DE POSTE A ESTACA: SE SAIR DA CADEIA ANTES DE SETEMBRO DE 2020, LULA ELEGE QUEM QUISER

Posted On Sexta, 09 Agosto 2019 06:55
Avalie este item
(0 votos)

A base da pirâmide que representa mais de 76% do eleitorado brasileiro, que vive com “merrecas” de um a três salários mínimos, tem demonstrado estar com saudades do governo do ex-presidente Lula e do seu populismo social.  Pesquisas revelam que Lula ainda é, hoje, o único líder político vivo que consegue mover e aglutinar “massas” de eleitores.

 

Por Edson Rodrigues

 

 

A força de Lula ainda é tamanha, que mesmo os que hoje estão no poder nos governos federal, estadual e municipal e fazem oposição ao ex-presidente e ao PT, são incapazes de competir com a popularidade e a transmissão de votos que Lula, fora da prisão, conseguiria em 2020.

 

BOLSONARO

Se o atual presidente da República, Jair Bolsonaro, não conseguir deixar as picuinhas políticas e ideológicas de lado e passar a, realmente, governar o Brasil, baixando as taxas de desemprego, socorrendo os estados e municípios e aquecendo a economia do Brasil, as coisas ficarão ainda mais propensas ás indicações de Lula durante a eleição.

 

Bolsonaro precisa superar a situação herdada dos governos passados, inclusive do próprio Lula, e mostrar a que veio em termos de administração e soluções para o marasmo e a leniência da economia, que não se resolverão apenas com o combate à corrupção, atitude muito importante do atual governo, mas que, para o bolso da população, pouco reflete.

 

A aprovação da Reforma da Previdência, única grande vitória do atual governo, diz muito mias respeito à governabilidade e, novamente, pouco reflete na economia doméstica, que tanto importa para a população e, para piorar, Ainda não é uma medida popular, pois mexe com o bolso dos trabalhadores e coloca muitas “pulgas atrás da orelha” dos trabalhadores. 

 

Ou seja, apesar de ser necessária, a Reforma da Previdência não evidencia sua importância e pouco pesa na hora de se medir o apoio popular ao governo ou os votos que irão resultar deste nó desatado pelo governo federal.

 

Vale lembrar, também, que apenas a Reforma da previdência não basta para desatar as amarras econômicas, faltando, ainda, serem destravadas as reformas Fiscal e Trabalhista.

 

IMPRENSA

Outro ponto em que o governo federal vem pecando é no seu relacionamento com a imprensa, em que elege alguns veículos como “preferenciais” e deixa os demais como meros expectadores e repetidores de declarações.  Esse é um grande erro de qualquer governo, pois em tempos de mídias eletrônicas, como milhares de emissores transmitindo mensagens para milhões de receptores, a verdade pode ficar pelo caminho e a notícia real ser facilmente trocada pela fake News.

 

O país passa por um de seus piores momentos após o fim do governo militar quando se fala no relacionamento entre os poderes, com evidências de tentativas de interferência de todos os lados, deixando a população tonta ante tantas informações de um contra o outro, não sabendo identificar até onde vai a verdade e onde termina o boato.

 

BENEFICIANDO LULA

O certo é que dentro de todo esse contexto, quem sai beneficiado é o ex-presidente Lula que, de dentro de sua cela especial em Curitiba, vem coordenando as ações não do PT, mas de personagens carismáticos junto ao público, principalmente ao povão que forma sua massa principal de eleitores, mandando suas mensagens de “inconformismo”, de “luta de classes” e de óbvio direcionamento de opinião, fortalecendo aqueles que podem ser seus principais aliados caso a Justiça decida pela progressão de sua pena do regime fechado para o semiaberto.

 

Aí, meus amigos, se de dentro da carceragem o “hômi” já incomoda, fora dela, vai eleger não um poste, mas qualquer “estaca” para qual apontar o dedo, como mostram as cartas que Lula vem enviando para personalidades, como o  aniversário de Chico Buarque, a internação de um caro amigo e a declaração do presidente Jair Bolsonaro sobre o desaparecimento do pai do presidente da OAB, Felipe Santa Cruz, que não passaram em branco pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva nos 488 dias de prisão na carceragem da Polícia Federal, em Curitiba.

 

Da mesa redonda na cela de 15 metros quadrados, no 4º andar da Superintendência paranaense da PF, com uma caneta esferográfica de tinta azul e folhas arrancadas de um caderno de brochura, o petista já escreveu pouco mais de 50 cartas e bilhetes do cárcere. O forte abraço por extenso, acompanhado, por vezes, da frase "Sem medo de ser feliz" — trecho do jingle da campanha presidencial de 1989 — seguem no fim de cada carta entregue aos "camaradas" do Partido dos Trabalhadores, às personalidades da cultura popular, como Beth Carvalho e Chico, e até a catadores de materiais recicláveis às vésperas do Natal. 

 

Uma das cartas mais recentes do ex-presidente foi endereçada ao presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Felipe Santa Cruz . Lula enviou três parágrafos em solidariedade ao advogado após o presidente Jair Bolsonaro dizer que se Santa Cruz quisesse saber a verdade sobre o desaparecimento do pai durante a Ditadura Militar, ele lhe contaria. “Nada poderá reparar o sacrifício de seu pai, meu caro Felipe, nem a ofensa brutal que o vitimou mais uma vez. Mas tenha certeza de que a imensa maioria do povo brasileiro ama a paz e a democracia. Sempre vamos reverenciar nossos verdadeiros heróis, e é isso que os tiranos não conseguem suportar”, escreveu.

 

A atuação política via Correios do ex-presidente não se restringiu ao período eleitoral. Com o resultado sacramentado, o PT derrotado e Bolsonaro na Presidência, Lula também não poupou o eleito. Logo após o resultado do pleito, ele analisou a campanha em uma carta aos companheiros de partido. O petista agradeceu aos militantes, a Haddad e a Manuela D'ávila, candidata a vice na chapa, e alfinetou o vencedor. "Jair Bolsonaro tem um único propósito em mente, que é continuar atacando o PT. Ele não desceu do palanque e não pretende descer", escreveu o ex-presidente.  

 

"Nosso adversário criou uma indústria de mentiras no submundo da internet, orientada por agentes dos Estados Unidos e financiada por um caixa dois de dimensões desconhecidas, mas certamente gigantescas."personalidades.