ELEIÇÕES MUNICIPAIS DE 15 DE NOVEMBRO X SUCESSÃO 2022: PAI NÃO É QUEM FAZ, MAS QUEM CRIA E CUIDA...

Posted On Sexta, 27 Novembro 2020 05:11
Avalie este item
(0 votos)

“Não trate como aliado quem te vê como amigo. O aliado luta pelos interesses, o amigo ajuda nas realizações”

 

CASTRO ALVES

 

 

Por Edson Rodrigues

 

Após o resultado final das eleições municipais do último dia 15, e antes mesmo da diplomação dos eleitos nos Executivos e Legislativos Municipais, um novo mapa político começa a ser estabelecido, com vistas às eleições majoritárias de 2022.

 

Na elaboração desse novo mapa, todos os cuidados devem ser tomados para se evitar passar vergonha, entrar em depressão quando começarem a colocar na mesa, as peças que compõem o novo panorama, pois muitos dos vitoriosos para Executivos e Legislativos pelo Tocantins afora, o foram por prestígio próprio e vão fazer questão de que todos saibam disso.

 

É óbvio que muitos dos eleitos tiveram, sim, participação importante dos dirigentes de suas legendas e dos seus pares com mandato nos parlamentos federal e estadual. Algumas legendas podem se “gabar” de ter eleito um número X de prefeitos e um número Y de vereadores, mas em outras a história não ocorreu exatamente dessa maneira.

 

Dezenas de prefeitos e vereadores se elegeram por prestígio próprio ou união de partidos em torno de seu nome.  Houve municípios em que os presidentes de legendas vencedoras sequer participaram de comícios, reuniões ou contribuíram com o Fundo Partidário, reservando esse dinheiro para a campanha em Palmas e deixando os candidatos do interior por conta e risco.

 

Dezenas desses prefeitos que se elegeram por mérito próprio estão, esta semana, em Brasília, visitando os gabinetes dos congressistas em busca de parcerias e “adoções de paternidade”, pois a atuação de seus “líderes” e dirigentes de partido já mostrou que eles estão sozinhos.

 

Em conversa, via aplicativo, com vários desses prefeitos, observamos que o abandono terá sérias consequências para quem os abandonou.  Eles foram unânimes em afirmar que não seguirão orientação política de seus partidos.  E, dentre esses prefeitos e vereadores estão entra os 15 principais colégios eleitorais do Estado.

 

DIRIGENTES PARTIDÁRIOS EM ALERTA

Um conselho que damos para os dirigentes e presidentes de partidos que agiram dessa forma é começar a fazer uma consulta aos prefeitos e vereadores eleitos pela sua legenda, se vão ou não continuar nos partidos, para que não acabem passando vergonha ao fazer declarações públicas.

 

Até mesmo para os que participaram das eleições de seus aliados, pois eleger e não “oxigenar”, na prática, com ações e gestões que possam irrigar os cofres da municipalidade nas gestões que se iniciam em primeiro de janeiro de 2021, corresponda a, praticamente, oferecer “de mão beijada” um prefeito eleito para o partido aos qual o parlamentar que o “adotar”, faz parte.

Já é dado como certo que vários líderes, dirigentes partidários, deputados federais e estaduais e senadores, terão seus pupilos eleitos no último dia 15, em outras siglas e em outros palanques da sucessão estadual de 2022. Principalmente aqueles cujos mandatos não pertencem ao partido, mas a si próprio.

 

Já os vereadores podem até seguir o seu prefeito, mas precisarão entrar em acordo com seus partidos, pois é ao partido que pertence o mandato de vereador, ou assumir que estão em um partido, mas votam conforme orientar os prefeitos que apoiam. Lembrando que, em 2022 serão eleitos o govenador, um senador, oito deputados federais e 24 deputados estaduais.

 

O tabuleiro da sucessão estadual já está em construção, devendo estar definido em agosto de 2021, sendo sacramentado no fim do primeiro semestre de 2022.

 

Até a posse dos 139 prefeitos eleitos e de todos os vereadores, muitas surpresas sobre mudanças de partido ou rebelião por parte de vereadores irão acontecer.

 

NINGUÉM VENCEU SOZINHO

Dezenas de prefeitos eleitos no último dia 15 que não tiveram o apoio de suas legendas, conseguiram suas eleições com a ajuda dos partidos dos vereadores que compunham sua coligação majoritária.

 

As coligações contribuíram muito para a eleição de Cinthia Ribeiro, por exemplo, e, em outros municípios, houve prefeitos eleitos 100% por conta do trabalho dos candidatos a vereador. É por isso que fazemos esse alerta, para que partidos e seus dirigentes não sejam surpreendidos, se vacinem, para não perder o controle de suas siglas.

 

Muitos dos prefeitos eleitos já estão com planos de voo prontos, aguardando apenas a decolagem para pousar em outro partido, de olho na sanção do Orçamento da União e observando o “sepultamento político” de muitos dirigentes e líderes partidários, o que não pode ser classificado como traição ou desonestidade, uma vez que eles não receberam apoio nem recursos e estão buscando apoiar quem, verdadeiramente, os apoiou.

 

RENOVAÇÃO PELA INFORMAÇÃO

O resultado das eleições do último dia 15 também expuseram, de forma clara e límpida, que os eleitores estão totalmente propensos a renovar os quadros políticos.  Na Capital da Cultura do Tocantins, Porto Nacional, a renovação atingiu os 75% dos nomes do parlamento municipal.  Em Palmas, foram mais de 67%, uma tendência que se repetiu em diversos municípios do interior.

Esse movimento pela renovação, nada mais é que o resultado do maior acesso à boa informação, proporcionada pela mídia tradicional, jornais impressos, blogs, portais de notícias e sites, que abasteceram os eleitores com dados transparentes, imparciais, relevantes e cruciais para ajudar o eleitor a formular seu voto.

 

Ou seja, uma “revolução” silenciosa está em andamento na política tocantinense, com prazo para terminar – outubro de 2022 – quando serão escolhidos os representantes maiores do povo tocantinense, inclusive o presidente da República.

 

Os tocantinenses já demonstraram que querem mudanças e agem de forma independente, inteligente e coerente ao decidir seu voto.

 

Graças a Deus!