Quando a tentativa de calar a imprensa parte de governantes, então, aí é que o povo desconfia. Lula tentou e no auge de sua popularidade, não conseguiu. Bolsonaro já colhe frutos
Por Edson Rodrigues
O ex-presidente Fernando Collor de Melo caiu por dois motivos: afronta ao Legislativo e tentativa de calar a imprensa. o presidente mais popular – e mais corrupto - da história do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, quis enquadrar a imprensa e, mesmo do alto dos seus 87% de aprovação pública, Há época, não conseguiu. O Presidente eleito e diplomado, Jair Bolsonaro, famoso por não “dar muita trela” à imprensa, já começa a colher os frutos desse relacionamento conturbado, e é a “bola da vez” nos noticiários, com diversos veículos nacionais aproveitando as informações do Coaf – Conselho de Controle de Atividade Financeira – para trazer à tona até os mínimos deslizes cometidos pelo “capitão”.
Mexer com a liberdade de expressão, é mexer em um vespeiro e trazer contra si toda a desconfiança e despertar a má vontade da população em analisar o que se dizer em defesa própria.
É por isso que a imprensa é chamada de “o quarto poder”.
DIREITO DEFENDIDO
A liberdade de expressão é direito de suprema importância para que a sociedade possa conhecer e se defender de possíveis arbitrariedades cometidas pelo poder público. É condição primordial para que o Estado seja caracterizado como sendo democrático. Os direitos fundamentais possuem íntima vinculação com as noções de Estado de Direito e Constituição, uma vez que juntamente com a definição da forma de Estado, sistema de governo e organização do poder, integram a essência do Estado Constitucional. Por esta razão, estes direitos exercem papel mais amplo que a simples limitação do poder estatal, tornando-se critério de legitimação da ordem constitucional. A liberdade de imprensa estabelece um ambiente no qual, sem censura ou medo, várias opiniões e ideologias podem ser manifestadas e contrapostas, ensejando um processo de formação do pensamento.
Um povo só consegue lutar pelos seus direitos se os conhece. Por isso, nos dizeres de Rui Barbosa, “a palavra aborrece tanto os Estados arbitrários, porque a palavra é o instrumento irresistível da conquista da liberdade. Deixai-a livre, onde quer que seja, e o despotismo está morto”. A liberdade de expressão é a luta do homem em busca do seu próprio espaço, é a possibilidade de manifestar o que o seu íntimo exprime. Feliz do povo que hoje pode usufruir deste direito fundamental, pois durante muito tempo gerações, em troca de suas próprias vidas, foram obrigadas a se submeter ao poder dos mais abastados, que impediam que a verdade fosse revelada. A liberdade de imprensa é um eficaz instrumento da democracia, com ela se pode conter muitos abusos de autoridades públicas, motivo pelo qual, há muito tempo a defesa desse direito fundamental é considerada prioridade no âmbito da sociedade.
CASO BORSOLNARO
Desde a primeira eleição via voto direto, após a ditadura, os militares se aquartelaram e assumiram a atitude de “dever cumprido”, mas permaneceram sempre vigilantes.
A chegada de Bolsonaro e do general Mourão trouxe às famílias brasileiras a esperança de um país mais seguro, disciplinado e ordeiro, mas, ao mesmo tempo, deixou a imprensa, duramente tratada durante os governos militares, de sobreaviso.
Ao gaguejar para responder às informações saídas dos arquivos da Coaf, a família Bolsonaro se colocou em uma situação dúbia, já que se apresentou, durante a campanha, como a personificação da honestidade.
Afirmar que 24 mil reais não são nada perto dos milhões roubados nos últimos governos é, no mínimo, brincar com a opinião pública. Agora, que a “conta” já passa da casa do milhão, percebe-se que a população está receosa de ter sido novamente traída por um falso “messias” e que a mídia não está nem um pouco preocupada com a presença de militares no governo Bolsonaro.
A liberdade de expressão e de imprensa, pertencem ao povo, estão na constituição e, tentar ataca-la, pode ser o começo do fim do que nem começou ainda, para Bolsonaro.