O candidato do PSDB à Presidência da República foi entrevistado ao vivo, nesta segunda-feira, 11, na bancada do JN, por William Bonner e Patrícia Poeta.
Aécio falou sobre economia. Bonner indagou o candidato sobre redução dos gastos públicos e o fim dessa defasagem das tarifas de energia e gasolina. "No meu governo vai haver previsibilidade em relação a essas tarifas e em todas as medidas do governo. Ninguém espere no governo Aécio Neves o pacote A, o PAC disso, o PAC daquilo. Ou algum plano mirabolante". Bonner foi direto e perguntou se o candidato pretende aumentar tarifas - "Nós vamos tomar as medidas necessárias. É óbvio que nós vamos ter que viver um processo de realinhamento desses preços. Quando e como? Obviamente, quando você tiver os dados sobre a realidade do governo é que você vai estabelecer isso. Eu não vou temer tomar aquilo que seja necessário. As medidas necessárias para controlar a inflação, retomar o crescimento e, principalmente, Patrícia e Bonner, a confiança perdida no Brasil. Porque essa desconfiança em relação ao nosso país afugenta os investimentos. E os investimentos indo embora, os empregos vão embora".
Bonner também questionou Aécio sobre o aeroporto no município de Cláudio, em MG. "O senhor considera republicano construir um aeroporto que poderia ser visto como um benefício para a sua família, no mínimo, por valorizar as terras dela? Nós ligamos num planejamento, aliás, algo em falta hoje no plano federal, todas as cidades mineiras que não tinham asfalto, 225 cidades foram ligadas por asfalto no meu governo. Quatrocentos e cinquenta cidades não tinham telefonia celular, eu fiz a primeira PPP do Brasil e liguei essas cidades ao desenvolvimento através da telefonia celular e fiz um programa chamado ProAero que ligou 29 cidades de um total de 92 aeroportos que existem espalhados por Minas, você sabe que Minas é o estado que tem o maior número de municípios, somos 853, como instrumento do desenvolvimento regional, e, veja bem, nesse caso, especificamente, se houve algum prejudicado foi esse meu tio-avô, porque o estado avaliou aquela área em R$ 1 milhão, ele reivindica na Justiça R$ 9 milhões, não recebeu R$ 1 até hoje. Foi feito assim de forma transparente, absolutamente republicana, e a população daquela localidade sabe a importância desse aeródromo, uma pista asfaltada," disse Aécio.
Já Patrícia Poeta indagou Aécio sobre o envolvimento do PSDB em escândalos graves de corrupção. Como é o caso do mensalão mineiro e também do pagamento de propina a funcionários públicos pelo cartel de trens e metrôs de São Paulo. "Patrícia, eu acho que a diferença é enorme. Porque no caso do PT houve uma condenação pela mais alta corte brasileira. Estão presos líderes do partido, tesoureiros do partido, pessoas que tinham postos de destaque na administração federal, por denúncia de corrupção. Eu nunca torci para ninguém ser preso. Sendo aliado ou adversário. Apenas torcia sempre e esperava que a Justiça se manifestasse. Em relação ao PSDB ou aqueles sem partido, se tiverem denúncias que sejam consistentes, têm que ser investigadas e têm que responder por elas. O que eu posso garantir é que, no caso do PSDB, se eventualmente alguém for condenado, não será, como foi no PT, tratado como herói nacional. Porque isso deseduca. Portanto, todos os partidos estão aí e têm a possibilidade de ter nomes que sejam envolvidos em quaisquer denúncias. Apuração e punição: é isso que esperam os brasileiros, independente da filiação partidária".
Aécio defende choque de infraestrutura
Em outra entrevista o tucano, um dos grandes problemas que atingem produtores e a indústria no Brasil é a falta de competitividadO candidato do PSDB à Presidência, Aécio Neves, anunciou que não fará o trem-bala com dinheiro público se for eleito, argumentando que há outras prioridades no setor da infraestrutura. Em entrevista no programa Canal Livre, exibido na noite de domingo, 10, o tucano defendeu um choque de infraestrutura com capital privado e externo.
Segundo Aécio, um dos grandes problemas que atingem produtores e a indústria no Brasil é a falta de competitividade, originada principalmente da alta carga tributária e dos gargalos na infraestrutura. "Precisamos ter prioridade. Temos hidrovias abandonadas no papel, ferrovias paradas no meio do caminho e outras caminhando a passo de tartaruga. Trem-bala não é minha prioridade", afirmou.
O candidato foi questionado sobre o empenho de seus companheiros de partido em São Paulo em sua campanha e afirmou que está "muito bem acompanhado" no Estado. "Eu poderia dizer que José Serra é quase meu mais novo amigo de infância", afirmou, bem-humorado, referindo-se ao ex-governador de São Paulo e candidato do PSDB ao Senado. "Estou muito bem acompanhado em SP, o que era inimaginável lá atrás."