria carne ao autorizar com as milhares de demissões do funcionalismo público, mesmo que isso tenha deixado muita gente descontente, mantendo sua fidelidade à toda prova.
Na última quarta-feira, Toinho Andrade, ex-presidente estadual do PTB, sofreu uma intervenção na direção do partido que presidiu, fortaleceu e ajudou a criar musculatura, com a eleição de vários prefeitos e vereadores e com a formação da Comissões Provisórias nos municípios. Toinho foi destituído da presidência por não aceitar imposições da cúpula nacional do partido.
A decisão se deu porque o projeto político desenhado para o Tocantins pela cúpula nacional do PTB, conflitava com o posicionamento estadual, uma vez que o partido deve ser extremamente conservador e trazer candidatos próprios para o governo, o Senado e deputados federais e estaduais, entrando de cabeça nos movimentos religiosos em busca de apoio.
Esse novo grupo político, calcado na religiosidade, tem representantes em quase todos os municípios tocantinenses, tendo o PTB como legenda principal e várias lideranças evangélicas e de outras religiões. A intenção é ter uma chapa completa no tabuleiro sucessório, com candidatos próprios para todos os cargos à disposição.
RECIPROCIDADE
Por ser um político de poucas palavras e muita ação, e extremamente leal aos seus apoiadores, Carlesse, desde quando chegou à presidência da Assembleia, teve o apoio da maioria dos seus pares e jamais perdeu um companheiro sequer. Essa é uma visão apolítica do pacto feito por Mauro Carlesse, em que a reciprocidade e a lealdade sempre foram colocados em primeiro plano, em detrimento das cores partidárias.
O único porquê do grupo político de Carlesse é que o governador precisa decidir se renunciará para se candidatar ao Senado ou se disputa uma das oito vagas para deputado federal para liberar seus seguidores mais fiéis, que jamais o deixaram.
Pelos movimentos e articulações políticas e administrativas que Carlesse vem executando, fica claro que ele trouxe da vida de empresário bem-sucedido o fato de ser um político cumpridor da palavra e de acordos, e o jeito de agir sempre na hora exata, pois ninguém conseguiu extrair do governador qual será o seu destino político em 2022.
Mas, Carlesse precisa ter em mente que o sucesso político da sua base de sustentação depende da sua decisão, e todos estão em suspense, aguardando a definição para, também, definirem suas vidas. Seu grupo político, por incrível que pareça, está mais preocupado com a definição para o Senado que para o cargo de governador. E isso não é bom para ninguém.
Esse imbróglio precisa chegar ao fim o quanto antes, pois Mauro Carlesse marcou um “golaço” ao definir sua ida para o PSL e seguir, politicamente, o presidente Jair Bolsonaro, pois além de ter o partido para sua candidatura, tem, também o comando da legenda no Tocantins, sendo que o PSL é uma das maiores bancadas na Câmara Federal e no Senado.
Com o PSL do Tocantins nas mãos, Carlesse tem todas as condições de abrigar seus companheiros de grupo político e oferecer aos que estão indefinidos, um Horário Eleitoral Gratuito e um Fundo de Campanha que não encontrarão em qualquer outro lugar.
E o grupo político de Mauro Carlesse, que tem em seus quadros a maioria dos deputados estaduais, prefeitos, vereadores e lideranças municipais e regionais, além de líderes de outros partidos, deve, em breve, acertar os ponteiros políticos, o que engloba a situação do vice-governador, Wanderley Barbosa, candidatíssimo ao cargo de governador, e que já está colhendo os frutos de ter o apoio do governador e dos deputados estaduais.
Diante do acima exposto, O Paralelo 13 faz questão de deixar transparecer a sua simpatia por qualquer candidatura, pois, quanto mais candidaturas para o governo, para o Senado e para os parlamentos estadual e federal, mais rico de ingrediente fica o processo sucessório e mais opções o eleitorado tocantinense terá, nesta grande festa democrática.
Trocando em miúdos, o sucesso eleitoral dos deputados estaduais e dos candidatos a deputado federal do grupo político de Mauro Carlesse, depende exclusivamente do próprio Mauro Carlesse.
O tempo dirá!
Até breve.