Ainda há desconfianças dos setores ligados ao ainda presidente sobre fidelidade do dirigente do PL, um lulista no passado
Por Evandro Éboli
Na última terça-feira, dia 8, Valdemar da Costa Neto, dono do PL, convocou a imprensa para dizer que seu partido iria fazer oposição a Lula e que Jair Bolsonaro teria plenos poderes na legenda, com direito a sala especial na sede e o “maior salário possível” a ser pago.
Na plateia, estava a parcela bolsonarista raiz do PL. São aqueles deputados eleitos em 2018 pelo PSL e agora reeleitos no partido de Valdemar e Bolsonaro. Não se via ali parlamentares veteranos eleitos do partido, que já foram até base de apoio de Lula em outros tempos.
Essa parcela bolsonarista não estava ali à toa. Foram vigiar de perto como Valdemar conduziria a conversa com os jornalistas. Foram a mando de Bolsonaro. Era uma forma de pressão, para checar se o dirigente iria dizer tudo que fora combinado na conversa entre ele e o presidente.
Esses bolsonaristas ficarão de olho em Valdemar durante 2023. Apesar do discurso de oposição a Lula, receiam que ele, lulista no passado, tenha uma “recaída” e leve seu partido para o lado do Palácio do Planalto, em votações no Congresso Nacional.
Pouca gente ou quase ninguém da bancada acredita na garantia de Valdemar de que o partido terá candidato próprio e com chances de disputar a presidência do Senado. Na reunião da bancada, na quarta-feira, vários deputados disseram que a reeleição de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) são favas contadas.
Em suma: há desconfianças em relação a Valdemar nesta ala bolsonarista do PL.