O desânimo é evidente! As rodas de conversas não são tão calorosas como antes, os eleitores não têm aquela vontade de participar dos debates, as propagandas nos veículos mostram que a dinâmica mudou, uma evidente frieza resultado das decepções causadas pelos escândalos, roubos, má administração em que a sociedade ficou totalmente desassistida.
Por Edson Rodrigues
Nos últimos meses o Observatório Político de O Paralelo 13 vem mostrando o alto índice de eleitores indecisos no que tange a escolha de deputados federais e estaduais. No Brasil os números chegam a 70%. Já no Tocantins, os indecisos ocupam um percentual menor, o que não significa que não seja um número expressivo, pois 40% do eleitorado tocantinense não sabem em quem votar para representar-lhes na Assembleia Legislativa e na Câmara dos Deputados.
Os números mostram outro dado estarrecedor. Os eleitores admitem não conhecer as propostas e trabalhos desenvolvidos pelos candidatos e, em alguns casos, a possibilidade de mudar o voto até o dia da eleição. Isso torna-se mais latente nos jovens entre 16 e 26 anos. Além de não ter um candidato definido para estadual e federal, os jovens parecem pouco ou nada dispostos a discutir a política. Um evidente desinteresse e descontentamento.
Visão Feminina
Já as mulheres, ainda que indecisas adotaram uma postura peculiar e demonstram o desejo de mudança no que se refere à política e consequentemente sociedade, uma vez que a maioria das pesquisas de consumo apontam que elas querem eleger candidatos novos, que terão a oportunidade para assumir o primeiro mandato.
Baseado neste contexto, os candidatos à reeleição precisam fazer um trabalho direcionado a este público, mostrando o que já foi feito e porque são dignos de ter aquele voto de confiança mais uma vez. Ao que tudo indica, haverá uma expressiva renovação tanto na Assembleia, quanto na Câmara dos Deputados.
Cenário Nacional
Enquanto há um visível desinteresse do eleitorado no que tange aos candidatos proporcionais, - federais e estaduais, - a polarização no Brasil tem rendido as discussões pelo interior do Tocantins. Os eleitores estão centrados nos presidenciáveis e comentam sobre aqueles que buscam ocupar o Palácio Araguaia.
Há quem defenda amplas vitórias em primeiro turno, para presidente e governo e outros que acreditam ser inevitável um segundo turno, ao menos para Presidente da República. Já para governador é irrisório o número de tocantinenses que apostam em um segundo turno.
Em linhas gerais, o eleitor tocantinense segue calado, apático, tentando sobressair após um longo período de crise econômica. No Tocantins, a base da pirâmide do eleitorado representa cerca de 80% da população. Destes, boa parte sem profissão, semianalfabetos, endividados, jovens formados, com diplomas em mãos, cursos técnicos e muito conhecimento, mas desempregados, são inúmeros os problemas, demandas reais que vão além de participar de comícios, reuniões, aplaudir candidatos, ouvir propostas e rezar para que elas se cumpram.
O legislativo é o representante direto da sociedade, são eles que dão voz e vez as pessoas, mas por algum motivo não falaram por ela fizeram que com que as eleições deste ano tornassem um verdadeiro Frankenstein. O silêncio, a frieza, somados a todas estas questões vão refletir diretamente nos resultados das urnas e surpreender muitos candidatos.