Declaração ocorre após presidente do TSE afirmar que o respeito ao resultado das eleições é ‘expressão inegociável da democracia’ Ministro, que preside o TSE, afirmou nesta 6ª que os resultados das eleições deste ano serão respeitados
Com Agências
O presidente da República, Jair Bolsonaro (PL), voltou a criticar publicamente ministros do poder Judiciário. Um dos alvos da vez foi o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Edson Fachin. De acordo com o chefe do Executivo, o magistrado foi militante do Partido dos Trabalhadores e advogou em favor do MST.
Bolsonaro não pontuou, contudo, em quais ações o hoje ministro do TSE e do Supremo Tribunal Federal (STF) teria sido contratado para responder pela defesa do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra. "Sabemos da vida pregressa dele no Paraná", disse o presidente da República durante live realizada na noite desta 6ª feira (27.mai). "Era militante de esquerda", enfatizou.
Ainda sobre Fachin, Bolsonaro o acusou de ter sido um dos responsáveis por "ter botado o Lula para fora [da cadeia]" e de abrir espaço para o TSE firmar parcerias com empresas de checagem de fatos que, segundo ele, seriam ligadas a movimentos e partidos políticos vinculados à esquerda.
As falas contra Fachin ocorreram horas após o presidente do TSE afirmar que os resultados das eleições deste ano serão respeitados. "O acatamento do resultado do exercício da soberania popular é expressão inegociável da democracia pelo respeito ao sufrágio universal e ao voto secreto", declarou o ministro da tarde desta 6ª feira.
Outros alvos
Edson Fachin não foi o único a ser criticado por Jair Bolsonaro. Na mesma live, o presidente da República teceu comentários negativos a figuras como o ex-presidente Lula (que é o pré-candidato do PT ao Palácio do Planalto) e o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo. A chamada (por ele) "imprensa tradicional", o Projeto de Lei das Fake News e o instituto de pesquisa Datafolha também estiveram na mira.
Em relação a Lula, disse que o que houve com os processos contra o petista anulados no âmbito da Lava Jato "não foi absolvição, foi descondenação"
Sobre Moraes, declarou: "Todo mundo sabe que o alvo [dele] sou eu. Queria que o senhor Alexandre de Moraes me apresentasse uma matéria produzida pelo 'gabinete do ódio'".
O Projeto de Lei das Fake News, que tramita no Congresso, foi classificado como "um tipo de regulação que nos levará a uma prisão fora da cela". Já sobre o Instituto Datafolha -- que divulgou pesquisa na 5ª na qual Bolsonaro aparece atrás de Lula nas intenções de voto -- , o presidente questionou: "Será que o Datafolha está fazendo joguinho?", após comentar matéria de anos atrás que apresentava declaração de Antonio Palocci, de que o PT pagaria propina para omitir pesquisas negativas à legenda.