O adiamento das eleições municipais será bom para os prefeitos que estão em dia com os compromissos, obras em construção e dinheiro em caixa para manter o pagamento dos servidores nas datas corretas e manter os compromissos com fornecedores e prestadores de serviço e para os candidatos de primeira viagem ter a chance de mostrar suas propostas.
Por Edson Rodrigues
Da mesma forma que será péssimo para os prefeitos que apresentam altos índices de rejeição e excelente para os eleitores terem a oportunidade de evitar votar em falsos profetas.
Serão 42 dias a mais de articulações, reposicionamentos e reajustes nas campanhas, lembrando sempre que não haverá coligações proporcionais.
ABSTENÇÃO RECORDE
Outro fator a se levar em consideração é o fato do pleito ser realizado em plena pandemia de Covid-19, com uma massa inédita de desempregados, 68% dos tocantinenses endividados e as classes empresarial e comercial com prejuízos históricos.
Dezenas de famílias perderam entes queridos para a pandemia, centenas estão infectados e os que não estão, vivem apavorados com a parcela da população que insiste em não respeitar as regras de isolamento social, proporcionando a possibilidade de infectar milhares.
Chefes de família que viram a fome adentrar as portas de suas casas, outros vendo essa possibilidade cada vez mais próxima.
Esses serão os eleitores que decidirão o futuro dos 139 municípios tocantinenses. E essa decisão pode vir por meio do voto ou da abstenção, sua única forma de protesto em relação à classe política que deixou a situação ficar nos níveis que está.
Dificilmente os caixas 2, 3 ou 4 deixarão de existir nessas eleições, pois, mesmo com os órgãos fiscalizadores atentos e preparados, a pandemia vai impedir muitos tipos de fiscalização, e com uma eleição tão diferente e difícil, os candidatos farão de tudo para ganhar, mas a imprensa está de olho.
O tempo dirá”.
MDB PALMENSE E O “PECADO CAPITAL”
O MDB de Palmas deixou de apoiar a candidatura a prefeito do seu presidente, deputado Valdemar Jr. quando este colocou seu nome como opção. Um político que já foi vereador por vários mandatos e deputado estadual reeleito, Valdemar Jr. foi desprezado por seus principais “líderes”, enquanto a “ala marcelista” saiu em busca do nome do ex-prefeito Raul Filho para ser o candidato da legenda.
Filiando ao MDB já com a garantia de que seria o candidato a prefeito, Raul Filho, sem dúvidas, tem um patrimônio político pessoal de respeito, porém, intransferível. Prova disso é que não conseguiu eleger sua esposa para deputada federal, inclusive com uma votação risível em Palmas.
Raul filho tem várias condenações judiciais nas esferas federal e estadual e dificilmente conseguirá o registro de sua candidatura a qualquer cargo eletivo para o pleito deste ano. Nas últimas eleições à prefeitura de Palmas, condenado por um crime que não envolvia corrupção, mas uma questão de crime ambiental, foi candidato por força de liminar, mas acabou impedido de votar pela Justiça Eleitoral, protagonizando um fato inédito, no qual o próprio candidato não Pôde votar em si mesmo, pois, perante a Justiça Eleitoral, seus direitos políticos estavam suspensos por oito anos. Após a filiação de Raul Filho ao MDB de Palmas, uma nova sentença, proferida no dia 1º deste mês, sobre outro crime, jogou uma pá de cal em suas pretensões de concorrer às eleições municipais deste ano. Em sua última condenação, Raul foi condenado a 9 anos de prisão e sete anos de detenção por corrupção passiva, fraude à licitação, dispensa de licitação e outros crimes praticados nos dois mandatos à frente da prefeitura da capital, entre 2005 e 2012.
CONSELHOS DE BRASÍLIA
O ex-governador Marcelo Miranda, afastado do comando do partido desde a sua última prisão, que durou quatro meses, e aproveitando o fato de a Justiça Federal ter julgado ser incapaz de julgar sua ação e transferido a responsabilidade para a Justiça Eleitoral, até que encaminhava bem sua volta ao comando do MDB do Estado, apesar dessa decisão no o ter inocentado nem o condenado.
Muitos de seus companheiros e correligionários já se encontravam em Palmas os cumprimentos formais de boas vindas, inclusive uma comitiva de Porto Nacional, liderada pelo presidente do Diretório Municipal, Arlindo Almeida, juntamente com o prefeito, Joaquim Maia. Mas, uma ligação de Brasília, por volta das 15h de ontem, vinda do Diretório Nacional do MDB, aconselhou Marcelo a não reassumir o cargo de presidente da legenda no Tocantins.
Uma fonte nos confidenciou que os motivos seriam o fato de Marcelo Miranda ter sido cassado duas vezes do cargo de governador e uma, do cargo de senador, o que o deixaria em situação proibitiva de gestão de recursos federais.
A fonte nos adiantou que há movimentação para que a questão seja resolvida em breve em Brasília, mas, sem garantias.
Isso Nos leva à questão de saber como fica o MDB em Palmas, em Pleno ano eleitoral? O partido já tem uma chapa de candidatos a vereador, dentre eles, três candidatos à reeleição. Qual será a solução que o MDB terá para não ficar fora do páreo e, consequentemente não prejudicar esses candidatos?
Só podemos concluir que o MDB palmense está pagando um “pecado Capital”, por não ter dado o devido reconhecimento às pretensões do seu presidente metropolitano, deputado Valdemar Jr., se transformando em uma nave sem rumo, sem comando e sem combustível para chegar ao seu destino.
“Aqui se faz, aqui se paga!”