DIANÓPOLIS: DISPUTA SE AFUNILA ENTRE A TRADIÇÃO E O RETORNO AO PASSADO

Posted On Sexta, 19 Junho 2020 16:51
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Considerada um dos “berços da cultura tocantinense”, terra que já produziu dezenas de escritores, homens da Lei, bons advogados, juízes e desembargadores e professores universitários, a acolhedora cidade de Dianópolis, no Sudeste tocantinense, tem fama de ser um nascedouro de mentes férteis e cultas, que sempre elege seus representantes para o poder Legislativo desde quando fazia parte do estado de Goiás

 

Por Edson Rodrigues

 

Seu maior baluarte político, Hagaús Araújo, foi deputado estadual por Goiás, onde deixou sua marca registrada de político de opiniões fortes, alheio à picuinhas e com uma filosofia desenvolvimentista.

 

Com a criação do Estado do Tocantins, Hagaús Araújo (foto) elegeu-se deputado federal, deixando, também, sua marca, com sua forma correta de atuação política, no Congresso Nacional, sendo responsável por diversas obras que deram início ao desenvolvimento do então recém-criado território tocantinense.

 

Eu, pessoalmente, me sinto presenteado pela convivência harmoniosa e pelo aprendizado advindo da grande reserva moral da política tocantinense que foi o ex-deputado Hagaús Araújo, que tem muitas de suas realizações em benefício do povo do Tocantins registradas nas páginas do O Paralelo 13.

 

Assim como Hagaús, temos boas amizades com muitos outros filhos deste importante berço cultural do Sudeste do Tocantins.

 

 

CORRIDA ELEITORAL

Apesar dos atrasos na vida cotidiana causados pela pandemia de Covid-19, a corrida sucessória em Dianópolis já está bastante adiantada em relação à maioria dos municípios de mesmo porte no Estado do Tocantins.

 

A fotografia do momento apresenta três candidaturas distintas, colocando como competidores o ex-prefeito José Salomão, pelo PT, que vem enfrentando turbulências internas após correr a notícia de que seu vice, Dico do Banco da Amazônia, teria sido indicação do PP, da senadora Kátia Abreu e do seu filho, também senador, Irajá Abreu, o que já rendeu racha nos partidos que apoiam Salomão e nota do próprio pré-candidato desmentindo que Dico teria sido indicado pelo clã dos Abreu.

 

O outro pré-candidato é o advogado e ex-vereador, Hagaús Netto, que vem pelo PTB, com toda a carga histórica política positiva de sua família, e que conta com o apoio do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Toinho Andrade e do PV, da deputada estadual Cláudia Lélis.

 

O terceiro pré-candidato é Jaílton da ATM, que concorrerá pelo Republicanos, partido de César Halum que o convidou pessoalmente para ingressar na legenda.

 

 

REFLEXÃO

As três candidaturas apresentam características semelhantes, de pessoas comprometidas com o desenvolvimento da cidade e, independente do candidato, o eleitor dianopolino precisa fazer uma grande reflexão, levando em consideração o quadro político nacional e estadual, para encontrar um candidato que melhor se encaixe na resolução dos desafios que a cidade enfrentará no futuro.

 

O país vai enfrentar sua pior crise financeira dos últimos 100 anos e o prefeito terá que ser uma pessoa com bons conhecimentos em Brasília, com apoio de congressistas, pois é de lá que conseguirá trazer os recursos para dar suporte ao desenvolvimento da cidade, uma vez que a única fonte de renda da cidade é o Fundo de Participação dos Municípios (FPM).

 

A cidade tem uma população de pouco mais de 20 mil pessoas, sendo cerca de 12 mil eleitores e não pode ficar parada no tempo, com as mesmas iniciativas sociais e o mesmo ritmo de crescimento.  É preciso que os eleitores se atentem para a necessidade não só de manter a máquina administrativa funcionando, como de investir em obras de infraestrutura, melhoramentos nas escolas e postos de saúde e, principalmente em criar condições de atração de empresas e indústrias para a geração de emprego, renda e impostos.

 

Dianópolis tem que aproveitar a excelência cultural que sua população apresenta e aplicá-la na escolha do seu próximo prefeito, mostrando que cultura também é sinônimo de sabedoria e comprometimento com as próximas gerações de dianopolinos.

 

Os debates políticos que ocorrerão no município, organizado por veículos de comunicação e outras entidades, poderão clarear a mente dos eleitores. A nova forma de fazer política no Brasil, com 80% da campanha baseada em plataformas digitais, sem comícios ou grandes reuniões, por incrível que pareça, acaba permitindo um contato mais direto entre os pré-candidatos e os eleitores, pois propostas, perguntas e críticas podem ser formuladas e enviadas diretamente aos pretendentes e, uma não resposta ao questionamento do eleitor, acaba sendo visto como descaso ou falta de interesse.

 

Essa é a fotografia do momento político de Dianópolis, lembrando que política é como um céu com nuvens. Em um momento tem uma configuração.  Dois segundos depois, tudo muda.

 

O tempo dirá qual dos pré-candidatos encontrará a melhor forma de contato e convencimento dos eleitores a respeito da sua plataforma política.

 

Por enquanto, é só.