AS ENTRELINHAS DA PESQUISA DO INSTITUTO PARANÁ NO TOCANTINS

Posted On Segunda, 06 Setembro 2021 07:04
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Por Edson Rodrigues

Goiânia, aos seis dias do mês de setembro de 2021

 

 

O Instituto Paraná Pesquisas, um dos mais renomados do Brasil na atualidade, divulgou o resultado de um levantamento feito entre os dias 26 e 30 de agosto no Tocantins, para os cargos de governador e senador, em que ouviu 1.526 eleitores em 72 municípios por meio de entrevistas pessoais telefônicas (sem o uso de robôs).

 

Os resultados apresentados deixam a entender que o foco da pesquisa foram os municípios da Região Norte do Estado, incluindo os municípios do Bico do Papagaio e Araguaína, uma vez que apresentam superioridade numérica para os candidatos dessa Região para os cargos pesquisados, apesar de o Instituto não especificar onde foi realizado o levantamento.

 

Outra particularidade do levantamento, é o nome da deputada estadual Luana Ribeiro como candidata ao Senado, coisa que nem a própria Luana ventilou.  Se levarmos em conta que Luana Ribeiro é natural de Araguaína e que seu desempenho na última eleição para deputada estadual não apresenta um bom desempenho nos municípios das regiões Central, Sul e Sudeste, fica cristalino que a pesquisa foi realizada em municípios da Região Norte.

 

Deputada Luana Ribeiro liderando para o senado

 

Outro dado que reforça esta análise é o fraco desempenho da senadora Kátia Abreu, que já está em seu segundo mandato na Câmara Alta, foi ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento durante o segundo governo da ex-presidente Dilma Rousseff, e foi candidata à vice-presidente da República nas Eleições presidenciais de 2018. 

 

Mesmo com todo esse cacife, Kátia aparece com 14,2% das intenções de voto e está numericamente atrás da deputada estadual Luana Ribeiro, com 15,8%; da deputada federal Dorinha Rezende (DEM), com 14,9%; e à frente do governador Mauro Carlesse (PSL), com 14% — todos estão dentro da margem de erro.

 

POSIÇÃO DE CARLESSE É CONFORTÁVEL

 

Utilizando os mesmos critérios de avaliação, quem aparece muito bem nessa pesquisa é o governador Mauro Carlesse, que obteve 14% das intenções de voto, segundo a pesquisa do Instituto Paraná, sem sequer ter colocado seu nome como pleiteante à única vaga em disputa no Senado.

 

Seu desempenho na pesquisa é uma espécie de “selo de bons serviços prestados”, uma vez que Carlesse passou praticamente a metade de seu governo – dois anos e nove meses – enfrentando uma pandemia, logo após ter sido obrigado a cortar na própria carne para reenquadrar o Estado à Lei de Responsabilidade Fiscal, demitindo milhares de servidores contratados ou comissionados, extinguir gratificações, fundir ou extinguir órgãos e recolocar a máquina estatal nos eixos, depois de herdar um Estado praticamente falido, vindo de um governo retirado do poder a partir de um impeachment, que impossibilitou Marcelo Miranda de terminar seu governo, o jogou na cadeia por 120 dias para, depois, a Justiça Federal se declarar impossibilitada de dar uma sentença pela ausência ou fragilidade de provas, devolvendo o caso ao TSE que, depois, restituiu a elegibilidade ao ex-governador, mas deixou milhares de fornecedores e prestadores de serviço com atrasos de até 120 dias em seus pagamentos, num dos casos mais nebulosos da história política do Tocantins.

 

Governador Mauro Carlesse e deputados em lançamento de obras

 

Hoje, mauro Carlesse comanda um Estado apto a receber recursos e celebrar convênios com o governo Federal, tem as contas públicas equilibradas e dinheiro em caixa para iniciar o maior programa de obras que o Tocantins já foi palco, com ordens de serviços para os 139 municípios e “obras de estado” como a construção dos hospitais regionais de Araguaína e Gurupi, a nova ponte sobre o Rio Tocantins em Porto Nacional e recuperação e recapeamento de rodovias e estradas vicinais.

 

A gestão de Mauro Carlesse tem 50% de aprovação popular e, a projeção é que, após a conclusão ou com o andamento das obras que implantou, chegue à casa dos 68% a 70% de aprovação.

 

Mesmo sem lançar seu nome para o Senado, Carlesse está com seu nome bem lembrado pela população, e o resultado dessa pesquisa é uma comprovação de que, mesmo tendo seu reduto eleitoral na Região Sul do Estado, a Região Norte também está reconhecendo seu trabalho, que levou várias obras, algumas entregues, outras ainda em andamento, que beneficiam todos os municípios, desde o Bico do Papagaio até Araguaína.

 

A permanecer nesse ritmo, com as obras sendo vinculados a quem de direito,  e com o programa Tocantins Tocando em Frente em pleno desenvolvimento, Mauro Carlesse tem um potencial fortíssimo para ser o candidato vitorioso à única vaga disponível no Senado Federal para o Tocantins. O tempo e o futuro dirão!

 

EDUARDO GOMES

 

Outro que não tem nada a reclamar sobre os resultados apresentados pela pesquisa do Instituto Paraná é o senador Eduardo Gomes, líder do governo de Jair Bolsonaro no Congresso Nacional. Primeiro que, historicamente, seu nome sempre aparece nas últimas colocações nas pesquisas de intenção de voto no início dos levantamentos, mas ele sempre acaba eleito, como foi o caso da sua eleição para o Senado, em que era o quarto colocado nas pesquisas e acabou como o senador mais bem votado do Estado, causando até certo desconforto aos institutos.

Senador Eduardo Gomes com prefeitos

 

O Observatório Político de O Paralelo 13 vem acompanhando a definição dos nomes para o governo do Estado e Eduardo Gomes, até hoje, trata sua candidatura ao Executivo Estadual como “apenas uma possibilidade” para 2022, mesmo que dezenas de prefeitos e vereadores, deputados federais e estaduais, dirigentes partidários, lideranças classistas e o povo em geral, o tenham como “objeto de desejo” no cargo de governador a partir de 2023.

 

Quem fala na candidatura de Eduardo Gomes a governador são essas pessoas, enquanto que, com a humildade que lhe é característica, o senador segue tocando o seu trabalho, mantendo o foco em beneficiar, sempre que possível, ao povo tocantinense e dirimir suas demandas, se dividindo entre Brasília e o Tocantins, aonde vem mantendo reuniões regionais com prefeitos e vereadores e viajando para as cidades que recebem os frutos de sua atuação parlamentar, com entrega de maquinário pesado, recursos para a Saúde Pública, equipamentos para lavouras comunitárias e verba para outras ações, sempre sem tocar no assunto candidatura.

 

Mesmo assim, todo o meio político comenta que uma das duas vagas no segundo turno é de Eduardo Gomes, caso ele responda positivamente aos chamamentos que ecoam por todo o Tocantins.

 

Sua presença em uma chapa com outros bons nomes, com o diverso grupo político que o apóia, parece ser a única maneira de se evitar um segundo turno nas eleições para o governo do Estado em 2022.

 

Mas, até lá, ainda há muita coisa para acontecer.

 

RESULTADO CASTRATRÓFICO PARA KÁTIA E IRAJÁ

Quem não está comemorando o resultado da pesquisa do Instituto Paraná, certamente, é o clã dos Abreu.  Duas vezes senadora da república, uma vez deputada federal, ex-ministra da agricultura, ex-presidente da Confederação Nacional da Agricultura, ex-presidente da Federação da Agricultura do Tocantins por vários mandatos, atual presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado, Kátia Abreu aparece atrás da deputada estadual Luana Ribeiro.  Já seu filho, senador Irajá Abreu, aparece na última colocação na corrida pelo governo do Estado, o que inclui, se não for ele o candidato, a pessoa que resolver apoiar.

 

Pode-se considerar o resultado da pesquisa do Instituto Paraná como um “soco na boca do estômago” das pretensões políticas do clã dos Abreu, que deixa à senadora a vaga como ministra do Tribunal de Contas da União, como sua melhor alternativa política no momento.  Se, por acaso, sua indicação não ocorrer, só resta à senadora calças “as sandálias da humildade” e tentar uma vaga de deputada federal, pois o Senado, para ela, parece ser uma coisa distante.

 

A pesquisa demonstra, também, que Irajá Abreu não tem votos para transferir, seja para ele mesmo, seja para o candidato que, porventura, resolver apoiar para o governo do Estado, colocando o futuro político dos Abreu contra a parede, numa situação de instabilidade política em relação á sua representatividade no Estado.

 

RETRATO REGIONAL DO MOMENTO

 

Trocando em miúdos, não se pode tomar a pesquisa do Instituto Paraná que ora se apresenta, como um indicativo geral do Estado, mas, sim, como um retrato de um momento regional, restando aguardar um levantamento que priorize os municípios da Região Sul do Tocantins, para, só então, podermos medir as forças de cada grupo político em relação às eleições de 2022.

 

Ex-prefeito de Araguaína Ronaldo Dimas

 

Tendo foco na Região Norte, como tudo indica que foi este levantamento, é absolutamente natural que os resultados tragam os nomes que representam a região pesquisada nas primeiras colocações. Ressaltando que Ronaldo Dimas, que aparece em primeiro lugar para o governo do Estado é, também, o único declaradamente pré-candidato ao governo desde que deixou a prefeitura de Araguaína, onde desenvolveu uma ótima administração, mas que deve dividir essa condição aos apoios políticos do próprio senador Eduardo Gomes, que empenhou 102 milhões de reais para obras no município, além de outros 100 milhões de reais transferidos para os cofres municipais da cidade por intermédio das ações dos deputados federais César Halum e Lázaro Botelho, por meio de emendas impositivas.

 

A habilidade de Dimas trouxe, também, apoio do governo de Mauro Carlesse, que firmou parcerias com o município, facilitando o bom desempenho de Ronaldo Dimas frente à prefeitura de Araguaína, o que, obviamente, teve reflexos em todos os municípios do entorno e da Região do Bico do Papagaio, que dependem de Araguaína em vários setores, como a Saúde Pública.

 

Ou seja, Ronaldo Dimas, por enquanto, é o único candidato real ao governo do Estado, e só o é, por conta dos apoios que recebeu em sua gestão na prefeitura de Araguaína, de nomes que podem ser inseridos na disputa eleitoral de 2022 e que devem ter seus papéis destacados e valorizados para a atual situação de Dimas nas pesquisas.

 

Na hora em que for “dado a César o que é de César”, muitos da “intenção de voto” em Ronaldo Dimas será diluído entre os que o apoiaram.

 

Como pesquisa eleitoral, tudo “ok” com os dados apresentados pelo Instituto Paraná Pesquisas. 

 

Já como indicador geral, de todo o Estado, o levantamento é só uma parte de um todo que, certamente, terá outros resultados.

 

Por enquanto, é só!

 

Última modificação em Segunda, 06 Setembro 2021 07:13