A insistência do ex-prefeito de Palmas em recorrer da decisão contrária à sua candidatura não inclui o futuro de seus aliados
Por Edson Rodrigues
“O protagonismo político” não deve recair sobre pessoas, mas sim sobre os partidos políticos. “A impossibilidade de participação no pleito de um pretenso candidato não retira da sua agremiação a possibilidade de propor um vasto leque de representantes das suas propostas ideológicas à sociedade, para que escolha livremente”, afirma o vice-procurador-geral eleitoral, Humberto Jacques de Medeiros, que reforçou o parecer com jurisprudência do Supremo Tribunal Federal (STF).
Com essas palavras, alem de se manifestar pela improcedência do recurso da coligação “A Verdadeira Mudança” que tem a intenção de reverter a decisão do Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins (TRE-TO) responsável por negar o registro de candidatura ao ex-prefeito de Palmas Carlos Amastha (PSB) ao governo do Estado na eleição suplementar do dia 3 de junho, Humberto Jacques colocou em pauta um questionamento que poucos dos correligionários de Carlos Amastha tiveram o cuidado de fazer a si próprios.
Que a candidatura do ex-prefeito da Capital está na UTI com poucas chances de recuperação, todo mundo já percebeu, mas, como afirmam os competentes jornalistas Cleber Toledo e Luiz Armando Costa, que reverberam palavras contidas em nossos editoriais, que trazem à tona o burburinho dos bastidores políticos e já sãode conhecimento de 90% da população Tocantinense, Amastha está praticamente fora das eleições suplementares para o governo do Estado.
CONSEQUÊNCIAS
Mas o que os asseclas de Amastha ainda não notaram – e não será ele, o próprio quem vai avisá-los – é que toda essa briga de recursos, esse “esperneio” para tentar conseguir um registro junto ao TER, nada mais é que puro jogo de cena do ex-prefeito que, uma vez sem cargo, precisa se fazer de insistente, persistente – chato, mesmo – para manter-se com a cabeça fora d’água aos olhos da mídia.
Amastha que permanecer o centro das atenções mesmo sem ser candidato, porque se preocupa só, e “apenasmente” só, com a sua figura pública, com o seu status e com a sua imagem. Nada do que Amastha tem feito para tentar reverter a decisão da Justiça Eleitoral leva em conta os seus candidatos a deputado estadual, deputado federal e senador.
Amastha briga por si e, não, pelos outros, que cerraram fileiras com ele, assumindo a pecha de nomes impróprios pelos quais foram chamados pelo colombiano a pouco tempo atrás.
Os “vagabundos”, “preguiçosos”, “ladrões” e outros nomes pejorativos com os quais Amastha feriu a dignidade dos políticos e do povo tocantinense, ainda não se aperceberam que, caindo Amastha, caem, também, todos os que estão com ele, todos os que o apoiaram e todos os que compuseram chapa em sua coligação.
A UTI em que se encontra Amastha ficará pequena para receber os candidatos a deputado estadual, federal e senador que compõem a coligação “A Verdadeira Mudança”. Pois é diretamente pra lá que estão indo seus nomes, sem que o “comandante-em-chefe” os alerte ou tenha um plano B, caso sua candidatura caia definitivamente na próxima terça-feira, quando será julgado seu último recurso, pelo Tribunal Superior Eleitoral.
Ou seja, aqueles que “vestiram a carapuça” e resolveram participar das eleições ao lado de Amastha, agora vão sofrer as consequências de terem ignorado a falta de controle verbal e a falta de bons modos do ex-prefeito da Capital.
Comenta-se que assim que o Pleno do TSE julgar o último recurso de Amastha e, caso as expectativas se confirmem e ele fique fora das eleições, uma grande interrogação irá pairar sobre as cabeças dos seus aliados, sobre seus futuros como pretensos candidatos nas eleições de novembro. Questões como coeficiente eleitoral, a quem se coligar – e quem aceitará se coligar com quem apoiou o boquirroto falastrão que achincalhou a classe política e atacou com leviandade membros de instituições com grande prestígio junto à sociedade – e outros questionamentos voltados à solidão política a que estarão relegados.
A debandada é inevitável. O eleitor que tinha a intenção de votar em Amastha terá que repensar o porquê das suas escolhas e, inevitavelmente, aqueles que apoiaram o ex-prefeito de Palmas e compuseram chapa com ele, também farão parte desses momentos de reflexão dos eleitores e, assim como o Colombiano, estarão com seus futuros políticos em xeque.
As palavras que correm nos bastidores da política tocantinense dão conta de que a Amastha interessam os holofotes para permanecer na mídia. E aos candidatos que formaram chapa com ele, o que interessa ou, apenas, resta, ninguém sabe.
Como sempre, em se tratando de Amastha, tudo são incógnitas...
Até breve!