O novo trecho, que liga TO a GO, adotará um novo modelo ferroviário que promete quebrar o monopólio das atuais concessionárias. Para isso, porém, é preciso atrair outras empresas além das que já operam no país.
O trecho da Ferrovia Norte-Sul que liga o município de Palmas (TO), (Luzimangues, Porto Nacional) a Anápolis (GO) já está sendo utilizado para o transporte do material da própria obra, servindo para acelerar os trabalhos das construtoras.
O segmento, que se encontra em fase de acabamento, foi utilizado pela primeira vez pelas empresas contratadas pela Valec para o transporte de 4.125 dormentes de concreto (cerca de duas mil toneladas), no último dia 9.
A Valec começa a receber a partir desta terça-feira, 13, pedidos de empresas de transporte para utilizar a malha da ferrovia Norte-Sul entre Porto Nacional e Anápolis (GO).
De acordo com a estatal, a ferrovia deverá estar pronta para operar o novo trecho nos próximos meses. "Inaugurada" em 2010 pelo ex-presidente Lula, a Norte-Sul, cuja obra teve início há quase três décadas, já liga o Tocantins ao Maranhão desde 2008.
A companhia publicou nas edições desta segunda-feira, 12, do Diário Oficial da União (DOU), comunicado em que oferece ao mercado a capacidade de transporte do trecho de 855 quilômetros da Norte-Sul compreendido entre Porto Nacional e Anápolis, ligando assim a região Norte a Centro-Oeste do país.
No trecho entre Tocantins e Maranhão, a via foi concedida à iniciativa privada seguindo um modelo ferroviário de exclusividade, onde apenas uma empresa opera.
O novo trecho, que liga Tocantins a Goiás, adotará um novo modelo. Conhecido como open access, ele promove a quebra do monopólio das atuais concessionárias e permite que todas as empresas que cumpram requisitos técnicos e operacionais, estabelecidos em lei, tenham acesso à infraestrutura ferroviária.
A Valec acredita que, inicialmente, receberá menos pedidos que a capacidade da linha. Caso isso se confirme, todos serão atendidos. O valor cobrado será o mesmo para todas as empresas interessadas. Elas terão até julho para solicitar o uso do trecho. No segundo semestre, a companhia irá anunciar como será feita a distribuição.
O governo federal espera que com a operação do novo trecho, haja uma redução do custo do frete ferroviário e o aumento da participação desse modal na matriz de transporte brasileira. Isso, porém, só será possível depois que outras companhias, além das que já operam no país, passem a usar a nova linha.
O ingresso de novas empresas depende, segundo reportagem da "Folha de S.Paulo", da criação de regulamentos específicos, o que foi prometido para o ano passado, mas ainda não ocorreu.
A Ferrovia Norte-Sul irá reduzir o custo dos transportes, o consumo de combustíveis, os pesados ônus de manutenção do modal rodoviário e os índices de acidentes nas estradas.
Quando pronta, a Ferrovia Norte-Sul terá a extensão de 4.155,6 quilômetros e cortará os estados do Pará, Maranhão, Tocantins, Goiás, Minas Gerais, São Paulo, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Com informações da Folha de São Paulo e Redação