Por Edson Rodrigues
Por mais que política não seja matemática e suas contas não sejam exatas, podemos afirmar que os dois PMDBs que coabitam de forma nada harmônica no Tocantins, deixarão de existir na próxima terça-feira, quando a cúpula nacional do partido deve anunciar seu desembarque definitivo do governo Dilma Rousseff.
Dos 27 diretórios estaduais do PMDB, apenas seis se posicionaram em favor da permanência na base aliada ao governo Dilma. O diretório tocantinense foi um dos primeiros a se manifestar pelo rompimento total. A questão é que essa manifestação foi feita pela ala autêntica, original, do partido, liderada pelo governador Marcelo Miranda, pela deputada federal Josi Nunes e pelo presidente estadual Derval de Paiva.
O outro PMDB do Tocantins é alinhado à senadora e ministra Kátia Abreu, amiga pessoal da presidente Dilma a quem deve sua indicação como ministra.
LAÇOS ENTRE MARCELO E KÁTIA PODEM SER DEFINITVAMENTE ROMPIDOS APÓS DECISÃO
“Aos amigos, tudo. Aos inimigos, o rigor da Lei”. Esse deve ser o novo mantra no Palácio do Planalto, independentemente do andamento do processo de impeachment da presidente Dilma no Congresso Nacional. A força da frase que abre este parágrafo deve ser concentrada nos processos eleitorais de outubro próximo, tendo Palmas como a central de irradiação dessa força, atingindo cidades como Araguaína, Gurupi, Porto Nacional, Colinas, Guaraí, Dianópolis, Tocantinópolis, Taguatinga, Miracema e Pedro Afonso.
Esses serão os “municípios-chave” que concentrarão o bom combate entre as forças políticas do estado, principalmente entre os que são parceiros do governador Marcelo Miranda e os seguidores da senadora e ministra Kátia Abreu.
Em paralelo, estarão presentes de forma significativa nesse combate outras forças políticas emergentes no Estado, como o PSB, de Carlos Amastha, o PR do senador Vicentinho Alves, o PPS do deputado Eduardo do Dertins, o PSDB do senador Ataídes, o DEM da professora Dorinha Seabra, o PP do deputado Valderez, e o PT de Donizete Nogueira. Os outros partidos, considerados menores, para figurarem de forma significativa nessas eleições, apenas se fecharem uniões entre si ou com os grandes partidos.
Outra característica importante é que nestas eleições municipais, os partidos políticos estão com sua credibilidade em baixa junto aos eleitores, o que eleva a importância dos grupos políticos em detrimento das cores partidárias, como é o caso do PT que, mesmo com um grande desgaste junto à opinião pública, não deixará de participar das eleições, inclusive com chances de vitória em alguns municípios, seja sozinho seja participando de coligações.
MAIS SOBRE KÁTIA E MARCELO
Com a provável oficialização do desembarque do PMDB da base de apoio ao governo Dilma Rousseff, acreditamos que a senadora e ministra Kátia Abreu acabe se desfiliando do PMDB, permanecendo ao lado de sua amiga presidente, seja como ministra ou até mesmo voltando para o Senado, onde atuaria na linha de frente em defesa da presidente no processo de impeachment. Já no Tocantins, Kátia deve iniciar uma ferrenha oposição ao governo de Marcelo Miranda.
Por sua vez, o governador deve retornar na próxima quarta-feira já com a decisão tomada de substituir todos os integrantes do PT que tenham cargos em seu governo e, de acordo com as definições e aproximações do PMDB com outras siglas, membros de outros partidos com cargos no governo também serão substituídos, principalmente os que já não vinham desempenhando suas funções a contento.
Marcelo Miranda está em Brasília, acompanhado de sua esposa, a deputada Dulce Miranda, do seu pai, Dr. Brito Miranda, da também deputada Josi Nunes e do presidente estadual do PMDB, Derval de Paiva, onde participa dos preparativos para a Convenção Nacional do partido e das articulações e conversações que definirão o desembarque total e imediato da base de apoio à presidente Dilma Rousseff e ao governo do PT.
Uma semana para entrar na história política do Brasil e do Tocantins.
É sentar e aguardar....