O ex-deputado estadual e candidato a prefeito de Palmas, Eduardo Siqueira Campos, do Podemos, entrou com uma ação junto à Justiça Eleitoral contra a candidatura da deputada estadual Janad Valcari, do PL, que vem liderando todas as pesquisas de intenção de voto feitas a respeito da sucessão municipal da Capital, desde que as pré-candidaturas foram lançadas. O documento traz diversas alegações, mas uma delas fora das quatro linhas da democracia: o direito do governador Wanderlei Barbosa em apoiar Janad, pedindo, por liminar, que tanto Wanderlei quanto Janad fiquem inelegíveis por oito anos

Por Edson Rodrigues

Não vamos discutir, aqui, os méritos da Ação de Investigação Judicial Eleitoral – AIJE – onde Eduardo, em segundo lugar nas pesquisas, faz as suas alegações. Mas, querer que o governador seja tornado inelegível por oito anos pela simples declaração de apoio a uma candidatura na Capital é uma coisa totalmente sem embasamento na Justiça Eleitoral.

 O ex-prefeitos Raul Filho na campanha de Eduardo Siqueira Campos (Podemos) 

Significaria, pela lógica, que todos os demais candidatos a prefeito nos outros 138 municípios, que não são apoiados pelo governador, podem entrar com a mesma ação, pedindo o mesmo período de inelegibilidade. Ou seja, contando por baixo, até a próxima quinta geração de Wanderlei Barbosa estaria inelegível, varrendo seus descendentes da vida pública tocantinense.

TAPETÃO

Ao tentar levar a sucessão municipal de Palmas para o tapetão, Eduardo Siqueira Campos e seu time de campanha só comprovam que acreditam nos números da última pesquisa de intenção de voto, que apontaram o crescimento de Janad, em situação bem próxima de vencer a eleição para prefeita de Palmas no primeiro turno.

Os eleitores tocantinenses precisam ser respeitados. Se mostram preferência por este ou aquele candidato, nos 139 municípios, aceitando ser entrevistado pelos pesquisadores, é porque eles acreditam no processo eleitoral, e querem exercer seu dever e seu direito ao voto.

Tentar impedir uma candidatura de participar das eleições com uma AIJE protocolada na última semana de campanha, pedindo uma decisão por liminar, ou seja, basta um aceite do Judiciário após uma análise inicial e superficial da ação, soa como um movimento desesperado de quem não conseguiu acompanhar o ritmo ditado pela campanha e começa a ver a possibilidade de ganhar no voto, cada vez mais distante e, por isso, precisa judicializar a campanha para que tenha alguma chance.

Deputada Janad e o governador Wanderlei Barbosa 

Aliás, a mesma pesquisa de intenção de voto que confirma Janad na liderança, aponta, também, uma queda no desempenho de Eduardo Siqueira Campos, que estaria, segundo os dados colhidos pelos pesquisadores, empatado, dentro da margem de erro, com o deputado estadual Júnior Geo, do PSDB, que tem o apoio da prefeita, Cinthia Ribeiro.

Seguindo o entendimento da equipe jurídica de Eduardo Siqueira Campos, se Janad e o governador Wanderlei Barbosa ficarem inelegíveis, basta, logo depois, entrar com a mesma AIJE, só trocando o nome da deputada estadual e do governador para Júnior Geo e Cinthia Ribeiro. Assim os dois estariam, além de inelegíveis, fora do páreo, e o candidato do Podemos disputaria a eleição de domingo que vem, tranquila e obrigatoriamente, contra a candidata do PSOL, Lúcia Viana, que não tem apoio nem do governador, nem da prefeita, mas torcendo para que o presidente Lula declare seu apoio, em prazo hábil, à Lúcia Viana, para que entre com mais uma AIJE a tempo de, com mais uma liminar, estar sozinho e tranquilo no processo sucessório.

Mesmo assim, Eduardo (foto) ainda correria o risco de não se eleger, pois o eleitor gosta de decidir por ele mesmo, através do voto....