UMA BOMBA PODE EXPLODIR SE O BRASIL NÃO DER UM FIM À POLITICAGEM

Posted On Segunda, 11 Janeiro 2021 15:46
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“A informação mais necessária é sempre a menos disponível”

 

EDWARD ALOYSIUS MURPHY JR

 

 

Por Edson Rodrigues

 

Com o fim do auxílio emergencial e o recrudescimento da Covid-19, infectando milhares e deixando outros milhares de órfãos, o desemprego batendo recordes, investidores internacionais tirando seu dinheiro do Brasil, as reservas cambiais na “rapa do cofre”, os governantes brasileiros – os presidentes do Senado, da Câmara Federal e da República – só querem pensar em eleições, em ajeitamentos políticos para garantir que não fiquem fora – ou longe – do poder em 2022.

Como dizia Zé Geraldo “isso tudo acontecendo e eu aqui, na praça, dando milho aos pombos”, nossas autoridades maiores não se dão conta que, enquanto a politicagem prevalece, uma “bomba atômica” está prestes a explodir no País, que caminha a passos largos para a insolvência econômica, o caos na Saúde Pública e uma crise política sem precedentes.

 

ESPERANÇAS QUE SE VÃO

 

2021 era um ano tão aguardado como um verdadeiro presente de ano novo, como um mensageiro de boas novas, trazendo a vacina que poria fim à pandemia, devolveria o aquecimento necessário à economia tendo a construção civil como principal fonte de novos empregos e renda, mas chegou, mesmo, foi como o epicentro de disputas políticas entre um presidente da República totalmente desequilibrado emocionalmente e que só pensa em sua reeleição daqui a dois anos, que não ouve seus auxiliares mais sensatos e duas lideranças no Congresso Nacional e que todos os dias “vomita” falas inconsequentes ao abrir a boca, e um governador do Estado de São Paulo, João Dória, fazendo da vacina redentora da Covid-19 seu principal palanque político, “auxiliados” por um ministro da Saúde que pode entender de muitas coisas, menos de Saúde Pública.

Ou seja, as esperanças se foram e o presidente da República, que poderia estar com os louros de manter um País estável, equilibrado e com isonomia entre os poderes, que se tornou seu próprio “inimigo número um”.

 

IMPRENSA ATACADA

 

Os desaforos desferidos pelo presidente Jair Bolsonaro à imprensa, todos os dias, afirmando que “a imprensa é pior que lixo”, referindo-se aos maiores veículos de comunicação do País, mas colocando todos no mesmo balaio, o transformaram em um inimigo da liberdade de expressão, direito garantido pela Constituição Federal.

Essa disputa de forças com a imprensa não só desabilita o presidente da República como tal, mas incentiva uma verdadeiro enxurrada de matérias, artigos, análises e editoriais, do maior ao menor veículo de comunicação, contra o seu governo pois, a imprensa, quando se sente atacada em sua liberdade, acaba dominando todas as armas do jogo e traz a população ao seu lado, criando um clima tão desfavorável aos seus inimigos, que pode transformar sua situação política em insustentável, dando razão aos seus inimigos e minando suas chances de chegar aonde quer, que é a permanência no poder em 2022.

 

E o maior prejudicado com isso é o povo brasileiro, que passa a ficar sem um governo efetivo, já que o eleito por 57 milhões de pessoas para governa-lo, só pensa em si e em suas teimas.

 

E O POVO SEGUE MORRENDO – E FAZNDO POUCO CASO

 

Enquanto o presidente da República atrasou os processos naturais de pesquisas em busca pela vacina contra a Covid-19, insistindo na sua cloroquina, os brasileiros veem o resto do mundo iniciando campanhas de vacinação em massa, sem ter uma noção exata de quando terá acesso à vacina e se o sistema de Saúde Pública sequer está preparado e tem material suficiente para vacinar a população.

Manaus voltou a ter os enterros coletivos de dezenas de mortos, estados como Roraima e Ceará têm aumentos de 500%, 600% no número de casos e os caminhões frigoríficos voltaram às portas dos hospitais para armazenar corpos.

 

É claro que isso não é culpa só do governo federal.  A população não faz a sua parte, não evita aglomerações, não usa máscaras, promove festas e se coloca em risco.  Aí vem a pergunta: quantos mais terão que morrer para que o governo e a população despertem e passem, ambos, a fazer a coisa certa?

 

POLITICAGEM

 

Diante de tantas asneiras que estamos acompanhando, desde o início do ano, no campo político, 2021 se desenha como mais um ano a ser perdido por conta das disputas políticas e da politicagem.  Começou com a forma com que vem se mostrando a disputa pela presidência da Câmara Federal e do Senado, com troca de acusações, farpas e petardos que só trarão mais discórdia e confusão.

 

Se a oposição for vitoriosa na Câmara Federal, em nome do equilíbrio de forças será de bom tom se o governo conseguir o comando da mesa-diretora do Senado, pois se apenas um dos “lados” ficar com as duas frentes de poder, uma verdadeira ditadura estará instalada – de forma legal – no Brasil.

Se isso acontecer, será bem provável que o povo saia às ruas e um confronto se tornará inevitável.

 

BOMBA

 

Se isso vier a acontecer, uma verdadeira bomba atômica estará ativada no País.  Se os caminhoneiros, os profissionais da Saúde e os empresários resolverem cruzar os braços e ir para as ruas. Isso pode significar derramamento de sangue e o isolamento político do Brasil em relação aos outros países, principalmente às grandes potências, que não esqueceram – nem esquecerão – as agressões verbais proferidas pelo chanceler brasileiro, pelo presidente da República e pelos seus filhos, criando a “tempestade perfeita”, que inclui o caos social, econômico e cambial.

 

Logo, o ano de 2021 pode ser de muitas frustrações para os desempregados e para os empresários, em um país sem líderes para conduzir a economia e a ordem social.

 

LÍDERES EM FALTA

 

O Brasil, hoje, carece de líderes que pensam na coletividade.  Infelizmente são poucos, o que aumenta a saudade de homens como Tancredo Neves, Ulysses Guimarães, Severo Gomes, Pedro Simon, Franco Motoro, Henrique Santillo, Mauro Borges e o maior político da história do Tocantins, Siqueira Campos.

Não há como escrever um livro sobre o Tocantins sem ressaltar as qualidades de Siqueira Campos, um estadista que mais que nenhum outro, pensou em sua gente antes de pensar em qualquer outro assunto político.

 

Diante do acima exposto, tememos por um 2021 de muitos conflitos e desavenças políticas no País, nos Estados e nos municípios, com a antecipação do processo sucessório de 2022.  Se não houver alguém que consiga dar o alerta para acordar a classe política, 2021 pode ser um dos piores anos da história do Brasil.

 

A pandemia continuará a avançar, os efeitos da vacina só serão sentidos no segundo semestre.  O auxílio emergencial já acabou, grande parte da população vai passar fome, os prefeitos que iniciam os mandatos conseguidos em 2020 têm diversas dívidas a serem acertadas com a União, a arrecadação de ICMS vai despencar e com a diminuição do poder de compra da população, muitos empresários vão quebrar.  O prazo para que essa situação se estabeleça é o início do mês de fevereiro, e o Brasil pode, literalmente, parar.

 

O único caminho para se evitar esse caos, é um pacto federativo entre os poderes, os empresários e a sociedade, numa espécie de trégua que compense o caos político.

 

Fora isso, só Deus...

 

TOCANTINS

 

O Estado do Tocantins e seus 139 municípios não têm condições de caminhar por seus próprios pés no enfrentamento dessa crise monstruosa que se avizinha. Palmas, Gurupi e Araguaína que vem se saindo melhor no combate à pandemia, só o fizeram por ter um senador da República, Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional, que conseguiu agilizar a liberação de recursos, equipamentos e materiais hospitalares, respiradores e muitos medicamentos, junto com os demais membros da bancada federal tocantinense. O governo do Estado conseguiu a distribuição de cestas básicas para milhares de pessoas carentes e estudantes da rede pública de ensino, que diminuíram o sofrimento da população.

Mas, caso uma nova onda de Covid-19 venha a se confirmar, Palmas, Gurupi, Araguaína e o governo do Estado podem não conseguir o mesmo desempenho no combate à pandemia, já que os recursos, agora, estão escassos e os municípios tocantinenses que, mesmo não possuindo estrutura hospitalar receberam recursos federais para evitar os efeitos negativos da pandemia nas suas economias, também não terão mais esses recursos para se apoiar.

 

O governo federal já anunciou que não terá condições de repetir o auxílio financeiro aos estados e municípios.  Com a volta no crescimento no número der casos de Covid-19, efeito direto do desrespeito ás normas de distanciamento social por parte da população nas festas de fim de ano, com a diminuição do número de leitos de UTI e respiradores nos hospitais, outra bomba pode estar prestes a explodir na Saúde Pública.

 

A continuar com a desobediência e o descaso popular, não há vacina de Dória, de Bolsonaro, de Fiocruz, muito menos uma vacina brasileira, que dê jeito na saúde e na consciência dos brasileiros.

 

Com isso, não apenas o Tocantins, mas todos os estados brasileiros podem estar entrando no pior ciclo econômico e social de suas histórias.

 

Que Deus nos ajude!!

 

Última modificação em Segunda, 11 Janeiro 2021 16:08