Desemprego fica em 10,5% em abril, menor taxa desde fevereiro de 2016

Posted On Terça, 31 Mai 2022 14:13
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O desemprego no Brasil recuou de 11,2% no trimestre terminado em março para 10,5% no encerrado em abril, de acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta terça-feira, 31, pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

Com Estadão

 

O resultado ficou abaixo das expectativas dos analistas ouvidos pelo Estadão/Broadcast, que estimavam uma taxa de desemprego entre 10,7% e 11,2%, com mediana de 11%. Trata-se da menor taxa desde fevereiro de 2016, quando ficou em 10,3%.

 

Em igual período de 2021, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 14,8%. No trimestre encerrado em março de 2022, a taxa de desocupação estava em 11,1%.

 

Para Sérgio Vale, economista-chefe da MB Associados, o recuo registrado em abril aumenta a chance do retorno a uma taxa de um dígito ainda neste ano. Segundo ele, a intensidade da redução da desocupação, de 11,2% para 10,5%, é atípica para esta época do ano.

 

“É um começo de ano forte que estamos vendo, de retomada mais efetiva depois da pandemia, com serviços em recuperação mais intensa e aumento significativo na contratação em quase todos os setores”, afirma.

“É um sinal positivo, mas fica a dúvida se é sustentável. Tem o efeito da inflação e dos juros lá fora e aqui dentro no segundo semestre.”

 

Para Carlos Pedroso, economista chefe do banco Mufg Brasil, os números refletem o forte desempenho da atividade econômica no primeiro trimestre, mas não indicam uma tendência para o ano. "Esperamos uma economia mais fraca no segundo semestre, em função do aperto monetário que o Banco Central vem realizando. Neste sentido, mantemos a expectativa de um desemprego em torno de 11% no fim de 2022", afirma.

 

O economista reforça que os resultados da Pnad Contínua de abril ainda mostram um quadro desafiador para o mercado de trabalho, com número ainda grande de desalentados e taxa de informalidade elevada.

 

Renda média em queda

Os economistas também chamam a atenção para a queda de 7,9% no rendimento, na comparação com o mesmo período de 2021. A renda média real do trabalhador foi de R$ 2.569 no trimestre encerrado em abril.

 

A massa de renda real habitual paga aos ocupados somou R$242,948 bilhões no trimestre até abril, alta de 1,9% ante igual período do ano anterior.

População ocupada é recorde

Os dados do IBGE mostram que o País registrou uma abertura de 1,083 milhão de vagas no mercado de trabalho em apenas um trimestre. A população ocupada alcançou um recorde de 96,512 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril de 2022. Em um ano, mais 9,036 milhões de pessoas encontraram uma ocupação.

 

Já a população desocupada diminuiu em 699 mil pessoas em um trimestre, totalizando 11,349 milhões de desempregados no trimestre até abril. Em um ano, 3,840 milhões deixaram o desemprego.

 

A população inativa somou 64,946 milhões de pessoas no trimestre encerrado em abril, 8 mil a mais que no trimestre anterior. Em um ano, esse contingente encolheu em 3,606 milhões de pessoas.

 

O nível da ocupação - porcentual de pessoas ocupadas na população em idade de trabalhar - passou de 55,3% no trimestre encerrado em janeiro para 55,8% no trimestre até abril. No trimestre terminado em abril de 2021, o nível da ocupação era de 51,1%.