Os bloqueios à rodovias federais (e estaduais) conduzidos por caminhoneiros radicais precisam ser debelados imediatamente, sob pena de a desordem se espalhar para o interior dos grandes centros populacionais e perderem o controle, com risco a saques ao comércio e destruição de propriedades privadas.
Liberdade de expressão tem limites. A democracia brasileira está sendo vilipendiada com essas ações totalmente desequilibradas, com palavra de ordem no sentido de que haja intervenção militar e seja implantada uma ditadura no país. O que os radicais da extrema direita precisam entender é que as eleições foram transparentes e ganhou quem o povo escolheu.
E entender que o presidente Bolsonaro perdeu por erros cometidos por ele mesmo e por seguidores próximos. Ou o “pintou o clima” quando se referiu a adolescentes venezuelanas em Brasília e o preconceito de que estavam se preparando para se prostituir não pesou no resultado das eleições? Ou a postagem totalmente desequilibrada do “parceirão” Roberto Jefferson nas redes sociais da filha, ofendendo de maneira chula uma semana antes da eleição a ministra Carmem Lúcia, do Supremo Tribunal Federal, também não pesou?
E a ordem para que o ministro da Justiça se deslocasse para acompanhar a prisão de Roberto Jefferson, depois de disparar 50 tiros de fuzil e jogar três granadas contra policiais federais, pesou ou não pesou no resultado final? A cena patética de um deputada federal bolsonarista em uma rua movimentada de São Paulo com revólver na mão perseguindo uma pessoa, foi a gota d´água.
As principais lideranças mundiais – entre elas os presidentes dos Estados Unidos e da França e o primeiro ministro da Alemanha – reconheceram Lula da Silva como o presidente legalmente eleito e a segurança do processo eleitoral brasileiro. O momento é de reconhecer a derrota e se preparar para um novo embate eleitoral, seja nas eleições municipais, daqui a dois anos, ou nas próximas eleições para presidente da República, daqui a quatro anos.
O radicalismo pode levar a enfrentamento pessoal e gerar até derramamento de sangue, mas não vai mudar a realidade. É hora de cair na real, baixar as armas e respeitar o resultado das urnas. A liberdade de ir e vir e o direito à propriedade não pode ser desrespeitado, e com eles a própria Constituição Federal, por radicalismo político de quem quer que seja.