A 16 dias da eleição, 69% dos eleitores brasileiros ainda não decidiram em que vão votar para deputado federal e 70% ainda não decidiram o voto para deputado estadual. É o que mostra a nova pesquisa do Datafolha, encomendada pela TV Globo e pelo jornal Folha de S. Paulo, divulgada na última sexta-feira (16).
Por Edson Rodrigues
Os mais indecisos são os jovens (16 a 24 anos), com taxa de 77% de indecisos, os que têm ensino fundamental, com 74%, e os que vivem na região Sul, com 75%.
A pesquisa mostra que entre os que já decidiram o voto para deputado federal (31%), 14% vão votar em candidatos do mesmo partido ou da mesma coligação do candidato em que vão votar para presidente. Ao mesmo tempo, 9% vão votar em candidatos de coligação ou partido diferente; 7% não souberam dizer.
TOCANTINS: AINDA HÁ TEMPO
No Tocantins a situação não é diferente. Faltando duas semanas para o dia dois de outubro, Observatório Político de O Paralelo 13 teve acesso aos resultados de pesquisas sobre as intenções de votos proporcionais encomendadas por diversos grupos políticos ou empresariais de várias vertentes e os resultados revelaram que, em média, 43,5% dos eleitores ainda não decidiram seus votos para as eleições proporcionais.
Como em todo o Brasil, a maior parte dos indecisos está entre os jovens de 16 a 26 anos de idade e nos maiores colégios eleitorais – Palmas, Araguaína, Gurupi e Porto Nacional.
Apesar da campanha do TSE incentivando jovens de 16 anos acima a tirar seu título de eleitor, os jovens não conhecem boa parte dos candidatos a estadual ou federal, principalmente os que estão concorrendo à reeleição, e poucos parecem dispostos a realmente discutir a política. Há um descontentamento massivo.
Os eleitores que são chefes de família, que sustentam seus filhos com muita luta e diante da precariedade do serviço público nem sempre têm tempo de buscar conhecimento ou aprofundar-se no universo político e, os mais idosos não têm o mesmo acesso às redes sociais, como os jovens, ficando limitados a definir seus votos pelo conhecimento prévio dos políticos tradicionais ou pelos programas do Horário Obrigatório de Rádio e TV.
Traduzindo, são muitos os eleitores a serem conquistados e, para felicidade dos candidatos, ainda há tempo para isso. Os números mostram que ninguém já ganhou, assim como ninguém já está derrotado.
AMBIENTE POLÍTICO PROPÍCIO A MUDANÇAS
Não é novidade para ninguém que sociedade clama por mudança. E essa necessidade de mudar, testar algo novo, recomeçar, só pode ser atestada nos eleitores que estão atentos à realidade política atual. Esses eleitores anseiam por mais representatividade e desejam mudanças nas representatividades tanto na Assembleia, quanto na Câmara dos Deputados.
Mas, e os indecisos e os que pretendem votar em branco ou anular seus votos? O que querem esses eleitores?
Esses eleitores querem ser municiados de informações, saber o que os candidatos à reeleição para cargos proporcionais fizeram durante seus mandatos e o que os candidatos novatos pretendem fazer de diferente.
E isso só se consegue com um trabalho de marketing e de comunicação que dialogue especificamente com esses eleitores. O tempo do corpo a corpo do abraço e do tapinha nas costas já passou.
A campanha atual requer reuniões sem o clima festivo, mas com conteúdo didático, mostrando as propostas e as formas de aplica-las. Requer um investimento maior nas mídias tradicionais, jornais e sites de notícia, em que se possam detalhar ou o que já foi feito – e os resultados disso – ou o que se pretende fazer para mudar a realidade política atual.
E qual candidato proporcional tem feito isso? A resposta é poucos.
Isso deixa os candidatos a um primeiro mandato com um solo fértil para divulgar seus planos de ação, pois não têm medo de utilizar a mídia, sabem trabalhar nas redes sociais e estão mais antenados às novas formas de comunicação, enquanto que os candidatos à reeleição apostam em suas páginas de facebook, em seus sites parlamentares nos quais, se fizerem uma pesquisa, o total de acessos beira a nulidade, pois é nas mídias eletrônicas, nas redes sociais, nos veículos de comunicação que a população faz suas pesquisas.
Alguém, por acaso, já viu perfil de parlamentar aparecer em primeiro lugar nas pesquisas do Google?
Isso nunca aconteceu nem vai acontecer. São os sites de notícias e os veículos tradicionais de comunicação que estão sempre sendo consultados e são a primeira opção da população na hora da pesquisa por fatos.
Os tempos são outros, e o candidato que antes tinha seis meses para percorrer o Estado têm 45 dias para cumprir agenda, falar com as pessoas e neste cenário ter à imprensa tradicional e de credibilidade como aliada, pode abrir seu leque de divulgação e ter um número incalculável de pessoas alcançadas.
Fica a dica!