BASTIDORES DA SUCESSÃO 2022
Por Edson Rodrigues
Os dois principais pré-candidatos ao governo do Tocantins nas eleições de dois de outubro, Ronaldo Dimas, que está migrando do Podemos para o PL e Wanderlei Barbosa, que chega ao Republicanos, conseguiram ganhar musculatura política na formação de seus grupos. Dimas conta com o apoio declarado do senador Eduardo Gomes, líder do governo Jair Bolsonaro no Congresso nacional, líder na liberação de recursos federais para o Tocantins, auxiliando não só na estruturação do Estado, mas agindo de forma crucial para possibilitar o combate à Covid-19, quando trouxe um avião da FAB repleto de equipamentos e insumos hospitalares, conseguindo dezenas de UTIs para o governo do Estado e municípios de todas as regiões.
Gomes foi enfático ao afirmar, recentemente que Dimas é o seu candidato e terá o seu voto para o governo do estado em outubro.
RONALDO DIMAS
Apesar de todo esse “auxílio luxuoso”, Dimas terá que mudar sua forma de fazer política para tentar se descolar da fama de “arrogante”. Para isso terá que calçar as sandálias da humildade e não querer ser um professor de Deus, varrer o lixo para dentro e tentar conquistas do mais simples ao mais gabaritado dos aliados do senador Eduardo Gomes, principalmente os prefeitos, ex-prefeitos, vereadores, candidatos a deputado estadual, federal, lideranças políticas do interior do Estado e da Capital que sonhavam em ter – e viam - Eduardo Gomes como o candidato ideal para o governo do Tocantins.
Dimas, Eduardo e os prefeitos de Paraíso Celsinho e Wagner de Araguaína
Para isso Dimas tem um tempo de, aproximadamente, 50 dias, nos quais deve trabalhar duro na construção desse alicerce para sua campanha, que o permitirá ter uma candidatura competitiva. Caso não consiga esse feito, será “caixão e vela preta” para sua pretensões políticas.
Não se pode esquecer que Dimas esteve a ponto de se aliar aos senadores Kátia e Irajá Abreu, ao empresário Edson Tabocão e ao ex-prefeito de Gurupi, Laurez Moreira, em sua tentativa de ser o candidato a governador do grupo que antagoniza com o senador Eduardo Gomes. Essa “maleabilidade” de interesses pode ser mal vista pelos seguidores fiéis de Gomes.
Dimas promoveu e participou de várias reuniões políticas na região do Bico do Papagaio em companhia dos Abreu, de Edson Tabocão e de Laurez Moreira, o que faz muito necessário que consiga explicar e convencer os eleitores e as lideranças políticas de sua nova “cara”, sem seus velhos aliados, e de que tem condições de ser um governador realizador, parceiro e, principalmente, fiel ao senador Eduardo Gomes, honrando seus compromissos de campanha com todo os que vão o apoiar, em especial a aqueles que o estão fazendo apenas pelo pedido direto de Eduardo Gomes.
Logo, esse novo posicionamento de Ronaldo Dimas é considerado como a sua UTI – última tentativa do indivíduo – e se sua candidatura não decolar até as convenções, corre o risco de ter sua pretensão política abortada.
WANDERLEI BARBOSA
O governador Wanderlei Barbosas e o empresário Edson Tabocão
Já o, agora, governador de fato e de direito do Tocantins, Wanderlei Barbosa, vem conseguindo êxito em sua ações governamentais, com as quais já ganhou a confiança do funcionalismo público estadual, tem atuado de forma precisa quando precisa tomar decisões pragmáticas, como a de acudir os milhares de desabrigados e todas as famílias impactadas pelas chuvas, disponibilizando auxílio, cestas básicas, mantendo o sistema de saúde livre dos escândalos de desabastecimento das farmácias dos hospitais públicos.
Mesmo assim, Wanderlei ainda precisa resolver problemas graves em sua base política, que abriga muitos “chefetes” que agem por iniciativa própria e acabam por dividir sua base, como, por exemplo, aos Abreu – Kátia e Irajá – que, definitivamente, não são bem vistos nem quistos pela esmagadora maioria dos deputados estaduais, sendo que é público e notório que o clã dos Abreu já montou duas chapinhas de pré-candidatos a deputado estadual e federal sem mandatos, numa clara afronta aos parlamentares que buscam a reeleição, e beneficiaram o deputado federal Vicentinho Jr., mantendo-o como o único detentor de mandato a ser candidato à reeleição sob seu apadrinhamento.
Wanderlei Barbosa, antes de falar em convenção, terá que descascar esse abacaxi, se utilizando de todas as ferramentas que tem à disposição para não provocar uma “implosão” de sua base de apoio na Assembleia Legislativa. Uma base de apoio que se mostrou destemida e corajosa, praticamente obrigando Mauro Carlesse a renunciar, após aprovar por unanimidade a continuidade do processo de impeachment.
Só por isso Wanderlei Barbosa deve ver os deputados estaduais com o maior respeito e reconhecimento, assim como ser leal a todos os que se mostraram dispostos a se sacrificar para dar-lhe um governo de fato e de direito, e pavimentar seu caminho á reeleição. Eles, comprovadamente, são a base de sustentação de seu governo, e o seu sucesso político, de Wanderlei, está intrinsecamente ligado à essa demonstração de apoio por parte dos parlamentares estaduais.
É bom lembrar que tanto Dimas quanto Wanderlei dependem, principalmente, de si próprios e de suas escolhas para viabilizar suas candidatura e manter as chances reais de eleição em outubro próximo.
Boa sorte aos dois e ao povo tocantinense!