A CLASSE POLÍTICA DO TOCANTINS E O “GRANDE DILÚVIO”

Posted On Quarta, 02 Novembro 2016 21:27
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Como na história bíblica do dilúvio, enquanto Noé construía sua arca e avisava aos demais de que Deus mandaria um grande chuva que inundaria a tudo, não deixando “pedra sobre pedra’, ninguém lhe dava ouvidos, continuando a ocar suas vidas como se nada fosse mudar.

 

Por: Edson Rodrigues

 

Quando a grande chuva caiu e a água começou a inundar tudo, sem tomar conhecimento de estrutura, altura ou fortaleza, todos correram para a arca, mas, como Noé havia avisado, a porta já estava fechada.  Além dos seus animais e da sua família, não cabia mais ninguém.

A metáfora acima serve para o momento político que o Tocantins atravessa.  Os avisos foram muitos, os exemplos explosivos, mas ninguém deu a menor bola para o Mensalão, menos ainda para a Lava a Jato.

Mas, hoje, com a “chuva” das operações trovoando sob os céus tocantinenses, tal qual como aconteceu com Noé. A “porta da impunidade” está bem fechada, vedada pelas operações da CGU, do TCU, da PF, do MPF e  da Justiça Federal.

Os que não acreditaram nos avisos e continuaram a praticar atos de corrupção, licitação fraudulenta, superfaturar obras, provocar rombo no Igeprev, fraudar a venda da Saneatins, causar rombo de 9 bilhões nas contas da Saúde, triplicar preços de rodovias e outras malversações do erário público, não só laranjas, mas quem comandou e arquitetou tudo, estão, agora, em pleno dilúvio, sob as gotas dolorosas da Lei que, não por acaso, parecem mirara em suas cabeças.

Com toda essa “chuva”, poucos serão os que encontrarão abrigo para estar com as cabeças fora d’água até o ano de 2018, ano em que as portas da arca estarão abertas aos que quiserem ter a coragem de colocar seus nomes à disposição da população eleições, quando os partidos estarão articulando para o embate eleitoral com direito a uma vaga para governador e uma para vice, duas vagas para senador e duas de suplente, 12 para deputado federal e 24 deputado estadual.

Poucos serão os que ainda terão “oxigênio” fora da arca, assim como outros poucos poderão recorrer ao oxigênio fornecido pela Justiça, por meio de certidões que os tornem aptos a se registrar na candidatura. 

Por outro lado, muitos não poderão sequer ter acesso ao oxigênio da Justiça, já que podem estar guardados na casa de prisão, no presídio de Palmas, sem acesso ás máscaras ou aos escafandros.

Esses serão os que não acreditaram no dilúvio da força da Justiça e continuaram na escuridão praticando crimes contra o erário público.

Esses estarão, para sempre, fora da arca.

 

AMASTHA, EM PALMAS, KALIL EM BELO HORIZONTE E O ENTERRO COLETIVO DE VELHOS CACIQUES POLÍTICOS

O candidato que logrou vitória em Belo Horizonte, empresário Alexandre Kalil, do PHS, sem prometer nada só com discurso de que seria diferente dos políticos tradicionais, não aceitou nenhum político tradicional em seu palanque no segundo turno, evitou qualquer adesão e derrotou o candidato do senador Aécio Neves, João Leite do PSDB.

Assim, ou quase assim, foi e está sendo com prefeito Carlos Amastha, que expurgou o clã dos Abreu e companhia, além de ex- governadores, ex-prefeitos e deputados Federais e estaduais.

O único que não subiu em palanque foi governador Marcelo Miranda, mas ele também não apoiou o discurso do prefeito reeleito, que foi de duras críticas à atual classe política tocantinense.

 

Com a vitória de Amastha em Palmas, e com as atuais e futuras operações dos órgãos da Justiça, pouco se salvarão, haja vista que muitos processos contra gestores atuais e de outros mandatos também serão em breve apresentados e representados, materializando-se no verdadeiro dilúvio na política do Tocantins, em que poucos irão sobreviver.

E mais, os sobreviventes terão de se unir de forma a se fortalecer, mesmo que não seja por amor mútuo – o que é difícil – mas por instinto de sobrevivência e, assim construírem sua própria arca para os próximos dilúvios que se avizinham até 2018.

Amastha estará com a sua arca pronta, com seus escolhidos dentro e com a porta bem fechada, para que ninguém se atreva a tentar entrar.  Se os ocupantes irão sobreviver, só o futuro poderá dizer.

A data está marcada: três de outubro de 2018. Quem estiver vivo irá testemunhar um milagre. 

Ou não!