EDITORIAL
O Governo do Tocantins tem buscado junto a Assembleia Legislativa a autorização para realizar um empréstimo no valor de R$ 600 milhões, que seriam realizados junto ao Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal. Ambos os recursos são fundamentais para que o Executivo realize investimentos na infraestrutura do Estado. Estes são importantes para o desenvolvimento social.
Por Edson Rodrigues
No entanto, o que assistimos atualmente é um bang bang com tiros para todos os lados, em que a solicitação do Executivo tem sido adiada uma decisão final do Legislativo, e a sociedade é a principal atingida nessa troca de farpas. O que vemos hoje é o clamor das inúmeras categorias, de servidores, empresários, comerciantes a profissionais liberais por um oxigênio na economia tocantinense, pois só com investimentos todos voltarão a crescer. A estagnação do dinheiro reduz a arrecadação estadual, assim como os repassas municipais, tal verba é fundamental para estancar a sangria que vivemos atualmente.
O índice de inadimplência no Tocantins é elevado, sem dinheiro o cidadão de bem não consegue pagar taxas mínimas como as do Detran, IPTU, dentre outras, como prestações em lojas, financeiras, veículos. Sem poder econômico o cidadão tem sobrevivido cortado custos, reduzido o máximo possível qualquer compra que não seja de fato necessária. Isso reduz a arrecadação do governo, que precisa recolher impostos para fazer investimentos na saúde, educação, segurança pública. Aumentar os impostos não resolve o problema, quem não consegue pagar o que deve hoje, não conseguirá se houver aumento. A inadimplência é fruto de uma crise econômica que resultou em inúmeros desempregos.
Durante uma entrevista, o secretário de Estado do Planejamento e Orçamento, David Siffert Torres ressaltou que o Tocantins corre o risco de perder o recurso, uma vez que a solicitação tramita no Legislativo há sete meses. O titular da Pasta destacou ainda que atualmente o Tocantins é um dos poucos estados que não usou deste recurso para impulsionar a economia.
Chega de Lero Lero
O governo tem pedido, os deputados enrolado. Na sessão do dia 13 de junho, o deputado Stalin Bucar destacou o assunto, pediu agilidade na aprovação dos Projetos que autorizam os empréstimos e afirmou que este recurso é uma conquista para a população. Destacou a necessidades dos municípios que passam por situações precárias.
Stalin foi enfático ao dizer que todos têm consciência de que o Tocantins não sobrevive de arrecadação, e por isso é necessário os recursos federais, aos deputados, no entanto fica a responsabilidade de fiscalizar a aplicação do dinheiro, e denunciar caso não sejam investidos conforme proposto. Lembrou que os recursos não são do governador ou dos deputados, mas para o povo.
Executivo
O governador Marcelo Miranda precisa expor a sociedade a real situação do Estado, pois poucos de fato são conhecedores do que tem acontecido na administração pública, assim como a posição dos deputados diante de um aperto social. Assim como explicar a “enrolação”, dos nossos legisladores para aprovar ou não esses empréstimos, é preciso também dar notoriedade sobre para quê, e onde serão aplicados estes recursos. O povo espera por transparência, e se o Legislativo não o faz, faça-o, o Executivo.
Nós tocantinenses queremos que o Poder Executivo esclareça os fatos sobre a relação com o Legislativo. Coloque as cartas na mesa, e deixe que a população sabedora de como funciona todo o processo de trocas e chantagens entenda que infelizmente os nossos deputados, com exceções, parecem não estar preocupados em defender aqueles que os elegeram.
Os legisladores precisam entender que diante do atual cenário listar prioridades é fundamental, e solicitar liberação de emendas parlamentares com shows, rodeios, vaquejadas, não podem fazer parte da lista no momento. A população clama por investimento, que gera empregos, e faz com que o dinheiro volte a circular.
Obras
O Planejamento divulgou que o valor será investido na conclusão do Hospital Geral de Palmas (HGP), a reforma do Hospital Geral de Araguaína (HGA) e de Gurupi (HGG), a construção de unidades habitacionais, a construção de rodovias de escoamento de produção agrícola, a nova ponte sobre o Rio Tocantins, em Porto Nacional; a construção de unidades de segurança pública, a implantação do campus da Unitins, na região do Bico do Papagaio, além da construção, ampliação e reforma de Unidades da Polícia Civil e Científica; aquisição de equipamentos para o fortalecimento da Segurança Pública; infraestrutura esportiva no estádio de futebol Rezendão.
De acordo o Sistema de Análise da Dívida Pública, que pontua a capacidade de endividamento do Estado diante da capacidade de pagamento, limite de endividamento e montante anual de desembolso o Tocantins está apto em todas as avaliações.
Gestão
Desde 2015, quando assumiu o Executivo, Marcelo Miranda tem se mostrado trabalhar de forma responsável e pacífica. Recebeu o Estado com os salários atrasados, e dívidas avassaladoras, hospitais inacabados, fruto de obras eleitoreiras, estradas intransitáveis, segurança pública com carros e armamentos sucateados, faltava tudo, até o combustível. Em seguida o País entra em colapso com a crise econômica, recessão, crise política, institucional, impeachiment, troca de gestão, queda na arrecadação e uma lista extensa de acúmulos de problemas.
Ainda assim, buscou o equilíbrio financeiro, infelizmente foi obrigado a fazer cortes no quadro de servidores, mas o intuito foi conseguir manter o salário dos servidores em dia, como o repasse para os demais poderes, mesmo com dificuldades o funcionário público do Tocantins não recebe seu salário parcelado, como na maioria dos estados brasileiros, inclusive o Distrito Federal, Rio de Janeiro e Minas Gerais.
Alguém já comparou as fotos do governador? É visível a perda de peso. Além de inúmeras notas veiculadas sobre o saúde do governador, é de conhecimento também suas idas à Brasília, reunindo-se com a bancada no Congresso em busca de soluções em audiências com o Presidente da República, o Fórum de Governadores que com a união dos Estados representa fortalecimento do grupo e da economia, assim como troca de experiências, produtos, e aumento nas exportações do que é produzido na região.