Apenas 12% dos entrevistados confiam nas redes sociais neste momento
Por Marisa Wanzeller
A população diz confiar mais em programas jornalísticos de TV (61%) e nos jornais impressos (56%) para se informar sobre a pandemia da COVID-19, aponta pesquisa realizada pelo DataFolha na última semana. Rádio e site de notícias estão logo em seguida, com 50% e 38% de credibilidade, respectivamente.
Já as redes sociais, WhatsApp e Facebook estão com baixa reputação em meio à crise do novo coronavírus. Somente 12% das 1.558 pessoas consultadas apontaram as informações compartilhadas nas plataformas como confiáveis. Dos entrevistados, 58% não acreditam no WhatsApp e 50%, no Facebook.
A maior parte daqueles que confiam mais nas redes sociais são idosos e pessoas com baixa escolaridade. Dos entrevistados que têm até o ensino fundamental concluído, 18% confiam nas informações recebidas pelo WhatsApp e 17% pelo Facebook.
A pesquisa foi realizada por telefone seguindo as recomendações de afastamento social devido à pandemia. A margem de erro é de três pontos percentuais.
A coordenadora-geral do Sindicato dos Jornalistas do Distrito Federal, Juliana Nunes, diz que a entidade já previa esse resultado ao acompanhar as últimas pesquisas. "Com a disseminação das fake news nos últimos tempos, as pessoas perceberam que não estavam sendo bem informadas pelas redes sociais, apesar do papel importante que elas têm nesse momento", pontuou a coordenadora.
O sindicato, assim como o governo, reconhece a importância do trabalho jornalístico em meio a uma crise de saúde pública. Juliana Nunes afirma que "os jornalistas foram preparados para cumprir seu papel, assim como um médico, e eles estão à altura da confiança que a sociedade deposita neles".
Campanha ressalta importância dos jornais
Nesta segunda-feira, pela primeira vez na História, jornais impressos brasileiros unificaram as suas capas para realçar o papel do jornalismo no combate à Covid-19. As edições de hoje trazem a seguinte mensagem: “Juntos vamos derrotar o vírus: Unidos pela informação e pela responsabilidade”.
A campanha, organizada pela Associação Nacional de Jornais (ANJ), também divulga anúncios especiais no meio digital — banners para os sites de notícias associadas à entidade e cards para as redes sociais. Ao se unirem em ação inédita no país, dezenas de jornais destacam a valorização da informação jornalística. Foi criada ainda uma hashtag unificada (#imprensacontraovirus) que indica os esforços dos meios de comunicação na luta coletiva contra o vírus.
As capas unificadas são a segunda etapa de uma campanha da ANJ iniciada no último dia 18 com anúncios impressos e digitais — sites e redes sociais — mostrando a relevância do trabalho jornalístico no momento em que se desenrola uma situação de calamidade pública. Na nova etapa, os anúncios de capa serão publicados ao longo da semana pelos jornais que não circulam com edições impressas às segundas-feiras, ou no meio impresso ou em seus sites na internet.
- A ação demonstra a unidade dos jornais brasileiros em torno de uma causa comum: servir à população com jornalismo de qualidade para, com a responsabilidade que o momento exige, enfrentarmos e vencermos a pandemia - afirma o jornalista Marcelo Rech, presidente da ANJ.