Resultado do setor público consolidado inclui as contas do governo federal, dos governos regionais e das estatais federais
Por Anna Russida
As contas do setor público consolidado tiveram superávit primário de R$ 4,312 bilhões em março. No mesmo mês do ano passado, as contas públicas haviam registrado saldo positivo de R$ 4,981 bilhões.
Os números foram divulgados pelo Banco Central nesta segunda-feira (16), com duas semanas de atraso. A divulgação de publicações e indicadores do BC está temporariamente suspensa em decorrência da greve geral de servidores da instituição, que demandam reajuste salarial.
A exceção, no entanto, foi aberta para a Nota de Estatísticas Fiscais, uma vez que a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) exige que o Executivo encaminhe documento sobre o cumprimento das metas fiscais do quadrimestre janeiro-abril ao Congresso.
O resultado do setor público consolidado inclui as contas do governo federal, dos governos regionais e das estatais federais. O superávit primário não inclui as despesas com juros e mostra que o valor arrecadado foi insuficiente para cobrir as despesas públicas.
Enquanto o Governo Central (governo federal, BC e Previdência) ficou negativo em R$ 7,811 bilhões em março, os governos estaduais e municipais foram superavitários em R$ 11,882 bilhões. As empresas estatais também ficaram positivas em R$ 242 milhões.
Quando incluídos os gastos com juros, o resultado nominal muda para déficit de R$ 26,472 bilhões em março. Sozinha, a conta de juros somou R$ 30,784 bilhões no terceiro mês do ano.
No primeiro trimestre, as contas do setor público acumulam superávit primário de R$ 109,616 bilhões. O número equivale a 4,72% do Produto Interno Bruto (PIB). Incluídos os R$ 74,571 bilhões com juros, o resultado nominal cai para R$ 35,045 bilhões, embora ainda positivo.
Dívida Bruta em 78%
Depois de bater recorde (90%) em fevereiro de 2021, a Dívida Bruta do Governo Geral segue recuando. Em março de 2022, a dívida bruta voltou para o patamar de 78,5% do Produto Interno Bruto (PIB). Em valores nominais, o montante é de R$ 7,009 trilhões.
O indicador serve como referência para as agências de classificação de risco, que define a atratividade de investimentos dos países. Em 2021, a dívida bruta encerrou em R$ 6,966 trilhões, equivalente a 80,3% do PIB.