O – até agora – candidato a governador pelo Partido dos Trabalhadores do Tocantins, Paulo Mourão, pessoa que O Paralelo 13 conhece e respeita há décadas, independentemente do fato de ele ter posto a Polícia Federal para uma operação de busca e apreensão na sede do nosso jornal, a partir de uma denúncia infundada e não comprovada, também sempre nos tratou com respeito e reconhecimento.
Por Edson Rodrigues
Homem público que preza pela lisura, ficha-limpa, ético, com suas origens políticas no PDS, passando pela direção da UDR no Tocantins nos anos 90, Paulo Mourão, hoje, é o candidato a governador pelo PT, que, infelizmente, dá mostras de não reconhecer as qualidades de Mourão, e iniciou um processo de “fritura” da sua candidatura dentro da própria legenda.
Paulo Mourão abandonou a sua Porto Nacional e mudou seu domicílio eleitoral para Palmas, com uma finalidade inicial de ser o candidato do PT à prefeitura da Capital. O problema foi que faltou combinar com o Diretório Municipal de Palmas, que colocou sua candidatura no “freezer”, realizou várias reuniões para definir estratégias para a sucessão na Capital e não convidou Mourão para nenhuma delas.
Agora, algo parecido acontece com sua pretensão de ser candidato a governador do Estado pelo PT.
TRABALHO ESTÁ SENDO FEITO
Apesar de todos os pesares, Paulo Mourão vem cumprindo á risca a cartilha dos que pretendem ser candidatos. Andou quase todo o Estado levando sua proposta de governo desenvolvimentista, ressaltando seus laços partidários com o ex-presidente Lula, mas, até o fim do ano passado, nenhuma declaração de apoio à sua candidatura foi registrada vinda dos principais membros da cúpula estadual do PT.
Paulo Mourão
Nas ultimas eleições estaduais, quando Mourão foi candidato a deputado estadual, a maioria da cúpula da legenda não queria sua candidatura, que foi defendida pelo então deputado José Salomão até que foi aceita pelos demais.
O problema é que Paulo Mourão, para se eleger, pediu votos, justamente, nos redutos de José Salomão. Mourão foi eleito e Salomão ficou na suplência.
Talvez seja por essa e por outras que a cúpula do PT não seja tão simpática às pretensões políticas de Paulo Mourão, agora, depois de mais de um ano de trabalho pré-eleitoral, sua candidatura esteja caminhando a passos largos para a UTI.
O FATOR KÁTIA ABREU
Enquanto Mourão luta contra o “fogo amigo” a senadora Kátia Abreu demonstra uma desenvoltura quase nativa dentro das hostes do PT, apesar ser filiada ao PP. Jogando “dentro das quatro linhas”, a senadora recebeu carta branca da cúpula nacional do PT para formar um palanque para o ex-presidente Lula e, pelas informações de bastidores, até agora, a tendência é que Kátia “tratore” a candidatura de Mourão.
Enquanto essas notícias chegam de Brasília, nenhum líder da cúpula estadual do PT saiu em defesa de Paulo Mourão ou contra a ascensão da senadora nas decisões regionais. Kátia pode, inclusive, sugerir uma pesquisa com os nomes de Mourão, Wanderlei Barbosa e de seu filho, Irajá Abreu, para eliminar o último colocado do páreo, deixando a decisão de quem será apoiado pelo PT para depois de maio.
Dilma, Gleisse e Kátia Abreu
Aliás, a aproximação de Kátia Abreu com o governador Wanderlei Barbosa foi muito bem vista pela cúpula nacional do PT, mas Kátia pode guardar a surpresa de ter o seu filho, Irajá, como candidato ao governo, compondo uma chapa com ele, como candidata à reeleição para o Senado.
BASTIDORES
O Observatório Político de O Paralelo 13 ouviu lideranças do PT em Araguaína, Colinas e Palmas e detectou que a grande questão é falta de confiança na candidatura de Paulo Mourão: “não estamos sentindo segurança na candidatura do Mourão para o governo do Estado. Talvez ele devesse vir candidato a deputado estadual, pois não vemos chances de sua candidatura ao governo ganhar corpo, e isso pode nos levar, todos juntos, para o buraco”, salientou um dos ouvidos.
Pesquisa, pode ser o meio da escolha de quem pontuar melhor,ser o candidato a governador com Lula no palanque
A leitura dos analistas e dos bastidores da política tocantinense é que Paulo Mourão vem sendo, sistematicamente humilhado – não há uma palavra menos impactante que, realmente descreva a situação – pelo seu próprio partido que, em todas as postulações de Mourão, fez de tudo para que ele renunciasse ás suas candidaturas.
O certo é que nunca se viu tanto desprestígio a um candidato a governador como vem acontecendo por parte do PT para com Paulo Mourão. Conhecendo o ex-prefeito de Porto Nacional como conhecemos, sabemos que ele tem limites de tolerância, inclusive com a cúpula do seu próprio partido.
Mourão não vai – e nem pode – dar vazão a essa situação e deve dar um fim a essa falta de reconhecimento e de lealdade.
Uma situação que, com todo respeito à Mourão, nos faz lembrar do grande sucesso do saudoso Waldick Soriano...