Quando foram computados os votos do primeiro turno das Eleições 2018, para surpresa geral da nação, a grande derrota foi dos institutos de pesquisa. Não de todos, claro. Mas, principalmente do IBOPE e do DataFolha, este último ligado ao Grupo Abril (VEJA) e à Folha de S. Paulo. A constatação de tão grandes discrepâncias entre os resultados veiculados antes e a realidade dos votos após a apuração, só fez aumentar a certeza de que boa parte das pesquisas eleitorais não são nada úteis para o eleitorado, servindo apenas como instrumento de influência midiática.
Por Edson Rodrigues
No Tocantins, a corrida pelo Senado foi o calcanhar de Aquiles dos institutos de pesquisa. Na primeira “apuração”, ainda em setembro, o “falecido” IBOPE cravou Kátia Abreu com 41% das intenções de voto e Eduardo Gomes com 22%. Já na véspera da eleição, Kátia havia subido para incríveis 56%, enquanto Eduardo Gomes “patinava”, com 31%.
Outro resultado equivocado do Ibope para o Senado
Quantos milhares de eleitores de Eduardo Gomes deixaram de votar nele por acreditar que a eleição já estava perdida, ninguém, jamais, saberá quantificar, pois o resultado das urnas, porém, revelou para qual candidato torcia o renomado IBOPE.
Outra pesquisa errada do Ibope no Tocantins
Kátia Abreu venceu, não com 56% dos votos, mas com 41,64% enquanto que Eduardo Gomes cravou 40,77%. Colocada na somatória dos votos, a diferença fica mais fácil de ser entendida. Apenas 5.932 votos separaram os dois postulantes à vaga no Senado. Menos de 1% de diferença.
EM TODO O BRASIL ERROS DE NORTE A SUL DO PAÍS
Se focarmos na Região Sudeste, foram espantosas as diferenças nos Estados de Minas Gerais e Rio de Janeiro. Neste último, até então, poucos sabiam da existência do candidato Wilson Witzel. Nenhuma pesquisa colocou-o como favorito e este acabou em primeiríssimo lugar, indo para o segundo turno. Na terra do pão de queijo, o candidato Romeu Zema surpreendeu. As pesquisas também o ignoraram e terminou a corrida em primeiro, indo para o segundo turno.
Os institutos de pesquisa e a mídia fake news de sempre trataram como garantida e certa as eleições de Romero Jucá (Roraima), Dilma Rousseff (Minas Gerais) e Eduardo Suplicy (São Paulo) para o cargo de senador. Erraram feio, feíssimo. Também deram uma grande mancada afirmando o tempo todo que a renovação no Congresso e no Senado seria mínima quando, na verdade, acabou sendo a maior de todos os tempos, com aproximadamente 85% de eleitos novatos.
O que as pessoas em geral precisam entender é que essas pesquisas eleitorais não são feitas para descobrir a verdade das intenções de voto. Fomentadas por institutos que têm interesses próprios, servem mesmo é de ferramenta para manobrar as massas de incautos. Já tive a experiência de trabalhar com marketing eleitoral e sei que nem sempre a pesquisa publicada é condizente com a realidade apurada. E essa grande invenção, chamada de “margem de erro”, que varia entre 2% e 5% “para mais ou para menos”, é apenas mais um embuste dos palpiteiros, pois lhes dá a garantia de que podem errar à vontade. Ou seja, se um candidato tem 5% das intenções de voto, a “margem de erro” significa que ele pode ter 0% ou 10% das intenções de voto. Não é uma diferença muito grande?
Pesquisa dava Dilma eleita, mas que levou foi Rodrigo Pacheco
Na verdade a “margem de erro” serve, além de confundir o eleitor, para garantir, falsamente, a idoneidade do trabalho do “instituto” e é, também, uma bela maneira de iludir os que pretendem uma análise séria de qualquer pesquisa.
Nas eleições de 2020, ficaram marcadas na mente dos eleitores que o povo já não suporta mais a velhacaria dos políticos de carreira e não tolera os envolvidos em corrupção. Outra lição é a de que o horário eleitoral, que é obrigatório e não gratuito no rádio e na televisão, já não influenciam em nada os eleitores. E uma terceira lição é a de que pesquisas eleitorais não são confiáveis, em sua grande maioria.
IBOPE NÃO PREVIU NEM O SEU FIM
Considerada uma das maiores empresas de consultas sobre preferências eleitorais, hábitos de ouvir rádio e assistir a TV, cujo nome virou sinônimo de pesquisa e de audiência, o Ibope bateu as portas. Em janeiro do ano passado, a empresa anunciou o fim de suas atividades após 79 anos de atuação no país.
Na eleição de 2018, a marca IBOPE sofreu um grande abalo de credibilidade ao divulgar à vésperas da votação uma pesquisa que previa a vitória, de virada, da deputada Manuela d’Avila, em Porto Alegre (RS), o que não se confirmou nas urnas. O tão renomado Instituto, que “previa” resultados com métodos e métricas, não conseguiu prever a saturação dos eleitores com as tentativas de manipulação.Mas, como o ramo das pesquisas eleitorais é uma fonte inesgotável de riquezas e recursos, quem pensa que o IBOPE largou a teta ao anunciar seu fim, está sendo novamente enganado por ele.
Com os mesmos donos, mas com CNPJ diferente, está na praça o IPEC (Inteligência, Pesquisa e Consultoria).
Não cometa o mesmo erro duas vezes. Ao ler IPEC, entenda IBOPE, e desconfie da pesquisa, assim como de muitos “institutos” de fundo de quintal que costumam aparecer em época de eleições. E o que não falta no Tocantins são esses pseudo Institutos de Pesquisa arrumando resultados ao gosto do freguês.
Mas o eleitor tocantinense está vacinado e não cai mais nessas arapucas.
O PARALELO 13, COM 34 ANOS NO MERCADO DE COMUNICAÇÃO, PODE FIRMAR PARCERIA COM INSTITUTO NACIONAL DE PESQUISAS
Como diretor-presidente de O Paralelo 13, tivemos a honra de receber, na tarde do último sábado, a visita de um executivo, representante de uma empresa de pesquisas de nível nacional, que propôs uma parceria, utilizando nossa edição impressa.
Com 34 anos de atuação ininterrupta no mercado da comunicação, com início um ano antes da criação do Tocantins, procuramos mostrar nossas considerações acerca dos enormes erros cometidos em eleições passadas, nossa opinião sobre os institutos de pesquisa e seu poder de destruir credibilidades, até de si próprios.
Nosso visitante concordou com nossas colocações, se disse impressionado com nossa atuação de combate e esclarecimento da população acerca das pesquisas eleitorais e nos apresentou um demonstrativo do histórico da empresa, com resultados em vários estados e capitais, a metodologia e as próprias pesquisas, com 96,2% de acertos, sendo a única empresa do Brasil a ter um índice tão alto de qualidade, com trabalhos feitos sempre dentro da legislação eleitora, com registros dentro do TER e do TSE, e sua proposta, para o início do mês de março, de fazer avaliações em todo o decorrer do período eleitoral.
O Paralelo 13, no momento, opta por não publicar nenhuma pesquisa, de nenhum instituto, enquanto a “família O Paralelo 13” não discutir a proposta, conheça a sede da empresa e seus colaboradores.
Sentimo-nos honrados com a proposta e, em momento oportuno, discutiremos e decidiremos pela parceria ou não.