O passado nos traz diversos exemplos de ex-governadores, com Siqueira Campos, Marcelo Miranda, Sandoval Cardoso e Mauro Carlesse, que tiveram um séquito de apoiadores na Assembleia Legislativa, durante seus governos, mas quem, no fim, descobriram que nenhum deles era, de verdade, seu aliado e, sim, parlamentares que, obviamente, veem na proximidade do poder um modo mais fácil de desempenhar suas funções.
Por Edson Rodrigues
O Observatório Político de O Paralelo 13 vem acompanhando, do lado de dentro, os bastidores da política tocantinense, em meio a uma disputa pela presidência da Assembleia Legislativa para os próximos dois anos, e identificou a possibilidade de estar sendo “costurado” um acordo, sob a batuta do deputado estadual Ricardo Ayres, para a eleição do filho do governador Wanderlei Barbosa, deputado Leo Barbosa, para a segunda presidência da nova legislatura, no biênio 2025/2026,m como presidente da Casa de Leis, o que, a princípio, segundo alguns juristas, seria inconstitucional e, caso não o seja, servirá para “atrelar” as ações do governador, em relação à chapa encabeçada pelo deputado Amélio Caires.
No caso dessa chapa que traz Caires como presidente sair vitoriosa, nem Caires, nem os seus deputados/eleitores, muito menos o deputado federal Ricardo Ayres, irão ter a obrigatoriedade de lealdade para com o governador Wanderlei Barbosa.
Essa é uma “bomba relógio” programada para explodir daqui a dois anos, pois, com Caires eleito para este primeiro mandato da nova legislatura, há o risco constitucional de Leo Barbosa não poder se candidatar à presidência da Casa de Leis pelo fato de seu pai ser o governador.
Não há jurisprudência ou garantia de constitucionalidade em uma eleição combinada e antecipada, como se pretende, observam juristas. “Em nenhum estado brasileiro, nem no Congresso Nacional ou em nenhuma Câmara Municipal de nenhum município brasileiro, se tem notícia de tal absurdo e, como tudo será definido em uma única sessão, de uma tacada só, as duas podem ser contestadas juridicamente, sendo anuladas também em uma só tacada”, sentenciou um jurista experiente na área legislativa.
Faz-se, portanto, premente, que o próprio deputado estadual Leo Barbosa faça uma consulta a um jurista experiente, de preferência um ex-ministro do TSE, para se cercar de todas possibilidades de inconstitucionalidade e evitar riscos a si próprio e, consequentemente, ao seu pai, de ficar refém do Poder Legislativo, para que não ocorra o que já ocorreu em passado recente, de um governador ficar refém do Legislativo e terminar abandonado ou cassado, como contam os exemplos acima citados.
TODO CUIDADO É POUCO
Wanderlei Barbosa (FOTO) precisa assumir o governo que o povo tocantinense lhe outorgou atento a todas as possibilidades de “rasteiras”, “rabos de arraia” e outros tipos de golpes baixos – mesmo que programados para o futuro – que vêm camuflados de afagos, “apoios incondicionais” e rapapés.
É preciso estar sempre atento à ardilosidade dos seus adversários políticos e dos que foram derrotados por ele nas últimas eleições, tanto nas estaduais como nas de órgãos como Sebrae, Faet, Acipa etc.
Todo cuidado é pouco para não deixar escorrer pelos dedos o apoio da população e o reconhecimento vindo por meio dos votos, que o quer inteiro, pleno e “curraleiro”, como chegou ao seu primeiro mandato eleito de governador do Tocantins.
Tem que dormir com um olho aberto e outro fechado...