A relação entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a empreiteira Odebrecht envolvia um "pacto de sangue" que consistia em presentes pessoais ao líder petista, como o sítio de Atibaia (SP), a doação do prédio de um museu dedicado a seu legado, palestras no valor de R$ 200 mil, uma reserva de R$ 300 milhões de reais.
Com BBC Brasil e Agências
A afirmação, que já pipocou em acusações de delatores e testemunhas da operação Lava Jato, pela primeira vez partiu de um dos homens próximos a Lula: seu ex-ministro da Fazenda, o petista Antonio Palocci.
Em depoimento ao juiz federal Sergio Moro na tarde desta quarta-feira, em ação penal que investiga a acusação de que a Odebrecht doou um terreno para a construção de prédio do Instituto Lula como propina, Palocci afirmou que o ex-presidente tinha conhecimento do esquema de corrupção na Petrobras e se preocupou no início, mas depois pediu que os diretores da estatal fizessem reservas partidárias a partir dos desvios.
Palocci está preso desde setembro de 2016. Em junho passado, foi condenado por Moro a 12 anos de prisão por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. No depoimento, também acusa de crimes a ex-presidente Dilma Rousseff, o pecuarista José Carlos Bumlai e o ex-tesoureiro do PT João Vaccari Neto, entre outros nomes.
Confira os pontos mais importantes do depoimento: Segundo Palocci, acordo com Odebrecht envolvia presente pessoal a Lula
1. Sítio, palestras e museu: o pacto de sangue com a Odebrecht
Durante o depoimento, Palocci afirma que Emílio Odebrecht procurou Lula no fim de 2010, no fim de seu governo, para fazer um "pacto de sangue".
"Eu chamei de pacto de sangue porque envolvia um presente pessoal, que era um sítio, envolvia um prédio de um museu pago pela empresa, envolvia palestras pagas a R$ 200 mil, fora impostos, combinadas com a Odebrecht para o próximo ano, várias palestras, envolvia uma reserva de 300 milhões de reais", diz.
Emilio é pai de Marcelo Odebrecht, que era presidente da empreiteira e está preso desde junho de 2015 - ele deve deixar o regime fechado no fim deste ano, como parte do acordo de delação premiada fechado entre os advogados da empreiteira e o Ministério Público Federal.
Segundo Palocci, Lula o procurou após a conversa com Emílio e ordenou que não brigasse com a Odebrecht - "ele mandou eu recolher os valores".
Ao detalhar a relação entre Odebrecht e Lula, o ex-ministro afirma que a corrupção era longeva e conhecida dos mais íntimos do ex-presidente. "A Odebrecht era uma colaboradora", afirma.
Na sequência, no entanto, ele corrige o uso do termo "colaboradora": "O senhor (Moro) desculpa, às vezes eu... 30 anos treinando para falar dessa forma, que a Odebrecht dava propinas frequentes ao presidente Lula e ao PT".
Palocci classifica a ligação entre a empresa e os governos de Lula e Dilma como "intensa".
"Foi uma relação bastante intensa, bastante movida a vantagens dirigidas à empresa, a propinas pagas pela Odebrecht para agentes públicos em forma de doação de campanha, em forma de benefícios pessoais, em forma de caixa 1, caixa 2", diz. "Eu tenho conhecimento porque participei de boa parte desses entendimentos na qualidade de ministro da Fazenda do presidente Lula e de ministro da Casa Civil da presidente Dilma."
O ex-ministro diz que conhecia os Odebrecht desde antes do primeiro governo petista. "Eu estive com eles desde 1994 quando o presidente Lula os conheceu", conta. "Então eu tratava de todo tipo de tema com eles (Odebrecht), inclusive de temas ilícitos. Inclusive."
Segundo ele, o "pacto de sangue" oferecido a Lula por Emílio Odebrecht surgiu de "certo pânico" da companhia com a posse de Dilma - como ministra da Casa Civil, ela teria liderado um embate com a empreiteira e impedido que conquistasse as obras das duas usinas do Rio Madeira - no fim, ficou apenas com uma, e "a um preço muito ruim".
"Ele procurou o presidente Lula nos últimos dias do seu mandato e levou um pacote de propinas (...) que envolvia esse terreno do instituto, que já estava comprado e o seu Emílio apresentou (...), o sítio pra uso da família do presidente Lula - que ele já estava fazendo a reforma, que já estava em fase final, e disse (...) que já estava pronto - e também disse (...) que ele tinha à disposição dele para o próximo período, para fazer as atividades políticas dele, R$ 300 milhões."
Palocci diz ter ficado "chocado" com a oferta, que representava uma guinada no relacionamento com a empreiteira - e conta como ficou sabendo dela.
"No dia seguinte, de manhã, o presidente Lula me chamou no Palácio da Alvorada, e me conta da reunião. Ele também se mostrou um pouco surpreso e disse: 'Olha, ele só fez isso porque ele tem muito receio da Dilma. Porque ele nunca tratou de recursos comigo e dessa vez ele tratou de um pacote de coisas e é um recursos muito alto'. E ele pediu pra tratar desse recurso com o Marcelo Odebrecht."
Segundo o ex-ministro, Emílio não trouxe uma "pauta de desejos" específica em troca desse pacto de sangue. "Apresentou vontade de que com o governo da presidente Dilma a relação da Odebrecht com o governo continuasse fluida, como havia sido com o governo Lula."
No Twitter, Cristiano Zanin Martins, advogado de Lula, afirmou que "Palocci compareceu ato pronto para emitir frases de efeito como 'pacto de sangue', esta última anotada em papéis por ele usados na audiência". Para o advogado, "Palocci repete papel de validar, sem provas, as acusações do MP (Ministério Público) para obter redução de pena."
Em nota, por sua vez, a Odebrecht afirmou que "está colaborando com a Justiça no Brasil e nos países em que atua".
"Já reconheceu os seus erros, pediu desculpas públicas, assinou um Acordo de Leniência com as autoridades do Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Equador e Panamá, e está comprometida a combater e não tolerar a corrupção em quaisquer de suas formas."
2. Conta corrente com o PT
De acordo com Palocci, as vantagens indevidas pagas pelas empreiteiras ao PT não se destinavam a retribuir benesses específicas obtidas em um ou outro contrato público. Tratava-se de manter uma relação amigável e constante com os mandatários para estar sempre em posição privilegiada em concorrências públicas.
Por isso, segundo o ex-ministro, a Odebrecht e outras construtoras mantinham uma conta corrente ativa com o PT, frequentemente abastecida com propina. "A vantagem (repassada ao partido) dá vantagens para a empresa. Essa empresa cria uma conta para destinar aos políticos que a apoiaram", explica.
Em contrapartida, de acordo com o raciocínio de Palocci, Lula e o PT criariam ambiente propício na Petrobras para que as empresas obtivessem gordos contratos:
"O presidente mantém lá (na Petrobras) diretores que apoiam a empresa, para dar a ela contratos. Esses contratos geram dinheiro. Algumas (empresas) criam operações estruturadas, outras criam caixas dois, outras criam doleiros, e com esse dinheiro pagam propina aos políticos. É isso. Isso aconteceu durante esse período".
Palocci não especifica o período, mas infere-se que ele está falando dos governos Lula e Dilma.
Os detalhes da conta-corrente com a Odebrecht foram tratadas em reuniões entre Emílio Odebrecht e Lula. De acordo com Palocci, Emílio se comprometera a fazer um repasse ao ex-presidente de R$ 300 milhões no final de 2010 e acenara com a possibilidade de ser mais. Ao conversar com Marcelo Odebrecht, no entanto, ouviu que houve uma "divergência de valores".
"Ele falou: 'não é R$ 300 milhões, meu pai se enganou, R$ 300 milhões é a soma daquilo que foi dado com aquilo que ainda tem disponível'", diz o ex-ministro.
Embora tenha se envolvido na negociação sobre a conta corrente, Palocci afirma ter sido contra essa ideia:
"Não queria ter contas com a Odebrecht. Insisto, doutor, não por santidade, eu achava que não devia ter conta corrente, eu achava que devia continuar tendo uma relação de confiança, onde a gente buscava os recursos quando necessário. Eu tinha essa postura."
Palocci, no entanto, foi voto vencido diante do interesse do próprio Lula em viabilizar a conta corrente:
"Não era prática do Emílio tratar de reservas e recursos com o presidente Lula. Esse assunto não era pauta das reuniões. Mas nessa foi. Esse foi o espanto do presidente Lula. Não o espanto de ter disponível R$ 300 milhões, ele gostou disso. Tanto que na segunda vez falou que o dr. Emílio tinha confirmado os 300 e que poderia ser mais, pra eu cuidar disso. Não é pra cuidar do espanto dele, é pra cuidar do dinheiro", disse.
Emílio Odebrecht fez parte do mega acordo de delação premiada negociada em 2016 com o Ministério Público Federal. Em seus depoimentos, confirmou o repasse de propinas para o PT, a pedido do próprio Lula. Mas não citou a reunião dos R$ 300 milhões da conta corrente. Marcelo Odebrecht, no entanto, mencionou o assunto em depoimentos da colaboração firmada.
Segundo Palocci, campanha de 2014 da ex-presidente "foi uma das que mais teve ilicitudes"
3. Dilma ajudou a manter esquema
De acordo com Palocci, Dilma não apenas sabia do esquema corrupto entre PT, Odebrecht e outras empreiteiras, como foi beneficiária e mantenedora dos arranjos. Segundo ele, tanto as campanhas presidenciais de Lula quanto as de sua sucessora foram custeadas com dinheiro ilícito.
"Várias vezes eu falei para empresas: o senhor, pode fazer doações para a campanha do presidente tal e da presidente tal?", relata, e continua:
"Eu sabia que depois os tesoureiros iam lá e (as empresas) faziam pagamento lícitos e ilícitos, caixa 1 e caixa 2. Muitas vezes era caixa 1 para simular pagamento legal, mas a origem do dinheiro era ilegal."
Na sequência, Palocci dá como exemplo da mecânica de doações ilegais à campanha de reeleição de Dilma, em 2014.
"Essa foi a campanha que mais teve caixa 1 e foi uma das que mais teve ilicitudes. Por quê? Porque o crime se sofisticou no campo eleitoral, as pessoas viram que o problema era o caixa 2, então transformaram tudo em caixa 1. O ponto é a origem criminosa dos valores, a Lava Jato desvendou esse mistério", afirma Palocci.
A ex-presidente Dilma e o PT sempre negaram caixa 2 ou ilegalidades no financiamento da campanha. No entanto, Palocci dá exemplos de situações em que tais temas foram tratados na presença dela ou dependeram de sua chancela.
Segundo o ex-ministro, em meados de 2010 ele participou de uma reunião com Lula, Dilma e o então presidente da Petrobras José Sérgio Gabrielli. No encontro, realizado na biblioteca do Palácio da Alvorada, o então presidente tratava da exploração do pré-sal.
De acordo com Palocci, Lula teria dito:
"O Palocci está aqui porque ele vai lhe acompanhar nesses projetos, para que eles tenham total sucesso, e para que ele garanta que uma parcela desses projetos financie a campanha dessa companheira aqui (Dilma), que eu quero ver eleita presidente do Brasil."
Ainda naquele ano, mas após a eleição de Dilma, teria havido uma nova reunião. Dessa vez, além de ambos, estariam Lula e Emílio Odebrecht. O objetivo do encontro, afirma o ex-ministro, era colocar Dilma a par das relações entre o PT e a empresa, para que ela conservasse todos os acordos - "lícitos e ilícitos", nas palavras dele.
Palocci diz que Dilma cumpriu o papel a contento, "em diversas ocasiões".
"Na área de aviação, por exemplo. Odebrecht desejava muito ter um aeroporto de porte sob seu comando, na medida que o governo privatizou os aeroportos. Na primeira leva, Guarulhos, Viracopos, Brasília, a Odebrecht perdeu os três. Ela queria muito o de Campinas, mas perdeu. Entrou com o recurso contra o consórcio vencedor Triunfo/UTC, entrou tentando derrubar na Anac (Agência Nacional de Aviação Civil)", diz Palocci.
Como a presidência da Anac àquela altura era uma nomeação de Palocci, a empresa teria pedido a ele que intercedesse a seu favor, o que o ex-ministro nega ter feito. Ele, no entanto, não tardou em arrumar uma solução administrativa que beneficiasse a Odebrecht, em 2013, com a anuência de Dilma.
"Eu fui à presidente Dilma e ela disse que eles deviam ficar calmos que em uma próxima licitação ela cuidaria desse assunto. Retiraram o recurso que tinham na Anac e foram beneficiados na licitação do Galeão. Como foram beneficiados? Houve uma cláusula nessa licitação que impedia o vencedor da licitação de Cumbica de participar da licitação do Galeão", diz.
Ele reforça: "(A cláusula) foi colocada por solicitação da Odebrecht. E eu tive participação nisso".
Dilma não se pronunciou até a publicação deste texto.
O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acaba de denunciar ao Supremo Tribunal Federal (STF) a ex-presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e os ex-ministros da Fazenda Guido Mantega e Antonio Palocci pelo crime de organização criminosa.
Com Agência Brasil
Também foram denunciados a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), o ex-ministro Paulo Bernardo, marido da parlamentar, e os ex-tesoureiros do PT João Vaccari e Edinho Silva.
Na denúncia, Janot sustenta que os acusados formaram uma organização criminosa no Partido dos Trabalhadores para receber propina desviada da Petrobras durante as investigações da Operação Lava Jato.
"Pelo menos desde meados de 2002 até 12 de maio de 2016 , os denunciados, integraram e estruturaram uma organização criminosa com atuação durante o período em que Lula e Dilma Rousseff sucessivamente titularizaram a Presidência da República para cometimento de uma miríade [grande número] de delitos, em especial contra a administração pública em geral", sustenta Janot.
Defesa
Em nota, a defesa do ex-presidente Lula classificou a denúncia da PGR como uma ação política e “sem qualquer fundamento”.
A defesa de João Vaccari disse que a denúncia é “surpreendente” e “totalmente improcedente”. Segundo o advogado Luiz Flávio Borges D'Urso, Vaccari cumpriu seu papel, como então tesoureiro do PT, de solicitar doações legais destinadas ao partido, as quais sempre foram depositadas na conta bancária partidária, com respectivo recibo e a prestação de contas às autoridades competentes, “tudo dentro da lei e com absoluta transparência”.
O advogado de Guido Mantega, Fábio Tofic, disse que causa estranheza que a PGR resolva oferecer denúncia baseada nas palavras de delatores, sem uma verificação mínima, no mesmo dia em que vem à tona a “desfaçatez dos delatores, pela própria PGR”.
Em nota, o ex-coordenador financeiro da campanha de Dilma em 2014, Edinho Silva, afirma que sempre agiu de forma ética e legal e que não tem dúvidas que todos os fatos serão esclarecidos e que a Justiça vai prevalecer.
A assessoria da ex-presidente Dilma Rousseff informou que ainda não tem um posicionamento sobre o assunto. A defesa de Palocci disse que só vai se manifestar nos autos do processo.
A senadora Gleisi Hoffmann declarou que a denúncia busca criminalizar a política e o Partido dos Trabalhadores.
Instituição possui linhas de crédito e interesse em financiar empresas japonesas que queiram investir no Estado
Por Jarbas Coutinho
O governador Marcelo Miranda recebeu na tarde desta segunda feira, 4, o representante-chefe no Brasil do Japan Bank for International Cooperation (JBIC), Tomoo Kushibiki, e executivos de uma empresa japonesa interessada em conhecer o potencial do Tocantins. Tomoo veio confirmar ao governador que a instituição tem linhas de crédito e interesse em financiar empresas japonesas que queiram investir no Estado.
“O Tocantins tem capacidade e está se preparando para se tornar uma segurança alimentar para o mundo”, pontuou o governador, destacando o potencial hídrico e a infraestrutura rodoviária de boa qualidade que tornam o Estado um grande atrativo para os investidores. Marcelo Miranda ressaltou que o Tocantins Agro vai ajudar a diversificar a produção e a agregar valor aos produtos locais, com a atração de indústrias, e o Japão pode ser um grande parceiro nesse processo.
O secretário de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Alexandro de Castro, ressaltou que a vinda do representante do JBIC é resultado de tratativas do Governo com representantes da instituição no sentido de viabilizar financiamentos para empresas japonesas interessadas em investir no Tocantins, principalmente no setor da Agroindústria. “O representante do Banco veio confirmar ao governador a disposição da instituição em financiar investimentos de empresas japonesas no Estado”, afirmou o secretário.
Tomoo Kushibiki explicou que o papel do JBIC é apoiar as atividades econômicas das empresas japonesas no exterior e o Tocantins Agro despertou interesse de empresas japonesas. “Para nós, é muito importante manter esse relacionamento cooperativo com o Estado do Tocantins, por meio de financiamento das nossas empresas no Estado. Acredito que poderemos efetivar parcerias vantajosas para todos os envolvidos”, disse.
O presidente da Mayekawa no Brasil, empresa do ramo de refrigeração industrial e maquinário para processamento de alimentos, Koichi Kataoka, que também participou da reunião, confirmou o interesse em investir na região. “Se temos oportunidades, para nós é de grande interesse, e essa reunião com o governador foi muito importante”, afirmou.
Fórum encerrou nesta sexta-feira e contou com representantes de 28 municípios da região sul do Estado
Por Jarbas Coutinho
O governador Marcelo Miranda cumpriu agenda de trabalho na tarde desta sexta-feira, 1º de setembro, em Gurupi, onde participou da 2ª edição do Fórum de Desenvolvimento Econômico do Tocantins, realizado no Instituto Federal do Tocantins (IFTO).
O evento teve início nessa quinta-feira, 31 de agosto, contou com representantes de 28 municípios da região sul do Estado e teve como propósito de discutir os desafios e oportunidades para fortalecer a economia.
Marcelo Miranda destacou o potencial do agronegócio e a representatividade socioeconômica da região, responsável por 38% das exportações do Tocantins em 2016, e citou o Fórum como uma ferramenta importante para agregar valor a todos os setores da economia que promovem o crescimento do Tocantins.
“Quem move a economia são as pessoas, o trabalho, as oportunidades e, aqui, nós temos uma grande chance de discutir e viabilizar ideias e projetos para melhorarmos em outros segmentos, como a indústria, e também a atividade turística, que aquece o comércio, a rede hoteleira, gera emprego e atrai investidores”, pontuou, afirmando que Gurupi é o portal de entrada do Tocantins e constitui um importante polo de atração de investimentos para toda a região.
O secretário estadual de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura, Alexandro Castro, disse que a exemplo da primeira edição do Fórum, realizado em Guaraí em maio deste ano, a receptividade em Gurupi foi muito grande. "Todos os segmentos organizados se mostraram interessados em estabelecer essa interação com o Governo do Estado".
Ele explicou que nesse primeiro momento foi possível ouvir as demandas da região, a situação atual dos gargalos e as potencialidades que podem ser desenvolvidas. O secretário adiantou que já foi possível perceber que o direcionamento é exatamente de buscar novas cadeias produtivas e, principalmente, verticalizar a produção de modo que a industrialização possa dar essa resposta de crescimento de renda e empregos na região.
“Uma oportunidade para as entidades representativas do setor produtivo e da sociedade mostrarem as suas demandas”. Essa é a avaliação do presidente do Sistema Fecomércio do Estado do Tocantins, Itelvino Pisoni. Segundo ele, “por meio da iniciativa privada podemos mostrar o que estamos fazendo e o que precisamos que o poder público faça", reforçou.
O prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, também compartilhou da mesma opinião. "Não tenho dúvidas da importância desse evento para a busca de alternativas para o crescimento da nossa economia".
Fórum A iniciativa tem como objetivo a discussão de assuntos que envolvem os desafios enfrentados para uma gestão eficiente, como práticas da vivência administrativa, a captação de recursos e de como aproveitar a cultura e o potencial turístico para promover o desenvolvimento socioeconômico. Palestras, reuniões técnicas, painéis e workshops fizeram parte da programação.
O Fórum de Desenvolvimento Econômico do Tocantins é uma iniciativa da Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e Cultura (Seden), em parceria com Agência de Fomento do Tocantins, Banco do Empreendedor, Junta Comercial do Estado do Tocantins (Jucetins), Secretaria de Estado do Trabalho e Assistência Social (Setas) e Agência Tocantinense de Saneamento (ATS), e conta com o apoio do Conselho de Desenvolvimento Econômico do Tocantins (CDE).
O evento tem o objetivo de criar um ambiente de diálogo entre Estado e agentes capazes de criar medidas viáveis ao desenvolvimento econômico regional.
Parceiros São parceiros desta edição: Federação da Indústria do Estado do Tocantins (Fieto), Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Tocantins (Fecomércio), Federação das Microempresas, Empresas de Pequeno Porte e Empreendedor Individual do Tocantins (Femicro), Federação das Associações Comerciais e industriais do Estado do Tocantins (Faciet), Associação Tocantinense de Municípios (ATM) e Sindicato e Organização das Cooperativas Brasileiras no Estado do Tocantins (Sescoop), Prefeitura Municipal de Gurupi; Associação Comercial de Gurupi; Câmara de Dirigente Logista (CDL); Instituto Federal do Tocantins (IFTO); e Sistema Nacional de Empregos (Sine).
Outras edições do Fórum serão realizadas nas cidades de Araguatins, Dianópolis e Araguaína. A 1ª edição do evento contou com uma média diária de mais de 300 pessoas e ocorreu nos dias 23 e 24 de maio, na cidade de Guaraí, e reuniu municípios da região centro-norte do Tocantins.
O evento contou com a presença do prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, e de outras localidades da região sul do Estado; deputados federais e estaduais; além de representantes de entidades de classe.
Após levantar os absurdos cometidos pelos políticos, PF diz que vai às ruas contra medidas que afetam salários de servidores
Por Edson Rodrigues
Como está afirmado nos preceitos de sua criação, a Polícia Federal tem como papel investigar, apurar e denunciar crimes que envolvam a esfera pública de forma objetiva, correta e, principalmente, apartidária.
E é justamente por seguir à risca esses preceitos que a Polícia Federal brasileira é, hoje, a instituição de maior credibilidade junto ao povo brasileiro, trazendo à tona, dia após dia, mais e mais casos escabrosos de corrupção perpetrados por políticos e agentes públicos que deveriam, em tese, fiscalizar, legislar, identificar problemas e indicar que as demandas da população sejam atendidas.
Mas, agora, a Polícia Federal decidiu passar, literalmente, para o lado do povo, engrossando manifestações contra a corrupção e garantindo a segurança dos manifestantes, mesmo que isso incorra em confrontar outras forças policiais, como a Polícia Militar e a Polícia Civil, por exemplo.
Não que as outras forças policiais estejam agindo errado, mas são obrigadas, por Lei, a reprimir, sob ordens atos contrários aos interesses do governo.
REVOLTA
Essa “mudança de lado” da Polícia Federal é um reflexo do próprio trabalho que vem desenvolvendo, passando a limpo o cenário e os bastidores podres da política nacional que, salvo raras exceções, vem desviando dinheiro público para os próprios bolsos ou para interesses menores, senão os da população.
Isso porque o governo federal decidiu que uma das saídas para a crise econômica que ele mesmo criou ao se afundar no lamaçal da corrupção, cortando salários de servidores, inclusive incluindo os proventos dos policiais federais, que, por acaso, são a maior “pedra no sapato” dos corruptos, com a intenção de tentar arrefecer os ânimos da Polícia Federal.
A revolta dos policiais federais é explicada por Flávio Werneck, vice presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), deixou claro que a PF vai para as ruas protestar e está pronta para o confronto com outras forças policiais.
Ele afirmou que os policiais federais vão se juntar aos movimentos sociais em protestos e protegê-los em caso de ação da Polícia Militar, por exemplo. “Todas as representações de categorias vão para as ruas e chamar a população para combater as medidas absurdas do governo. Isso os policiais federais do Brasil ainda não fizeram: garantir a segurança dos movimentos sociais. Chega de teatrinho de jogar bomba de gás lacrimogêneo em quem está nas ruas”, avisou.
Conforme vídeo gravado durante a reunião no Ministério do Planejamento, Werneck afirmou que os policiais federais chamarão a população para protestar. “Vamos convocar a população para acabar com esse escárnio que está acontecendo, de inventar que vão poupar R$ 10 bi com o adiamento de acordos firmados com os servidores públicos depois de liberar, de torrar R$ 6 bi em emenda parlamentar, mais R$ 500 bi de calote de Refis (o programa de refinanciamento de dívidas com a Receita Federal)”, enfatizou.
O vice-presidente da Fenapef foi além e disse que, diante de tantos benefícios dados pelo governo para empresas que não pagam impostos, os empresários não deveriam mais pagar impostos. “Se sou empresário no Brasil, não pago imposto nunca mais, porque o governo incentiva o calote previdenciário e tributário”, destacou. E acrescentou: “Os policiais federais vão, agora, botar a cara e convocar a população para combater as medidas do governo”. Ele também informou que a federação de policiais vão “promover uma chuva de ações judiciais” contra as medidas do governo.
APOIO
Não há como não apoiar essa iniciativa da Polícia Federal. O Jornal, Paralelo 13, com 30anos de fundação, com versões impressa e online, se junta, solidariza, apóia e reverbera as intenções dessa valorosa e crucial instituição brasileira, que tanto vem fazendo para mostrar, dentro da lei e da ordem, a podridão contida nos arcabouços da política.
Lutar por seus direitos e garantido por Lei, está na constituição.
Lutar por seus direitos sabendo as razões do por que dos seus problemas é ainda mais legítimo, pois se os cidadãos, assim como a Polícia Federal tem, tivessem a noção exata, prestassem atenção ao que está sendo exposto pelas operações da PF, do quanto lhe é roubado, dilapidado, pelos políticos, jamais aceitaria qualquer manobra para aumento de impostos e corte de direitos trabalhistas com a desculpa de que é para tirar o Brasil da crise.
RESUMO
Só para refrescar a memória dos leitores, resumimos, aqui, um pouco do importante trabalho desenvolvido pela Polícia Federal nos últimos anos, que devolveu aos cofres públicos bilhões de reais surrupiados e colocou atrás das grades boa parte dos criminosos:
Operação Lava Jato – Esta operação da Polícia Federal foi o início de toda a investigação sobre a corrupção na Petrobras. A operação começou a ser deflagrada em 17 de março de 2014. Inicialmente, foram mais de cem mandados de busca e apreensão, prisão temporária, prisão preventiva e condução coercitiva. Esta operação começou para investigar um esquema de desvio de dinheiro na Petrobras, estimado em cerca de R$ 40 bilhões.
Operação Custo Brasil – Operação que ocorreu em parceria com o Ministério Público Federal e com a Receita Federal, deflagrada em 23 de junho de 2016. Esta foi a 18ª fase da Operação Lava Jato e investigou o Grupo Consist.
Operação Zelotes – A Operação Zelotes aconteceu em 26 de março de 2015, para investigar corrupção no Conselho de Administração de Recursos Fiscais (CARF), do Ministério da Fazenda. 70 empresas foram investigadas.
Operação Acrônimo – A operação investigou um esquema de lavagem de dinheiro para campanhas eleitorais. Foi deflagrada em 29 de maio de 2015.
Operação Turbulência – Essa operação investigou mais detalhes sobre o cartel de empreiteiras acusado de fraudar contratos na Petrobras.
Operação Abismo – Esta fase apurou fraudes em licitações nas obras do Centro de Pesquisas e Desenvolvimento (Cenpes) da Petrobras, no Rio de Janeiro.
Operação Recomeço – Investigou fraudes em fundos de pensão.
Operação Boca Livre – Apurou fraudes de R$ 180 milhões na Lei Rouanet.
Ao todo, aé outubro do ano passado, quando foi realizada a última contabilidade em relação ao dinheiro da corrupção, a PF já havia recuperado nada menos que cinco bilhões de reais.
Estamos com a Polícia Federal. Estamos com o povo brasileiro!