DIRETO AO PONTO
Da redação
As relações comerciais entre Brasil e Marrocos são tímidas em valores, mas poderiam ser ampliadas uma vez que a economia dos dois países são complementares na busca de oportunidades nas relações bilaterais. Esse foi o fio condutor do Lide Brazil-Morocco Fórum, que reuniu autoridades e empresários dos dois países, nesta quarta-feira (9), em Marraquexe, organizado pelo Grupo de Líderes Empresariais (Lide).
O vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, representou a Casa Alta brasileira, e foi palestrante no painel sobre a ampliação da indústria do turismo entre Brasil e Marrocos.
Eduardo Gomes destacou que Brasil e Marrocos compartilham uma identidade plural e acolhedora, que se reflete na forma como recebem seus visitantes e, dessa forma, a indústria do turismo é uma ponte potencial entre as duas culturas e pode ser um motor econômico e uma ferramenta poderosa de transformação social e educacional.
“Debatemos oportunidades, números promissores e o fortalecimento das conexões entre os dois países, incluindo a importante rota direta entre São Paulo e Casablanca. O turismo é mais do que uma boa economia. É um caminho de desenvolvimento para todos”, disse o vice-presidente do Senado.
Gomes destacou, também, o potencial do setor como ferramenta de desenvolvimento econômico e inclusão social, citando exemplos do Tocantins, como o artesanato em Capim Dourado e as bonecas Karajá, que fortalecem nossa identidade cultural e impulsionam o turismo sustentável e assegurou que o Senado está comprometido em apoiar iniciativas que aproximem nossos países, ampliem parcerias estratégicas e gerem novos negócios. “Seguimos trabalhando por um Brasil mais conectado ao mundo e por um Tocantins protagonista no cenário internacional”, finalizou.
RECIPROCIDADE
O embaixador do Brasil no Marrocos, Alexandre Parola embasou as palavras do vice-presidente do Senado, afirmando que a retomada do voo direto entre Brasil e Marrocos explodiu o número de turistas brasileiros no país africano. “Ouço mais português nas ruas e é hora de os marroquinos irem mais ao Brasil”, afirmou o embaixador.
O presidente da Royal Air Maroc, Abdelhamid Addou, destacou que a empresa retomou os voos diretos para o Brasil interrompidos por conta da pandemia da Covid-19, e, até 2026, pretende operar, pelo menos, seis voos semanais entre os dois países. A companhia vem ampliando a frota de 50 para 200 nos próximos anos.
“Hoje somos a segunda maior companhia do continente africano e vamos comprar, pelo menos, mais 15 aviões por ano que vai permitir multiplicar por quatro o fluxo da empresa”, disse o executivo.
Vinicius Lummertz, ex-presidente da Agência Brasileira de Promoção Internacional do Turismo (Embratur) e membro sênior do Instituto Milken, reforçou que o Brasil tem potencial para desenvolver turismo no Marrocos, pois existe uma estimativa de que o número de brasileiro morando no país africano deve saltar de 180 mil para 350 mil nos próximos anos.
Para ele, com a expectativa de ampliação da frota da Royal Air Maroc, o Brasil entra nessa rota de melhorar o turismo bilateral. “O Brasil precisa ter uma estratégia mais agressiva voltada ao turismo”, pontuou Lummertz. O executivo lembrou que, enquanto Marrocos recebe 40,2 mil turistas brasileiros, o Brasil recebeu 4 mil turistas marroquinos.
A participação do vice-presidente do Senado, Eduardo Gomes, foi vista como uma certeza de que os esforços para o fortalecimento do turismo entre as duas nações serão mais que meras intenções, e terão um significado crucial para o estreitamento dos laços comerciais entre Brasil e Marrocos.