Bolsonaro: risco de desabastecimento é “seríssimo” mas governo tem “solução”

Posted On Sexta, 08 Outubro 2021 15:37
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Presidente culpou a crise energética na China e alertou para o risco de faltar fertilizantes, impactando a produção de alimentos

 

Por Emilly Behnke

 

O presidente Jair Bolsonaro disse nesta 5ª feira (7.out.2021) que o risco de desabastecimento no país no próximo ano é “seríssimo”, mas que o governo apresentará solução para o caso. Afirmou que até outubro o governo deve apresentar um programa emergencial de fertilizantes para contornar a eventual falta desses produtos agrícolas. Deu a declaração em transmissão ao vivo nas redes sociais.

 

“Mais um problema que temos pela frente aqui e esse aqui é seríssimo. Se bem que estamos apresentando solução para o caso aqui. A possível falta de alimento no mundo, a diminuição da oferta de alimentos no mundo”, disse.

 

Nesta 5ª feira em evento no Palácio do Planalto, Bolsonaro afirmou que o país sofreria desabastecimento no ano que vem por causa da falta de fertilizantes vindo da China, que enfrenta crise energética. Sem o suprimento normal de fertilizantes a agricultura brasileira seria afetada.

 

“O homem do campo sabe o quanto de fertilizante tem que botar por hectare. Não adiante ele botar X – Y que não vai dar certo. Na ponta da linha, não vai ter a produtividade necessária”, afirmou durante a live.

 

“Como deve faltar fertilizante, por falta de oferta no mercado ele vai plantar menos, se vai plantar menos, vai colher menos. Menos oferta e a procura igual tem aumento de preços”, disse.

 

Por esse motivo, segundo o presidente, desde março o governo elabora um plano emergencial. “Estamos ultimando um programa de fertilizantes no Brasil que começou em março desse ano”, disse. Segundo ele, o almirante Flávio Rocha, secretário especial de Assuntos Estratégicos cuida do tema. “Ele [Flávio Rocha] falou que esse comecinho do mês que vem vai ser apresentado um projeto sobre fertilizantes”, disse.

 

Inflação

Na live desta 5ª feira (7.out), Bolsonaro voltou a dizer que a inflação é um problema generalizado e não apenas do Brasil e de seu governo. Ele repetiu que o Brasil “é um dos países que menos sofreu na economia por causa da pandemia”.

 

“Quero mostrar para vocês que essa crise é no mundo todo, não é do Brasil”, disse. O presidente apresentou valores de produtos no Brasil e nos Estados Unidos (convertidos em reais), para mostrar a diferença de preços. Mas, não citou a fonte dos preços mencionados.

 

“Batata R$ 4 no Brasil, R$ 15 nos Estados Unidos. Cebola R$ 0,80 aqui, R$23 lá. Tomate R$ 6, R$ 27 lá. Estão vendo a diferença, pessoal? Reclamando do preço daqui que está alto…. Está alto o preço aqui. Teve inflação? Teve inflação. Aqui não é diferente de vários países da Europa”, disse.

 

O chefe do executivo afirmou ainda que “tem países que não é nem inflação, é desabastecimento” e que a “a crise do ‘fica em casa’ traduz inflação e falta de alimentos”. Mais cedo, em evento no Planalto, o presidente disse ter pedido para embaixadores brasileiros irem a mercados “mostrar a realidade” de outros países, com inflação e desabastecimento, segundo ele.