Acusação de propina contra Moro fica no STF, decide Lewandowski

Posted On Terça, 11 Abril 2023 02:46
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STF vai apurar denúncia contra Moro e Dallagnol STF vai apurar denúncia contra Moro e Dallagnol

Advogado que trabalhou para a Odebrecht faz acusação contra o ex-juiz e Dallagnol

Por: Paulo Sabbadin

 

O ministro Ricardo Lewandowski decidiu, nesta 2ª feira (10.abr), que deve permanecer no Supremo Tribunal Federal (STF) a investigação da suposta tentativa de extorsão do ex-juiz Sérgio Moro e do ex-procurador da República Deltan Dallagnol ao advogado Rodrigo Tacla Duran.

 

A Procuradoria-Geral da República (PGR) defendeu que a apuração fique no STF, já que "alguns dos supostos atos podem ter sido praticados no exercício de cargos com foro especial por prerrogativa de função".

 

Em depoimento, Rodrigo Tacla Duran, que atuou para a construtora Odebrecht, entre 2011 e 2016, relatou ter sido abordado por pessoas ligadas a Moro, enquanto ele ainda era o juiz federal responsável pela Operação Lava Jato. Duran teria decisões favoráveis a seus clientes mediante pagamento de propina.

 

"E, porque eu não aceitei, eu não aceitei ser extorquido, e falar o português claro - que ele gosta do linguajar de cadeia - de ser 'arregado', é que eu fui perseguido até hoje", relatou o advogado à Justiça.

 

No depoimento, Duran também afirmou ter sido perseguido pelo ex-coordenador da Operação Lava Jato e, agora, deputado federal, Deltan Dallagnol.

"O que estava acontecendo não era um processo normal. Era um bullying processual, onde me fizeram ser processado, pelo mesmo fato, em cinco países. Por uma simples questão de vingança, por eu não ter aceitado ser extorquido", argumentou Rodrigo Tacla Duran.

 

O advogado Rodrigo Tacla Durán, acusado de lavagem de dinheiro pela operação Lava Jato, voltou aos holofotes ontem ao prestar um depoimento tentando implicar o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol.

 

No depoimento, ele cita um suposto caso de extorsão envolvendo Moro e Deltan e entregou algumas fotos e vídeos como provas. Como Moro e Deltan tem foro privilegiado, o juiz Eduardo Appio, que conduz agora os processos da Lava Jato, remeteu o caso ao STF.

 

Quem é Tacla Durán?

O advogado Rodrigo Tacla Durán, acusado de lavagem de dinheiro pela operação Lava Jato, voltou aos holofotes ontem ao prestar um depoimento tentando implicar o ex-juiz Sergio Moro e o ex-procurador Deltan Dallagnol.

 

No depoimento, ele cita um suposto caso de extorsão envolvendo Moro e Deltan e entregou algumas fotos e vídeos como provas. Como Moro e Deltan tem foro privilegiado, o juiz Eduardo Appio, que conduz agora os processos da Lava Jato, remeteu o caso ao STF.

 

Seria uma acusação grave, se não fosse o personagem envolvido. Para quem não conhece o advogado, Tacla há seis anos faz acusações contra um amigo de Moro, Carlos Zucolotto Junior, que foi sócio da mulher do ex-juiz, Rosângela. Desde 2017, ele diz ter recebido pedido de propina para auxiliar na negociação de delação premiada. Mas isso nunca ficou provado.

 

Só para lembrar, Tacla Durán teve sua prisão preventiva decretada pelo juiz Luiz Antonio Bonat sob acusação de envolvimento em um esquema de lavagem de dinheiro para a Odebrecht. Ele só não foi preso porque estava foragido na Espanha.

 

“O risco à ordem pública configura-se, no caso, pela dimensão concreta dos fatos delitivos, eis que o contexto é de atuação profissional, longa e sofisticada do acusado na intermediação de propinas em contratos públicos, com utilização de expedientes de ocultação e dissimulação de estruturas corporativas, contas e transações”, disse Bonat, na decisão referente a Tacla.

 

Somente para refrescar a memória do nosso leitor (a), em uma das denúncias envolvendo Tacla Durán, o codinome “Alicate” aparece em arquivo do sistema Drousys da Odebrecht – em referência ao excelentíssimo advogado – com as operações de lavagem de propina para o ex-gerente da Petrobras Simão Tuma.

 

“A partir de detida análise da planilha em questão é possível verificar tratar-se de documento por meio do qual Rodrigo Tacla Duran controlava os atos de lavagem realizados em benefício de Simão Tuma”, diz o MPF, sobre um dos documentos do sistema de operações estruturadas da Odebrecht.

 

Além disso, o advogado tentou emplacar uma delação premiada na Procuradoria-Geral da República em 2020 implicando Moro. Sem provas, o processo foi arquivado no ano passado, já sob gestão de Augusto Aras.

 

É esse personagem que agora quer ganhar os holofotes como o delator-geral da República.