A sucessão municipal em Araguaína teve, nesta quinta-feira, dia sete, seu principal ponto de ebulição até agora. O prefeito, Wagner Rodrigues, exatamente no dia e que se filiou ao União Brasil, da senadora Dorinha Seabra e do deputado federal Carlos Gaguim, fez publicar no Diário Oficial do município as demissões – falam em 32 – de aliados do seu ex-vice-prefeito e, agora, ex-aliado, deputado estadual Marcus Marcelo
Por Edson Rodrigues
A decisão de Wagner Rodrigues mostra não só um destempero emocional, pela forma com que exonerou pessoas que vinham prestando bons trabalhos em sua administração, como o ex-deputado estadual Raimundo Palito, que ocupava a secretaria executiva da Saúde, sem uma motivação plausível, que não seja a vingança política, como mostra, também, uma falta de inteligência e de estratégia políticas que só um desejo de vingança justificaria. Afinal, ao exonerar os indicados por Marcus Marcelo que faziam parte do seu governo, Wagner Rodrigues elimina, na cabeça de cada um dos exonerados, qualquer resquício de dúvida sobre quem apoiar na eleição de outubro, ou seja, perde lideranças importantes dentro de Araguaína, que poderiam ser seus interlocutores, justamente na questão do “eu estive com os dois, e preferi ficar com o prefeito”.
Raimundo Palito
Vale lembrar que, dias atrás, Marcus Marcelo anunciou que apoiaria o também deputado estadual Jorge Frederico, na busca pela prefeitura de Araguaína, candidato apoiado pelo governador Wanderlei Barbosa e pelo grupo palaciano.
QUEDA DE MÁSCARA REVELA INGRATIDÃO
Marcus Marcelo renúncia ao cargo de vice prefeito para assumir a mandato de deputado estadual
Outra lembrança que precisa ser feita é que os exonerados, mesmo aliados de Marcus Marcelo, trabalharam pela eleição de Wagner Rodrigues para prefeito, e foram cabos eleitorais dedicados e eficientes, pois, buscando a ascensão de Marcus Marcelo, presidente da Câmara Municipal de Araguaína por três mandatos, transformaram sua lealdade em votos para Wagner Rodrigues, pois, todos sabem, Marcus Marcelo e seus apoiadores foram fundamentais para a vitória do atual prefeito. No mínimo, uma ingratidão imensa para com eles.
Não se contesta o direito nem a legitimidade de um prefeito exonerar quem queira em sua administração. O problema foi a forma como o ato se desenvolveu, com claras nuances de vingança, contrariando a imagem e o discurso até então entoado por Wagner Rodrigues. A “máscara” do prefeito de Araguaína não resistiu nem aos primeiros lances da pré-campanha, nem às primeiras acomodações de forças políticas.
Se continuar a agir assim, entregando, de bandeja, bons nomes, como conhecimento político e votos, em Araguaína, direto no colo de quem será seu principal adversário na disputa pela prefeitura, Wagner Rodrigues dará a certeza à população de Araguaína que o candidato à reeleição é bem diferente daquele candidato que pregava ser o “candidato de família e da união” e que, realmente, a máscara caiu.
TROCA QUESTIONÁVEL
O prefeito Vagner Rodrigues e o deputado Federal Alexandre Guimarães
Para piorar, Wagner Rodrigues vem trazendo paraquedistas para ocupar os cargos que ficaram vagos em sua equipe, após as saídas dos aliados de Marcus Marcelo. Para o lugar de Raimundo Palito, por exemplo, trouxe o líder político de Nova Olinda, Adriano Bessa, por indicação do deputado Alexandre Guimarães, segundo informação dos bastidores.
Nada contra Adriano Bessa, apenas o questionamento: eleitores de Nova Olinda votam em Araguaína? Bessa pode fazer a melhor gestão de todos os tempos como secretário executivo da Saúde, mas isso não vai render nenhum voto a mais para Wagner Rodrigues.
Agora, cabe às lideranças políticas de Araguaína e à população fazer seus próprios julgamentos sobre as atitudes tomadas por Wagner Rodrigues e sobre qual Wagner Rodrigues irá disputar a reeleição.
De um divórcio consensual, sem brigas, quando Marcus Marcelo renunciou ao cargo de vice-prefeito, a um divórcio litigioso e hostil, bastou uma máscara cair...
Oremos!