O senador Irajá Abreu vem percorrendo os municípios do interior do Tocantins sem alarde e sem alarido com o nome do deputado federal Osires Damaso, que até então, é o candidato do PSD a governador.
Por Edson Rodrigues
Isso foi muito notado em Novo Alegre, pois o comportamento dos pré-candidatos a deputado estadual e federal do partido é o mesmo.
Damaso anunciou sua intenção de disputar o governo há tempos, inclusive com o apoio do ex-prefeito de Palmas, carlos amastha, (foto) do deputado estadual Jr. Geo e do empresário gurupiense Oswaldo Stival, mas sua pré-candidatura só tomou visibilidade e virou notícia nos veículos de comunicação de credibilidade, após o senador Irajá Abreu se juntar ao seu grupo de apoiadores, em ato político devidamente divulgado.
Ex-prefeito carlos amastha
O Observatório Político de O Paralelo 13 vem notando que o apoio de Irajá a Osires Damaso é restrito ao próprio Irajá, ainda mais se juntarmos as declarações desencontradas da senadora Kátia Abreu, mãe de Irajá, de que foi “pega de surpresa” com o anúncio do apoio à Damaso.
Pelo que se conhece de Kátia Abreu, ela está falando a verdade, pois nunca foi uma pessoa de “duas palavras”, pelo menos na política, e esse “espanto” da mãe quanto á atitude do filho parece ser genuíno e é reforçado pelo fato de nenhum pré-candidato a deputado estadual ou federal do PSD estar falando uma linha sobre apoiar Damaso para o governo ou se manifestando positivamente dentro do grupo político criado a partir da declaração de apoio de Irajá.
IRAJÁ PODE SER O CANDIDATO A GOVERNADOR?
Senador Irajá Abreu e Osires Damaso
A partir dessas constatações, a arquitetura do apoio de Irajá a Damaso assume o desenho de uma condicionante, que é um desempenho positivo de Damaso nas pesquisas de intenção de voto divulgadas nos próximos 14 dias, para que esse apoio se concretize. Caso contrário, o próprio Irajá assumiria a candidatura ao governo pelo grupo político que “desenhou”.
Enquanto isso, os eleitores continuam vendo a atual corrida sucessória “de binóculos”, sem demonstrar muito interesse, com total frieza em relação aos nomes já apresentados. Isso é um fato.
O motivo dessa frieza dos eleitores foi a antecipação equivocada do processo sucessório em território tocantinense, que vem acontecendo já há dois anos e fez com que muitos nomes se desgastassem, diminuindo a “paixão” dos seus próprios apoiadores e aumentando as desconfianças de que a Polícia Federal pode “intervir” e modificar todo o tabuleiro sucessório, ou seja, por qual motivo o eleitor deve se preocupar, agora, em analisar as candidaturas postas à sua apreciação, se elas podem nem acontecer?
Até o governador Wanderlei Barbosa que tem se mantido em evidência positiva na mídia, não conseguiu deslanchar à frente dos seus adversários nas pesquisas, permanecendo um cenário em que até mesmo o candidato que aparece como último colocado na última pesquisa divulgada, pode chegar ao segundo turno.
Wanderlei Barbosa e apoiadores
Wanderlei Barbosa vem sempre aparecendo em primeiro lugar nas pesquisas, seguido de perto pelo ex-prefeito de Araguaína, Ronaldo Dimas, o que, em tese, garantiria a presença dos dois no segundo turno. Mas na política nada é exato, e os dois precisam “ficar espertos”, pois o jogo só será jogado após as convenções partidárias, quando todos os nomes e posições estarão definidos e o eleitor iniciar a avaliação de cada chapa.
Segundo o apurado pelo nosso Observatório Político, Dimas deve entrar de corpo e alma nos trabalhos pesados de preparação da campanha a partir do próximo dia 20. Seu coordenador político, senador Eduardo Gomes, está chegando à Palmas nesta sexta-feira para definir as estratégias com políticos e lideranças de várias regiões do Estado.
Já o PT de Paulo Mourão aposta na vida de Luís Inácio Lula da Silva ao Tocantins para turbinar a campanha de Mourão que, sabidamente, sempre é feita com muita garra e muita dedicação dos militantes.
Paulo Morão e Lula
Como sempre foi apontado pelo Observatório Político de O Paralelo 13, muitas desavenças, traições, ajuntamentos e surpresas ainda estão por vir.
A situação só vai desanuviar após a realização das convenções partidárias, cujo prazo final é dia cinco de agosto, quando os verdadeiros concorrentes serão conhecidos pelos seus nomes, assim como seus candidatos a vice-governador e a senador.
Por enquanto, a sensação que se tem, é de que as candidaturas a governador estão incompletas, sem “alma”.
TUDO CALCULADO?
Um candidato a deputado federal na chapa criada pelo senador Irajá Abreu, assegurou ao nosso Observatório Político que as chances de Irajá vir a ser candidato ao governo são reais e plausíveis, e que tudo está sendo calculado milimetricamente para que ele seja um dos dois participantes do segundo turno eleitoral.
Segundo essa fonte, até mesmo a frieza dos eleitores em relação aos atuais candidatos está sendo levando em conta, assim como o fato de os pré-candidatos das chapas proporcionais de oposição ao Palácio Araguaia estarem trabalhando silenciosamente, cuidando apenas das suas próprias pretensões e sobrevivência políticas, construindo alicerces para suas eleições, sem se preocupar e, muito menos, trabalhar para os candidatos a governador ou senador.
Senadora Kátia Abreu
Todo esse cenário na política tocantinense pode ter feito o senador Irajá Abreu “puxar o freio de mão”, uma vez que reúne condições de vir a ser o candidato ao governo com o apoio do PSD, seu partido, e do PP, partido de sua mãe, Kátia Abreu, o que lhe valeria um Fundo Eleitoral de quase 700 milhões de reais, somando as duas legendas, assim como um tempo no Horário Obrigatório de Rádio e TV de 20 minutos, mais 40 inserções para cada um.
Caso o Avante e o Patriota deixarem a candidatura de Osires para se juntar à Irajá, os valores e o tempo serão consideravelmente majorados, criando uma estrutura de campanha monstruosa.
Osires Damaso segue candidato e Irajá Abreu segue trabalhando. Qual dos dois estará com a foto na urna eletrônica em dois de outubro, só o tempo dirá!
Por hoje é só!