Antônio Carlos Camilo Antunes foi preso nesta manhã por determinação do STF
Por Rute Moraes
A CPMI (Comissão Parlamentar Mista de Inquérito) do INSS (Instituto Nacional de Seguridade Social) acionou o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) André Mendonça, nesta sexta-feira (12), pedindo que seja mantido o depoimento do empresário Antônio Carlos Camilo Antunes, conhecido como “Careca do INSS“.
Inicialmente, a oitiva está marcada para ocorrer na segunda-feira (15). Contudo, com a prisão de Antunes, que ocorreu nesta manhã, a CPMI precisa de um aval do STF.
Na semana passada, a comissão aprovou um pedido de prisão a Antunes e ao empresário Maurício Camisotti, também preso hoje, mas em São Paulo. Camisotti também seria um operador do esquema criminoso.
A CPMI também pediu ao STF que Camisotti seja ouvido na próxima semana no colegiado. As ordens de prisão foram autorizadas pelo STF.
A reportagem tenta contato com as defesas de Antunes e de Camisotti, mas ainda não obteve retorno. O espaço segue aberto para manifestações.
Preso no Distrito Federal, Antunes é apontado pela PF como um dos possíveis operadores do esquema de fraudes que somou mais de R$ 6,3 bilhões em descontos ilegais de beneficiários.
De acordo com a Polícia Federal, foram cumpridos dois mandados de prisão preventiva e 13 mandados de busca e apreensão em São Paulo e no Distrito Federal — dois deles no escritório e na casa do advogado Nelson Willians.
As investigações apontam crimes de impedimento ou embaraço de investigação de organização criminosa, dilapidação e ocultação de patrimônio, além de possível obstrução das apurações por parte de alguns dos investigados.
Entenda o caso
Em abril deste ano, um esquema bilionário de fraudes no INSS foi revelado pela Polícia Federal e pela CGU (Controladoria-Geral da União).
De acordo com investigação, de 2019 a 2024, aposentados e pensionistas do INSS foram vítimas de associações e sindicatos, que os incluíram como associados sem consentimento e descontaram valores de seus benefícios. O prejuízo foi estimado em R$ 6,3 bilhões.
Entre os alvos da Operação Sem Desconto, estava o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto. Além dele, três servidores do órgão foram afastados de seus cargos por determinação da Justiça:
Giovani Batista Fassarella Spiecker, coordenador-geral de Suporte ao Atendimento ao Cliente;
Vanderlei Barbosa dos Santos, diretor de Benefícios e Relacionamento com o Cidadão;
Jucimar Fonseca da Silva, coordenador-geral de Pagamentos e Benefícios.
A investigação também resultou no afastamento do Procurador-Geral junto ao INSS, Virgílio Oliveira Filho, e de um agente da PF, que não teve o nome divulgado.
Além deles, A Polícia Federal também investiga o empresário Antônio Carlos Antunes, conhecido como o “careca do INSS”. De acordo com relatório da corporação, ele era intermediário financeiro das entidades associativas.