Por incrível que pareça, as pesquisas de intenção de voto para consumo próprio têm uma grande parcela de influência na elaboração do voto do eleitor. Embora sempre pairem dúvidas sobre a idoneidade dos levantamentos, com os candidatos que aparecem nas últimas posições contestando a veracidade dos dados e os que estão nas primeiras colocações enfatizando a “seriedade” dos dados coletados, as pesquisas sempre trazem algo de útil
Por Edson Rodrigues
O acima exposto tem como objetivo discutir o mérito da importância das pesquisas para consumo próprio em época de campanha eleitoral. O candidato a prefeito ou a vereador nas eleições de 15 de novembro próximo, independente se é para uma reeleição ou para um primeiro mandato, precisa ter um conhecimento prévio do “território” que estará em disputa e das forças que seus adversários dispõem, e só as pesquisas são capazes de revelar essas informações.
E não é apenas uma. Têm que ser duas ou, dependendo da situação, várias pesquisas para consumo próprio, realizadas por empresas diferentes, com intervalos coerentes entre uma e outra, encomendadas por parentes ou aliados de confiança, que leve os resultados em primeira mão, antes mesmo dos proprietários das empresas responsáveis pelo levantamento conhecerem os números, até o interessado, para que o quebra-cabeças das informações se encaixe de forma a proporcionar uma leitura correta do cenário.
ORGANIZAÇÃO E PLANEJAMENTO
Somente com os resultados em mãos é que o candidato vai poder estabelecer funções para os membros do seu staff, quem ficará responsável por qual área, para, enfim, montar as estratégias de campanha de acordo com os dados levantados sobre seus adversários, principalmente o terreno onde estará “pisando” e o “calibre” das armas que eles dispõem.
Durante a campanha, a cada 15 dias, uma nova pesquisa de consumo prpróprio deve ser realizada e, aqui, abrimos um parêntese para afirmar que se você é candidato e não tem condições financeiras de bancar sua candidatura, esqueça! Você não passa de um juvenil no meio de uma alcateia de lobos, principalmente se você pleiteia a vereança. As campanhas bancadas por outros candidatos a outros cargos acabaram, não existem mais, são coisa do passado.
Cada candidato só poderá contar com o Fundo Eleitoral e com os recursos do seu próprio bolso, e com todo o cuidado do mundo para não cometer crimes eleitorais. Tudo precisa estar de acordo com o que manda a Lei, para que não se corra o risco de ganhar e não tomar posse.
ANALISANDO AS PESQUISAS
Nas eleições deste ano, pelo caráter de excepcionalidade, com pandemia, nova data e tudo o que isso acarreta, os candidatos poderão ter uma noção da real viabilidade de sua pretensão eleitoral logos na pesquisa de consumo próprio realizada após os primeiros 15 dias de campanha.
Terá que ser uma pesquisa qualitativa, aquelas que mostram muito mais que apenas números. Ela funciona como se fosse uma radiografia do seu corpo inteiro, mostrando onde seu “corpo” funciona bem e onde precisa de “medicamentos”.
Certa vez, um candidato em uma eleição em Minas Gerais mostrou, em tom de reclamação, a Tancredo Neves, uma pesquisa que o trazia como o terceiro colocado nas intenções de voto. Tancredo olhou bem dentro dos olhos do reclamante e falou: “trabalhe mais, triplique seus esforços e vamos mostrar que esta pesquisa está certa, mas não reflete a realidade. Daqui a quinze dias, faça outra pesquisa e publique os resultados, e deixe que os eleitores os analisem”.
O insatisfeito acatou o conselho, trabalhou mais como foi recomendado e, ao fazer a segunda pesquisa, estava em segundo lugar. Ele divulgou os resultados nos principais veículos de comunicação doo município, mostrando seu crescimento, e voltou ao trabalho com ainda mais dedicação.
O resultado da eleição não poderia ser outro. O inconformado terceiro colocado no início da eleição acabou vencendo o pleito por quatro votos de diferença. Ou seja, se não tivesse analisado a primeira pesquisa, se aconselhado com um mestre e, principalmente seguido seus conselhos de dobrar a capacidade de trabalho a cada nova pesquisa, teria perdido a eleição para o seu próprio desânimo.
Ou seja, aquela primeira pesquisa que lhe era negativa foi o que salvou sua eleição.
Fica a dica!