A Dívida Pública Federal (DPF) subiu 0,63% em março e fechou o mês em R$ 5,892 trilhões. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 26, pelo Tesouro Nacional. Em fevereiro, o estoque estava em R$ 5,856 trilhões.
Por Eduardo Rodrigues
A DPF inclui a dívida interna e externa. A Dívida Pública Mobiliária Federal interna (DPMFi) avançou 0,74% em março e fechou o mês em R$ 5,616 trilhões. Já a Dívida Pública Federal externa (DPFe) recuou 2% no mês, somando R$ 234,36 bilhões ao fim de março.
O coordenador-geral de Operações da Dívida Pública do Tesouro Nacional, Luis Felipe Vital, disse que a divulgação do novo arcabouço fiscal fez com que a curva de juros tivesse um movimento positivo em março, apesar das quebras de bancos nos Estados Unidos e na Europa no mês passado.
“Março teve cenário de instabilidade, com bancos nos EUA e Europa e com isso o mercado passou a reavaliar expectativas sobre a política monetária norte-americana. Essa instabilidade de março foi negativa para países emergentes, mas o Brasil teve uma performance melhor que seus pares”, afirmou. “A divulgação do novo arcabouço fiscal foi positiva para a curva de juros do Brasil, com queda de juros ao longo de toda a curva. Março foi bastante positivo para o mercado local”, completou.
Ele destacou que, em março, o Tesouro emitiu R$ 168,70 bilhões em títulos – o maior valor desde abril de 2021. “O Tesouro conseguiu emitir volumes maiores que os de meses anteriores. Ainda assim, 2023 tem R$ 202 bilhões em resgates líquidos até março”, completou.
Colchão de liquidez
O Tesouro Nacional encerrou março com R$ 973,56 bilhões no chamado “colchão da dívida”, a reserva de liquidez feita para honrar compromissos com investidores que compram os títulos brasileiros. O valor observado é 2,22% menor em termos nominais que os R$ 995,66 bilhões que estavam na reserva em fevereiro. O montante ainda é 9,28% menor que o observado em março de 2022 (R$ 1,073 trilhão).
No fim de março, o colchão era suficiente para honrar 9,22 meses de vencimentos de títulos. O valor serve de termômetro para saber se o País tem recursos para pagar seus investidores ou precisará recorrer rapidamente ao mercado para reforçar o caixa. O órgão trabalha com um mínimo prudencial equivalente a uma reserva para três meses de vencimentos.
Abril
Vital afirmou que o mês de abril tem apresentando um cenário externo estável e um ambiente doméstico ainda positivo com a melhora da percepção dos agentes com o panorama fiscal. “A curva de juros perdeu inclinação ao longo do mês”, destacou.
Vital citou ainda que, após o Tesouro Nacional retornar ao mercado externo com o lançamento do Global 2033, outros agentes já voltaram ao mercado internacional e outros preparam suas emissões.