O ex-vice-governador do Tocantins, o empresário Tom Lyra foi considerado o nome mais indicado para
disputar as eleições deste ano.
Edson Rodrigues Pouca gente sabe, mas Lyra é tocantinense, natural de Araguacema, graduado em Óptica pelo instituto Filadélfia, especialista em Óptica Física, Química e Geométrica. Começou na Ótica atuando como office boy de laboratório, de loja e posteriormente como vendedor de balcão e consultor de vendas da Essilor, pela extinta Sola, Zeiss chegou Igal-Rodenstock. Hoje é considerado o responsável pela implantação das multinacionais General Optical, Fox e Wilson Eyewear no Estado, que gerou mais de mil empregos. Em entrevista ao O Paralelo 13, o empresário visto como um homem bem sucedido no setor empresarial, mesmo neste momento de crise econômica do País, explicou o que o leva a retomar a vida pública buscando o cargo de prefeito da Capital.”Quando criança meu pai sempre frisava que quando os bons se afastam, os maus tomam de conta. Que o problema da sociedade não são as pessoas más, mas a omissão dos que se consideram bons. Certamente esse foi um dos motivos que me levou a ser indicado para disputar o cargo de prefeito de Palmas”, enfatizou e empresário.
Lyra destacou que não há nada que desabone o seu caráter. Para ele, é necessário apresentar novos projetos. “É hora de mostrar propostas, de retribuirmos com projetos que resultem no desenvolvimento econômico da Capital”. Retomar a vida Pública como prefeito é deixar de ter ausências, de ser omisso. Historicamente a Capital conta com pessoas ausentes, ausentes de gestão. “Você se torna ausente quando não pratica o que promete, não executa o que diz, finge que não vê o que prometeu”, destacou.
“Eu vejo pessoas morrerem porque faltam condições econômicas para buscar tratamento em hospitais particulares, e não existe um serviço público de qualidade. As crianças, com a evolução tecnológica possuem smartphones, aparelhos eletrônicos de última geração, e na escola se deparam com um quadro negro. Que incentivo tem esse aluno em permanecer na sala? Sem falar da precariedade da merenda, a alimentação é crucial para o desempenho do aluno. Foi diante desses e tantos outros questionamentos que me propus a voltar a vida pública. Estou apresentando uma gestão com seriedade, uma gestão de compromisso, uma gestão de credibilidade, de ouvir as pessoas de perguntar as pessoas”.
Demandas
Conforme a visão do empresário, “a classe política está contaminada, partidária, grupos agem como se fossem feudos, patriarcas, não há mais espaço para a continuidade desse modelo, Palmas conta com 300 mil habitantes e não muito distante esse número triplicará, devemos trabalhar para essas pessoas, mas com projetos que comportem o seu crescimento. A meu ver, um exemplo de que os atuais gestores não estão pensando a longo prazo é o BRT - Bus Rapid Transit, ou Transporte Rápido por Ônibus. Em Curitiba o BRT é reflexo de uma ação mal sucedida e pouco pensada. Na época feito para um número bem abaixo da população atual. O BRT precisa ser repensado, não é tão bonito como se prega, porquê não o VLT - Light Rail ou veículo leve sobre trilhos”?
Tom Lyra citou ainda outras deficiências que consideram importantes serem sanadas. Para ele pouco se vê a guarda-metropolitana na cidade, no entanto há pardais em todos os cantos, uma série de contrastes. Por causa do preço abusivo de impostos e sérios problemas de áreas de construção, as indústrias estão instalando em Porto Nacional, Luzimangues e Araguaína. Gerar emprego tira a população dessa modalidade de emprego público, de cargo comissionado, da necessidade do governo para crescer. O funcionalismo público precisa ser visto como uma opção, e não apenas a única, frisou.
Projetos
Questionado sobre seus projetos que consideram cruciais para que a Capital cresça, o empresário destacou que “o cenário econômico de Palmas, em 2016 é de mais de R$1bilhão”. Para ele não há uma empresa que tenha uma receita desse porte que não é uma das mais bem sucedidas no País. “Não que Palmas seja uma empresa, mas é preciso analisar por esse âmbito empresarial. Eu tenho um clientes que me pagam para que recebam serviços de qualidade. Qual o motivo de não oferecer o melhor possível esse serviço?”, perguntou.
São inúmeros desafios, mas também vários projetos. Como gestor não permitiria a realização de shows com dinheiro público sem que haja hospitais. Palmas não tem como sobreviver se não pensarmos no modelo de industrialização, hoje o modelo de socialismo não é mais tomar terra, é a democratização da informação. Não tem mais um operário que bata o ferro, a máquina, ele hoje opera sistemas. É necessário começar a trazer as indústrias e qualificação para que esse operário possa operar. A carga tributária, no entanto, a falta de incentivo fiscal afasta esse empreendedor interessado.
Precisamos focar ainda na educação, não o modelo de tradicional, mas uma educação discutida, pesquisada, com embasamentos. Não adianta ouvir sobre os desastres da política, senão agimos, não apresentamos condições e propostas que possam ser executadas.
A segurança, por exemplo, não pode mais ser tratada como um caso isolado que não me atinge, a segurança pública atinge todo mundo. Estamos reféns de pessoas de má fé, de criminosos. Palmas é uma cidade planejada, não há favelas, é fácil coordenar e desenvolver projetos junto a Polícia Militar, Civil, Guarda metropolitana. É preciso investir em tecnologia. Com câmeras se abrange um número bem maior de extensão da cidade do que com mão de obra. Os policiais precisam estar nas escolas, inibindo o tráfico, o consumo de drogas. Precisam estar atentos a chamados que facilitaria o seu trabalho com o apoio de câmeras.
Nossa gestão terá como prioridade a segurança, industrialização, saúde e educação com compromisso, ouvindo a sociedade, disse.
PPS
Filiado ao partido desde janeiro deste ano, Lyra explicou que o grupo contrapõe em todo o País esse modelo de gestão no qual considera fracassado. Sobre o encontro com representantes da cúpula nacional, o empresário ressaltou que por sugestão do deputado Eduardo do Dertins encontrou-se com o presidente nacional do partido, Roberto Freire, o senador Cristovão Buarque e demais filiados ao PPS para mostrar que tem propostas viáveis e que estão consonantes com a ideologia do PPS.
“São propostas que justificam minha indicação. Saí de lá confiante, com uma pré-candidatura viável, com propostas sérias q possam ser compreendidas pela população a médio prazo”, finalizou.