Eduardo Campos morre em acidente aéreo em Santos

Posted On Quarta, 13 Agosto 2014 14:20
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O ex-governador de Pernambuco  e candidato à Presidência da República Eduardo Campos (PSB) morreu na manhã desta quarta-feira (13) após o jatinho onde estava cair em Santos, litoral de São Paulo. O acidente aconteceu por volta das 10h. A aeronave do candidato saiu do Aeroporto Santos Dumont, no Rio de Janeiro, para o Guarujá, em São Paulo, onde ele tinha evento de campanha na manhã de hoje. Chovia muito na hora do acidente. O piloto ainda tentou arremeter, mas não conseguir e acabou caindo por cima de algumas casas.

Estavam na aeronave sete pessoas. O candidato à presidencia Eduardo Campos, os dois pilotos Geraldo da Cunha e Marcos Martins, Pedro Valadares Neto (assessor), Carlos Augusto Leal Filho, conhecido como Percol (Assessor de imprensa), Marcelo Lira e Alexandre Gomes Silva, conhecido como Severo (fotográfo).

Na noite de ontem Eduardo deu uma entrevista para o Jornal Nacional sobre suas propostas de campanha. Como teria que estar logo cedo hoje no Guarujá, pegou o jatinho Cesna e seguiu para São Paulo. Eduardo daria uma palestra para pessoas ligadas ao sistema portuário. "Soubemos que o tempo estava muito ruim. A aeronave arremeteu e ficamos sem informações depois disso. Era uma pessoa jovem e bastante determinada. Só tenho a lamentar e mandar um beijo para a família", disse Márcio França, presidente do PSB de São Paulo.

Sete pessoas estavam a bordo do jatinho, incluindo o assessor Carlos Percol e o fotógrafo Alexandre Severo. As primeiras informação dão conta que a esposa de Eduardo, Renata Campos, não estava no avião, assim como o filho dela, Miguel.

O presidente do diretório do PSB em Minas Gerais, o deputado Júlio Delgado, informou que não há sobreviventes no acidente. "A gente está atordoado. Parece que não há sobreviventes. Parece que perdemos o Eduardo. O Eduardo não conseguiu descer (o avião não conseguiu pousar), não há sobreviventes na aeronave. É uma perda irreparável", disse o deputado visivelmente emocionado.

 

Por coincidência, Eduardo faleceu no mesmo dia do avô, o ex-governador Miguel Arraes, morto em 2005.

 

Em entrevista a Rádio Jornal, o senador Humberto Costa (PT) disse que Eduardo revolucionou a gestão pública em Pernambuco. "As parcerias com o governo federal fizeram com que Pernambuco mudasse em 8 anos de forma profunda. Vejo principalmente as grandes mudanças que ele promoveu em nosso estado como grande legado de sua herança política. É uma perda muito grande. Não me sinto em condições de fazer o julgamento dos desdobramentos polúiticos. Neste momento estamos profundamente tristes com a perda do ser humano", disse Humberto.

Ainda não há a confirmação precisa de quem estava dentro do avião. O único nome confirmado até então é do fotógrafo Alexandre Severo.

 

Conheça a trajetória de Eduardo Campos

Eduardo teve uma longa trajétoria no Estado de Pernambuco

 

Eduardo Henrique Accioly Campos, 49 anos, nasceu no Recife  no dia 10 de agosto de 1965. Ele era casado com  Renata de Andrade de Lima Campos, com quem teve cinco filhos – Maria Eduarda, João Henrique, Pedro Henrique, José Henrique e Miguel, que nasceu em janeiro deste ano. Eduardo estava atualmente atuando como presidente do Partido Socialista Brasileiro (PSB) e candidato à Presidência da República, após uma longa  trajetória política em Pernambuco.

Filho de Ana Arraes, atual presidente do Tribunal de Contas da União (TCU), com o escritor Maximiano Campos, e neto do ex-governador Miguel Arraes. Formou-se em Economia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), onde começou a atuar na militância política, como presidente do Diretório Acadêmico em 1985.

No ano seguinte, participou da campanha de reeleição de Arraes ao governo de Pernambuco, se tornando o seu chefe de gabinete. Em 1992, filiou-se ao Partido Socialista Brasileiro (PSB), pelo qual foi eleito deputado estadual. Eduardo Campos foi para  ao Congresso Nacional em 1994.No ano seguinte, foi secretário do governo e, em 1996, secretário da Fazenda. Foi reeleito em 1998 para a Câmara Federal, como deputado mais votado de Pernambuco. Seu terceiro mandato como deputado federal veio em 2002, quando se tornou um dos principais articuladores do governo Lula.No Governo de Dilma, Eduardo afirmou que por divergências políticas rompeu com o partido em 2012.

Em 2006 se candidatou ao governo do Estado de Pernambuco, pela Frente Popular de Pernambuco, sendo eleito. O seu governo foi bem avaliado e foi reeleito em 2010 com 82,84% dos votos. Sua atuação como governador rendeu uma aprovação de 76% dos seus dois mandatos. Em abril de 2014, deixou o cargo de governador para se candidatar a presidente da República. Nestas eleições, o candidato ocupava o terceiro lugar nas pesquisas de voto junto com a ex- ministra Mariana Silva.