Hoje, 80% da classe política está contaminada com o vírus da corrupção, improbidade administrativa, da má gestão com o erário público, muitos dos quais conhecemos sua trajetória de vida desde o início. Tanto os corruptos, quanto os corruptores estão em todas as esferas e andares que vão de secretários municipais, vereadores, aos corredores do Palácio do Planalto, em Brasília.
Por Edson Rodrigues
Mas não podemos esquecer que para toda regra, há exceções e aqueles que se rebelam, são congelados, desnutridos e desprestigiados. Perdem a força política e passam a sofrer discriminações. Em seu quinto mandato, no qual em todos foi eleita pelo extinto PMDB, atual MDB, a sigla corre o risco de perder a deputada para outro partido. Isso porque a Josi Nunes foi contra o interesse do Palácio do Planalto, que resultou em um distanciamento com a sigla, a mesma do presidente Temer.
Ainda assim a deputada não confirmou a mudança, destacou sua dedicação à sigla em que foi eleita para todos os seus mandatos. Em contrapartida, Josi Nunes declarou que não tem condições, enquanto representante de uma sociedade, conforme seus valores e perspectiva de defender a ideologia de um grupo que não a valoriza nem respeita a sua postura. Em um de seus desabafos a Josi Nunes foi direta e assegurou que este mandato está sendo muito difícil por não seguir o comportamento que o MDB Nacional em relação ha algumas matérias não aprovadas por ela. De acordo com a legisladora “Isso criou certo conflito na minha relação com o MDB nacional, mas, a boa relação com os emedebistas estaduais continuam”.
Mesmo sendo uma aliada fiel a Marcelo Miranda, a preocupação da deputada se resume em não encontrar apoio suficiente do grupo na esfera nacional. Procurada, a deputada alegou que as retaliações do partido são os principais os motivos da sua insatisfação, uma vez que tem obrigado a todos a seguir as orientações da cúpula nacional. “Eu votei contra o fundo privado, votei contra porque acho que não deve ter financiamento privado; mas como tudo passa pelo partido e se o partido não me valoriza na Câmara dos Deputados, nas Comissões, no trabalho parlamentar e no processo eleitoral, tudo isso são coisas que tem me deixado revoltada. São questões que já coloquei para o governador e estamos conversando com o partido para que não aconteça nenhuma retaliação e, a minha preocupação é esta”, declarou Josi. Segundo circula nos bastidores, a orientação da presidência da república, é limitar qualquer membro da cúpula que se manifestar contra as orientações do grupo. Apesar dos sinais de retaliação da sigla, a deputada busca garantias para não ficar isolada no partido.
“Fui deixada um pouquinho de lado a nível de Brasília e preciso de garantias porque tudo agora depende da posição partidária. Se o partido não me aceita e não me valoriza não terei condições de colocar a minha candidatura pelo MDB. Sempre fiz campanha com recursos próprio e continuarei a fazer do mesmo jeito, apesar de ser muito sacrificante e sofrido a forma que a gente tem enfrentando as eleições. É um processo que deve mudar porque induz muitos procurem a corrupção para poder dar sustentação ao seu trabalho. No meu caso, tenho feito muito com recurso próprio, mas chega ao ponto que não dá mais e eu e minha mãe não temos mais condições de fazer o que já fizemos no passado onde a maioria do financiamento das nossas campanhas foram com recursos próprios e com isso sacrificamos a nossa minha família, mas agora chega porque já demos a nossa contribuição e o partido que nós estivermos tem que nos valorizar”, desabafou a deputada. Ela afirmou que antes de tomar qualquer definição irá conversar com o governador Marcelo Miranda.
Histórico
Com uma trajetória familiar ingressada na política, a deputada sempre demonstrou lealdade, caráter e seriedade diante de suas ações. A jovem política tocantinense, com um extenso currículo de mandatos eletivos tem se comportado como agente pública, e nós, a equipe deste veículo de comunicação, assim como toda sociedade tem acompanhado de perto o trabalho que com muito empenho, e até empecilhos provocados por outros, que ela vem desenvolvendo. Josi nasceu e se criou na política, certamente conhece os caminhos e possíveis resultados o qual cada um deles pode levar, ainda assim aprendeu com seus pais a viver de forma honesta. Filha do ex-prefeito de Gurupi, Jacinto Nunes, da ex-primeira dama, Dolores Nunes, primeira deputada estadual e federal eleita pelo Tocantins, e atualmente vice-prefeita Capital da Amizade, a professora e psicóloga, que trabalhou por quatro mandados na Assembleia Legislativa, foi escolhida em 2014 para representar os tocantinenses na Câmara dos Deputados, em Brasília.
Hoje, ao refletir sobre o Estado mais novo da federação, com uma vida de vitórias e desenvolvimento pela frente, lembrei-me da legisladora que merece de pé os nossos aplausos por não se abalar diante das pressões. Com conduta ilibada não possui fazendas tampouco patrimônios, a deputada optou por não investir no enriquecimento pessoal, e atualmente passa por um profundo desprestígio do governo Temer por não ter seguido fielmente os mandos do Palácio do Planalto nas votação que iria contra a sua vontade, seus princípios, contra o povo.
Posso assegurar como testemunha, que com 30 anos como dirigente de um dos primeiros veículos de comunicação do Tocantins acompanhamos a história política do Estado, nunca o nome da nobre deputada nestes 24 anos de vida pública com funções eletivas no qual ela ocupa e ocupou foi citado em nenhuma irregularidade. Seria leviano de nossa parte a omissão neste momento em que ao invés de ser reconhecida como um exemplo a ser seguido, a deputada sofre tantas retaliações. Esperamos que em 2019, mesmo diante de uma perseguição política velada Josi Nunes consiga dá continuidade ao seu trabalho na Câmara dos Deputados.